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20 de janeiro de 2019

Tempo e recursos disponíveis, então como explicar essa situação?

A corrupção não é uma invenção brasileira,
mas a impunidade é uma coisa muito nossa.
Jô Soares

Em outubro de 2018, um médico inconformado com a superlotação no Hospital das Clinicas de Marília no interior de SP, fez um vídeo mostrando a situação absurda nos corredores daquele hospital administrado com recursos do governo do Estado.
Após a veiculação do vídeo nas redes sociais e na TV TEM Bauru/Marília afiliada da Rede Globo, nada mudou em relação à situação denunciada, porém, o médico foi demitido.
Pacientes esperam nos corredores por cirurgia em Marília Foto Reprodução TVTEM
Agora em janeiro de 2019, dezenas de pacientes estão amontoados nos corredores do Hospital das Clinicas novamente, alguns desde dezembro do ano passado, aguardando para realizar cirurgias na ala de ortopedia. O motivo da demora e da superlotação é simples – um aparelho utilizado nas cirurgias quebrou em dezembro de 2018 e não foi consertado ou substituído pelo Hospital ou pela Secretaria Estadual de Saúde – SP.
O Hospital das Clínicas de Marília é referência para uma população estimada em 1,2 milhão habitantes, de 62 cidades da região. Em maio de 2017, a área da enfermaria foi ampliada para atender os pacientes e custou ao estado aproximadamente R$ 6 milhões. A promessa era acabar com a superlotação.
O prefeito da cidade de Marília é do mesmo partido (PSDB) do governador João Dória, partido que, aliás, governa o Estado desde 1995. Portanto, tempo para resolver os problemas não é o motivo para a situação estar do jeito que se encontra. Recursos existem, afinal estamos no Estado mais rico da Nação, o que mais arrecada. Então por que um simples aparelho não pôde ser consertado rapidamente ou substituído por um novo?
São perguntas que a população que paga pesados tributos faz diariamente em São Paulo. Até por que boa parte da administração da rede hospitalar de Marília, Bauru e Botucatu e região foram terceirizadas para a Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP uma organização social – “OS” sem fins lucrativos.
Após 24 anos no poder do Estado, com mais quatro anos graças à eleição de mais um governador do PSDB, é inaceitável que situações como estas ainda ocorram em SP. São absurdos como estes na saúde que fizeram com que o candidato Geraldo Alckmin tivesse votação pífia nas eleições de 2018. O povo está cansado, entretanto, deveria ser mais cuidadoso com seu voto, afinal de contas, recolocar no poder um partido que já provou não ter capacidade de administrar a Saúde, Segurança, Educação e Habitação é um erro crasso.



Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.

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