"O problema não é que as pessoas
tenham opiniões, isso é ótimo.
O drama é que as pessoas tenham
opiniões sem saberem do que
falam."
José Saramago!
Vejo pessoas se agredindo mutuamente
nas redes sociais ou em discussões estéreis em reuniões de amigos ou
familiares. Vejo pessoas defendendo o indefensável, que são os políticos do
nosso país, com raras exceções. Vejo pessoas sem a devida legitimidade
defendendo medidas tomadas por governantes, sem que estes tenham fornecido uma
procuração para sua defesa.
Vejo eleitores votando, e neste ato,
encerrando sua participação no processo democrático, esquecendo-se que o mais
importante é cobrar, fiscalizar e acompanhar atentamente os atos daqueles que
foram eleitos para mandatos de quatro anos.
Não faz parte do processo democrático
postar mentiras, inverdades de quem quer que seja, isso não traz benefício
algum à democracia. Postar xingamentos no Facebook definitivamente não é ato de
cidadania.
Muitas pessoas se transformaram em
fanáticos xiitas (Seita do Islamismo, que significa "partidário
de Ali". Os xiitas consideram Ali (o primo e genro do profeta
Maomé) o sucessor legítimo da autoridade islâmica). Segundo o filósofo e
professor francês Émile-Auguste Chartier, conhecido pelo pseudônimo Alain “Não
se pode raciocinar com os fanáticos. Temos de ser mais fortes que eles”.
Alguns discutem política como se
estivessem falando de futebol, de forma apaixonada, porém, sem levar em conta
que não temos nem deveríamos ter candidatos de estimação. Os políticos que nos
representam, nos governam, são pagos por nós, através de nossos impostos,
portanto, devem trabalhar por nós e não o contrário.
Estamos vivendo nas redes sociais
(Twitter e Facebook) algo que posso chamar de terceiro turno das eleições. A
eleição acabou, perdedores devem rever seus erros para a próxima eleição. Aos
vencedores cabe governar, legislar e trabalhar com honestidade. Aos eleitores
cobrar, fiscalizar e acompanhar atentamente aquilo que está sendo realizado ou
que deixou de ser cumprido ao longo dos mandatos de quem foi eleito.
Quando se critica alguém que está no
poder, não significa ser a favor de quem perdeu a última eleição, mas sim,
estar exercendo um direito democrático.
Passou da hora do brasileiro entender
que vivemos num regime democrático que deve suportar opiniões distintas, opções
partidárias diferentes, de correntes ideológicas muitas vezes antagônicas,
porém, essa não é a única coisa a ser considerada, mas sim, o respeito à
opinião e ao voto dos demais brasileiros.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público
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