Seguidores

18 de dezembro de 2018

Os gabinetes dos políticos precisam de assepsia!

Há pessoas neste mundo que gastam
todo o seu tempo à procura da justiça,
não lhes sobrando tempo algum
para a praticarem. Henry Billings Brown

Desde há muito tempo ouvimos histórias verdadeiras sobre os absurdos que acontecem envolvendo os funcionários que trabalham nos gabinetes dos nossos parlamentares em todas as instâncias políticas do Poder Executivo. Das Câmaras Municipais ao Congresso Nacional passando pelas Assembleias Legislativas Estaduais os casos são muitos. Todos com uma coisa em comum – O dinheiro envolvido é oriundo dos nossos impostos, somos em tese, os patrões dos parlamentares e de seus asseclas.
Pegando carona no que foi denunciado recentemente pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, temos várias ocorrências acontecendo sem que muitas vezes sejam levadas a público, por medo de denunciar políticos com poder, por simples omissão ou conveniência.
Uma delas é aquela em que o assessor contratado para trabalhar no gabinete do político (Vereador, Deputado ou Senador), fica em casa recebendo os vencimentos comodamente, ou mantendo negócio próprio como a Dona Walderice Santos da Conceição, que embora contratada para trabalhar na Câmara Federal no gabinete de Jair Bolsonaro, ficava cuidando de sua barraca de Açaí em Angra dos Reis, distante 1.048 km de Brasília.
 Wal da Loja do Açaí em Angra dos Reis -RJ
Outro caso envolve a funcionária Nathalia Melo de Queiroz, que entre dezembro de 2016 e outubro deste ano, era secretária parlamentar lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro na ALERJ. A informação de que ela atuava como personal trainer ao mesmo tempo em que estava lotada nos gabinetes foi divulgada pelo site o Antagonista e pela Folha de São Paulo.
Outro fato corriqueiro acontece quando o político cobra um percentual do contratado em nome do partido, da indicação, etc. Muitos já passaram por esta situação, e só percebem quando vão receber seu primeiro vencimento. Alguns se recusam e saem do serviço, porém, ficam com receio de denunciar o caso.
O ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), o tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro Wellington Servulo Romano da Silva, cujo nome aparece em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), passou 248 dias em Portugal enquanto trabalhou com o parlamentar na Assembleia Legislativa do RJ (Alerj). O caso foi revelado pelo Jornal Nacional desta quarta-feira (12).
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou uma série de transações financeiras atípicas em contas de assessores de parlamentares, entre eles, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo o Coaf, Fabrício José Carlos de Queiróz, policial militar e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 em sua conta bancária. Há poucas informações sobre o destino dos recursos, mas segundo o relatório, uma das transações é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Queiroz com a família Bolsonaro
Claro que, sabemos existir vários casos iguais ou piores acontecendo sem que a mídia tenha tido acesso, ou que ainda não foram identificados pelo COAF. Mas a pergunta que fica no ar é a seguinte:
_ Para que o candidato do PSL e seus filhos foram eleitos? Não era para acabar justamente com a corrupção, com os desmandos e a mau uso do erário? Não são eles que acusam a todos de serem corruptos?
Jogar palavras ao vento é relativamente fácil, dar exemplo de probidade e ser honesto é o difícil neste meio político carcomido pela Lei de Gerson e pelo maldito jeitinho brasileiro. 

Nenhum comentário: