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1 de abril de 2025

O roteiro de um julgamento sem farsa jurídica e Power Point!

Primeiro, a Polícia Federal trabalhou silenciosamente, reunindo as peças do quebra-cabeça sobre a organização criminosa estruturada por Bolsonaro e seus aliados, tanto militares quanto civis. Um processo longo, exaustivo e contendo minuciosamente todas as etapas do planejamento do golpe de estado e da morte do presidente da república, seu vice-presidente e o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A investigação continha os fatos desde o final da eleição, com os atos golpistas de invasão de estradas, acampamentos na frente de quartéis, tentativa de invasão da sede de Polícia Federal no dia da diplomação de Lula e Alckmin pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a tentativa de explosão de um caminhão tanque carregado de combustíveis ao lado do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

Depois, os relatos da invasão da esplanada na Praça do Três Poderes, com a destruição, roubo e vandalismo do STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional. Tudo feito com base em fotos, áudios, vídeos e documentação farta que compuseram um processo de 800 páginas entregues à Procuradoria Geral da República (PGR).

Os procuradores se debruçaram sobre o extenso processo e, meses depois, apresentaram o mesmo ao Supremo Tribunal Federal. Coube então aos cinco ministros da primeira turma o julgamento para aceitação ou não dos indiciados como réus. Fizeram parte do julgamento os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Na manhã de outono de 26 de março, as águas de Tom Jobim rolaram na planície central com o anúncio da aceitação do processo que tornaram réus: Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

 

Qual a sequência do processo?

Os oito denunciados passarão à condição de réus. A partir daí, será aberta uma ação penal na qual PGR e defesas poderão apresentar provas e depoimentos.

No final do processo, os ministros julgarão se houve crime e, se condenados, os réus poderão pegar penas de prisão.

 

Qual o teor da denúncia?

A PGR afirma que Bolsonaro e aliados formaram uma organização criminosa estável, com divisão de tarefas, para promover a ruptura democrática. Os crimes apontados são:

·        Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

·        Golpe de Estado;

·        Organização criminosa;

·        Dano qualificado ao patrimônio da União;

·        Deterioração de patrimônio tombado.

Os bolsonaristas, os políticos de direita e extrema-direita e uma parcela da grande mídia vira lata do nosso país não se conformam com o processo e seu resultado inicial com a aceitação dos crimes que tornaram réus Bolsonaro e seus parceiros criminosos.

Para quem paga impostos, tem inteligência e oxigenação cerebral pouco importa a opinião deles na atual conjuntura. Até porque foram eles mesmos que estiveram ao lado do golpe militar em 1964, no Impeachment criminoso de Dilma Rousseff e durante o desgoverno do vagabundo das motociatas e das mamatas ao lado dos filhos, sem nunca se colocarem a favor do Brasil, sempre a favor das elites financeiras e empresariais.

Se Bolsonaro fugir, possibilidade que existe, não tem problema: o julgamento irá continuar e, sendo condenado, será considerado fugitivo, não podendo retornar ao solo brasileiro, sob pena de ser preso, e nem poderá ser candidato a cargo eletivo algum até o final de seus dias. Isso, na verdade, será um alívio a quem preza pela democracia e pelos valores éticos e morais deste país.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

O declínio começou com a apropriação indevida da camiseta amarela!

  

Foto reprodução.

Em 2017, quando um deputado medíocre do baixo clero, expulso do exército por má conduta e tentativa de explosões de bombas se candidatou a presidência, surgiram apoiadores fascistas de todos os lados. Em comum, o fato de resolverem usar a camiseta amarela da seleção brasileira. Como se isso fosse o máximo do patriotismo.

Coincidência ou não, a seleção brasileira de futebol começou sua decadência justamente quando sua camiseta amarela passou a ser utilizada como símbolo do fascismo, vandalismo, de pessoas da sociedade que disseminam o ódio, mentiras e apoiam um genocida vagabundo.

As demais pessoas, na maior parte torcedores que não apoiavam aquele candidato que foi eleito em 2018, passaram a não utilizar mais a camiseta amarela da CBF. A peça do uniforme da seleção ficou amaldiçoada e ao ver alguém vestindo-a logo se imagina ter pela frente um patriotário.

A fabricante do uniforme com contrato milionário com a CBF, em alguns momentos já manifestou sua preocupação com a baixa venda daquela peça do uniforme da seleção. Pensou em mudar, mas a CBF, administrada por gente sem a mínima qualificação esportiva e de marketing, recusou a troca.

O declínio da seleção que veio depois está nas costas do presidente da CBF, fraco, despreparado e sem capacidade para ocupar tal cargo. Somam-se a isso, jogadores sem alma, brilho e caráter. Uma mídia vira lata que é ufanista e desconectada da atualidade. O mundo viu suas seleções evoluírem tanto quanto nós vimos um time que é a cara de Neymar...

Levará muitos anos para que a seleção volte a jogar um bom futebol, ainda mais tempo levará para que as pessoas inteligentes deste nosso imenso país, esqueçam que a camiseta amarela virou símbolo da tirania, do ódio, do fascismo, do oportunismo de um político baixo, rasteiro, ignóbil que a cada final de semana vestia uma camiseta de clube diferente, pensando estar agradando milhões.

O fascismo da direita nacional não produziu nada relevante, não tem legado e está sempre associada a mentira, ao ódio, desprezo pelas pessoas mais pobres e aliadas a uma religião. Esse mesmo fascismo contém a distorção dos fatos históricos tentando mascarar a verdade com narrativas falsas, disseminadas em grupos de WhatsApp e Telegram.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Ser covarde e fugir sempre foi uma marca da família Bolsonaro!

Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro durante manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, em 7 de setembro de 2024 - Foto de Bruno Santos Folhapress.

Ninguém espera que Bolsonaro apareça nos tribunais e defenda sua absolvição de cabeça erguida. A saída dele do Brasil não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”.

Bolsonaro tem repetido, nos últimos meses, que não irá fugir do país. Em uma entrevista para a CNN em janeiro, disse que irá cumprir pena na cadeia caso seja condenado. No último domingo, 16, no ato que reuniu meia dúzia de gados pingados em Copacabana, ele reafirmou que não fugirá. Dois dias depois, em entrevista a um panfleto bolsonarista, repetiu a afirmação mesmo sem ser perguntado. 

Bom, nesta semana, seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL de São Paulo, fugiu do país alegando estar sendo perseguido pela “ditadura” instaurada no Brasil. Mesmo sem ter sido indiciado nem denunciado pela Procuradoria-Geral da República na investigação sobre a tentativa de golpe liderada por seu pai, o Zero Três abandonou o mandato de deputado no Brasil para viver o delírio do exílio nos EUA. 

O ex-presidente apoiou a fuga do filhote e a classificou como um “ato de patriotismo”. Além disso, repetiu mais uma vez aquela que talvez seja a frase mais estúpida do seu vasto arsenal de frases estúpidas: “a liberdade é mais importante que a própria vida”.  

É evidente que Bolsonaro está preparando o terreno narrativo para uma fuga do país. A insistência do ex-presidente em negar que irá fugir, mesmo sem ser perguntado, é reveladora. Freud explica. 

O fato é que Bolsonaro já fugiu duas vezes. No final de 2022, antes do término do seu mandato, o então presidente se mandou para os EUA. Segundo a investigação da Polícia Federal, PF, ele fugiu para evitar uma possível prisão e esperar o desfecho do 8 de Janeiro. Os investigadores apontam que o plano de fuga envolvia  a “construção de uma narrativa de perseguição” a Bolsonaro. Conforme a polícia, as chamadas “milícias digitais” disseminaram mensagens para justificar a fuga, descrevendo o ex-presidente como alguém perseguido. O modus operandi se repete agora.

A segunda fuga aconteceu em março do ano passado, logo após ter o passaporte apreendido em uma operação da PF. Bolsonaro se escondeu por duas noites na embaixada da Hungria para evitar uma possível prisão preventiva. Tudo foi feito na calada da noite e só veio a público posteriormente, graças a uma reportagem do New York Times. Durante dois dias, Bolsonaro ficou fora do alcance da justiça brasileira. Caso sua prisão fosse decretada, a polícia não poderia entrar na embaixada para prendê-lo. 

Por mais que ele insista em negar, a próxima fuga é questão de tempo. Ninguém espera que Bolsonaro apareça nos tribunais e defenda sua absolvição de cabeça erguida. A covardia sempre foi uma marca da família Bolsonaro. Estamos falando de uma gente que despreza a democracia e vangloria a tortura dos porões da ditadura. Trata-se do suprassumo da covardia.  

O objetivo da fuga de Eduardo Bolsonaro para os EUA é claro: constranger o judiciário brasileiro perante o mundo, conspirar contra o governo Lula e tentar influenciar de alguma maneira os rumos da denúncia sobre a tentativa de golpe. O deputado tem articulado com parlamentares da extrema direita americana para pressionar o presidente Donald Trump a impor sanções contra o governo brasileiro e retaliar ministros do STF — especialmente Alexandre de Moraes, que comanda o inquérito.

O Zero Três e mais dois parlamentares trumpistas estão levantando informações sobre os bens que os ministros do STF possuem no exterior para que o governo Trump possa puni-los de alguma maneira. Ou seja, um parlamentar abandonou o mandato e foi para outro país para conspirar contra o Estado brasileiro. Eis o patriotismo dos nossos “patriotas”. 

Resta saber o quão Trump está disposto a gastar energia com os barnabés bolsonaristas que lambem seus sapatos. O meu palpite é de que haverá, no máximo, alguma sanção contra Alexandre de Moraes, o que será inócuo. O Brasil é um país independente e soberano. Só mesmo os vira-latas complexados que estão presos no imaginário da Guerra Fria acreditam que Tio Sam pode tudo.

Com a fuga pros EUA, Eduardo Bolsonaro abriu mão da presidência da Comissão de Relações Exteriores. Em seu lugar, deixou um fantoche, Filipe Barros, do PL do Paraná, que assumiu o cargo chamando a fuga do Zero Três de “ato heroico”. Em entrevista ao Valor, Barros deixou claro que colocará a comissão a serviço dos interesses da família Bolsonaro. 

Ele prometeu que vai conversar semanalmente com o deputado fujão, com o objetivo de alinhar agendas, e irá trabalhar para que o colegiado dê respaldo institucional a ele. “Por exemplo, se o Eduardo marcar uma reunião com uma autoridade americana, nós podemos mandar uma comissão para acompanhá-lo”, disse Barros, sem nem corar. 

Segundo o deputado, a ideia é usar a comissão para denunciar ações autoritárias no Brasil. “Vamos fazer audiências públicas, convidar pessoas que sofrem com o autoritarismo em outros países, interagir com parlamentares. Enfim, vamos fazer barulho”, afirmou. 

Percebam o tamanho do descaramento e da desfaçatez do bolsonarista ao colocar a Câmara para defender os interesses particulares do bolsonarismo em detrimento aos da nação. O desprezo pela democracia é tão grande que Barros não demonstra qualquer pudor em admitir abertamente esse absurdo. 

Que as autoridades brasileiras estejam atentas ao que está em curso. Encurralados pela justiça brasileira e diante da inevitável prisão do seu maior líder, os bolsonaristas têm se empenhado em fabricar e disseminar as narrativas que compõem uma perseguição política no Brasil e justifiquem uma fuga heroica.

Essa é a única carta que eles têm pra jogar. A saída de Bolsonaro do Brasil não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”. É uma possibilidade que sempre esteve nos planos, e nada indica que, agora, no momento mais crítico, será diferente.

Autor: João Filho – Publicado no Site Intercept_Brasil.