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17 de janeiro de 2019

Pobres órfãos de cidadania e ética!

"O problema não é que as pessoas
tenham opiniões, isso é ótimo.
O drama é que as pessoas tenham
opiniões sem saberem do que falam."
José Saramago!

Vejo pessoas se agredindo mutuamente nas redes sociais ou em discussões estéreis em reuniões de amigos ou familiares. Vejo pessoas defendendo o indefensável, que são os políticos do nosso país, com raras exceções. Vejo pessoas sem a devida legitimidade defendendo medidas tomadas por governantes, sem que estes tenham fornecido uma procuração para sua defesa.
Vejo eleitores votando, e neste ato, encerrando sua participação no processo democrático, esquecendo-se que o mais importante é cobrar, fiscalizar e acompanhar atentamente os atos daqueles que foram eleitos para mandatos de quatro anos.
Não faz parte do processo democrático postar mentiras, inverdades de quem quer que seja, isso não traz benefício algum à democracia. Postar xingamentos no Facebook definitivamente não é ato de cidadania.
Muitas pessoas se transformaram em fanáticos xiitas (Seita do Islamismo, que significa "partidário de Ali". Os xiitas consideram Ali (o primo e genro do profeta Maomé) o sucessor legítimo da autoridade islâmica). Segundo o filósofo e professor francês Émile-Auguste Chartier, conhecido pelo pseudônimo Alain “Não se pode raciocinar com os fanáticos. Temos de ser mais fortes que eles”.
Alguns discutem política como se estivessem falando de futebol, de forma apaixonada, porém, sem levar em conta que não temos nem deveríamos ter candidatos de estimação. Os políticos que nos representam, nos governam, são pagos por nós, através de nossos impostos, portanto, devem trabalhar por nós e não o contrário.
Estamos vivendo nas redes sociais (Twitter e Facebook) algo que posso chamar de terceiro turno das eleições. A eleição acabou, perdedores devem rever seus erros para a próxima eleição. Aos vencedores cabe governar, legislar e trabalhar com honestidade. Aos eleitores cobrar, fiscalizar e acompanhar atentamente aquilo que está sendo realizado ou que deixou de ser cumprido ao longo dos mandatos de quem foi eleito.
Quando se critica alguém que está no poder, não significa ser a favor de quem perdeu a última eleição, mas sim, estar exercendo um direito democrático.
Passou da hora do brasileiro entender que vivemos num regime democrático que deve suportar opiniões distintas, opções partidárias diferentes, de correntes ideológicas muitas vezes antagônicas, porém, essa não é a única coisa a ser considerada, mas sim, o respeito à opinião e ao voto dos demais brasileiros.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público

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