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1 de agosto de 2025

Pensamentos digitalizados!

  

Imagem Freepick.

No decorrer da fase de interrogatórios promovidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com relação aos crimes de tentativa de golpe de estado, o general da reserva Mário Fernandes confirmou que o documento intitulado "Punhal Verde Amarelo" é de sua autoria.

As provas constam dos relatórios levantados pela Polícia Federal (PF). O documento datado de novembro de 2022, continha planos para matar autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O general da reserva Fernandes, réu que se encontra preso desde novembro de 2024, tentou romantizar e minimizar a importância do documento — destacando que se tratava de "pensamentos digitalizados", fruto de sua "visão militar" nunca compartilhados com outras pessoas.

"É um arquivo digital que nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação, do meu pensamento... Uma análise de risco que eu fiz e, por um costume próprio, resolvi inadvertidamente digitalizar", afirmou o general, ex-número 2 da Secretária-geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro, de quem era homem de confiança.

A expressão "pensamentos digitalizados" pode ter diferentes significados dependendo do contexto em que é usada. Abaixo estão algumas interpretações possíveis:

1. Registro de pensamentos em formato digital

Refere-se à prática de registrar ou transcrever pensamentos humanos usando ferramentas digitais, como:

·        Aplicativos de anotações (Ex: Evernote, Notion)

·        Blogs ou redes sociais

·        Gravadores de voz com transcrição automática

·        Softwares de inteligência artificial

Exemplo: Quando você escreve suas ideias em um aplicativo no celular, está "digitalizando" seus pensamentos.

2. Leitura direta da mente por dispositivos

Em um contexto mais futurista ou tecnológico, pode significar:

·        Captura direta da atividade cerebral por interfaces cérebro-computador (como chips neurais, EEG, ou projetos como o Neuralink)

·        Tradução de impulsos neurais em texto, imagem ou comandos digitais

Exemplo: Experimentos já conseguiram traduzir sinais cerebrais em palavras ou reconstruir imagens que uma pessoa está vendo ou imaginando.

3. Estilo de pensamento influenciado pelo digital

Pode também se referir a uma mudança na forma como pensamos, moldada pelo uso constante de tecnologias digitais:

·        Raciocínio fragmentado ou acelerado (influência das redes sociais)

·        Pensamento mais visual ou baseado em multitarefa

·        Dependência de buscadores para lembrar ou resolver problemas

Exemplo: Em vez de memorizar informações, confiamos no Google para buscar tudo — isso altera a forma como pensamos.

Havia um pensamento único entre a entourage de Bolsonaro, que era o de reverter nas ruas através de um golpe de estado, incluindo assassinato dos eleitos e no Ministro do STF. Esse pensamento está na minuta e nas ações do grupo desde antes dos resultados das eleições comprovados por áudios e vídeos. A minuta, fruto do pensamento digitalizado do general, era de conhecimento do presidente Jair Messias Bolsonaro.

O pedido de anistia é outro pensamento digitalizado do réu e seus cúmplices, aliados políticos, familiares e até do presidente Trump. Ainda bem que a decisão fruto do julgamento na Justiça, será digitalizada na sentença de prisão que será expedida após o término do julgamento. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Como estão os cinco pilares da administração municipal em Bauru?

  

Imagem CR2 Transparência pública.

Normalmente os políticos sempre usaram em suas campanhas eleitorais os temas Habitação, Saúde, Educação, Segurança e Saneamento Básico, que são verdadeiros pilares da administração pública. Na maior parte das vezes mentem ou simplesmente não cumprem com o prometido.

Vivemos sendo bombardeados na mídia por informações sobre desvios de emendas parlamentares que nunca chegam a quem deveria ou que na verdade precisariam de recursos para executar os projetos tão esperados pela população.

São bilhões de recursos anuais que resolveriam uma parte dos muitos problemas que a maior parte das cidades possuem em suas administrações, entretanto, a verdade é que estas emendas são desviadas para fins eleitoreiros ou para corrupção.

As cidades então passam a ter que projetar suas necessidades a partir da realidade de seus orçamentos, normalmente derivados da arrecadação de impostos e dos recursos oriundos dos repasses dos estados e do governo federal.

Como as estruturas do poder municipal são caras, sempre com folhas de pagamentos elevadas, os recursos são escassos na maior parte dos 5.570 municípios do país. Logo, as realizações de obras que abrangem os cinco pilares citados acima no texto são cada ano menores.

Em Bauru, por exemplo, nos últimos 25 anos as obras são escassas, os serviços prestados cada vez menores e a população carecendo de habitação popular, cujo déficit é de 30 mil residências. Faltam creches e escolas, a segurança pública é fraca, saúde tem centenas de mortes anualmente por falta de leitos hospitalares e de UTI. Os pacientes da rede pública ficam anos aguardando para poder realizar um exame de imagem.

Portanto, faltam hospitais e unidades de pronto atendimento suficientes para atender a demanda que cresce com o envelhecimento da população. O saneamento básico é um capítulo à parte na cidade. Bauru recebeu R$ 129 milhões em 2015 para poder construir sua Estação de Tratamento de Esgotos – ETE. Além de ter uma verba garantida por lei de 2006, com arrecadação permanente nas contas de água e esgoto. O chamado Fundo de Tratamento de Esgotos – FTE se tornou então a CPMF bauruense, tendo em conta atualmente mais de R$ 290 milhões de reais sem utilização e sem o cessar da contribuição.

Para desespero da população, a ETE foi paralisada pela atual prefeita Suellen Rosim (PSD/SP) em 2021. Neste período, a prefeita resolveu elaborar um mega projeto bilionário que inclui obras antienchentes e a privatização da autarquia que cuida da água e esgoto da cidade Departamento de Águas e Esgoto – DAE.

A prefeitura não tem capacidade para colocar na praça a licitação que já sofreu devoluções por parte do Tribunal de Contas do Estados de SP – TCE, e com isso, o esgoto de 380 mil bauruenses e sua indústria permanecem sendo jogados no Rio Tietê.

Para se eleger promessas foram feitas com base em ficção, obras que não saem do papel. Mesmo assim, misteriosamente conseguiu sua reeleição em 2024 para mais quatro anos de mandato. Resultado? Mortes na fila de espera da saúde. Educação sem a qualidade desejada. Saneamento básico zero. Segurança sem vídeo monitoramento e com déficit gigantesco nas equipes das polícias civil e militar. Habitação restrita a condomínios de luxo e prédios de alto padrão.

Moral da história: os eleitores que são cerca de 280 mil bauruenses, precisam ser mais rigorosos. Exigirem dos partidos candidatos melhores, para ter mais opções na hora de suas escolhas. Voto consciente e baseado em pesquisas sobre fatos e não sobre o eventual asfalto nosso de cada dia. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

A vassalagem tem nome, sobrenome e até apelido.

  

Romeu Zema, Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado (Foto Reprodução do X @RomeuZema).

Ao se ajoelharem diante da família Bolsonaro, governadores expõem fraqueza, revelam servilismo e inviabilizam seus próprios projetos nacionais. É impressionante como alguns políticos conseguem cometer erros em seus cálculos eleitorais. Em nome de algo que jamais terão, permitem-se ficar de joelhos diante de alguém que não representa nada além de sua própria família. Pagar pau para uma figura que só conquistou os mandatos que teve graças ao sobrenome que carrega — e, claro, por algumas otras cositas más.

É isso que se percebe na postura de Tarcísio, Zema e Ratinho. Tarcísio arrisca o próprio nome, inclusive pensando no futuro político em São Paulo, ao aceitar que Eduardo Bolsonaro o trate como se fosse seu senhor. Zema, que já carrega um sobrenome malvisto lá pelas bandas de Minas Gerais e, por isso mesmo, lançará sua pré-candidatura à Presidência em São Paulo, corre o risco de ver sua imagem ainda mais manchada pela lama que agora rompe barragens diretamente dos Estados Unidos. Ratinho, por sua vez, expõe seu apelido ao risco de encolher ainda mais no diminutivo. E Caiado… aguarde: logo, logo tu também virarás alvo.

Imagino que a estratégia desses governadores — todos eles sonhando com a Presidência da República — seja evitar o confronto com as bases do bolsonarismo. E aqui está o erro. A família não vai largar o osso. Esse movimento extremista e golpista — patrocinado e estimulado inclusive por partidos de centro aos quais esses governadores se filiam — é o que garante os mandatos dos filhos do agora inelegível. Ou seja: jamais a família dará a bênção a alguém que não traga Bolsonaro no sobrenome. Está provado em sua breve história: eles não confiam em nada que não seja espelho.

E aqui reside, talvez, o erro de cálculo fatal. Se esses atores políticos não colocarem agora em dúvida a suposta liderança de Eduardo, perderão a maior oportunidade de se posicionarem no tabuleiro eleitoral. Assistir calados ao esculacho público — transmitido em rede mundial — do principal responsável pela articulação do tarifaço trumpista contra o Brasil é, além de uma demonstração de fraqueza e servilismo, um sinal claro para seus eleitores (atuais e potenciais) de que não têm preparo para conduzir uma nação. Deixa claro o que, para mim, já é evidente — e, para o eleitor médio, é apenas uma questão de tempo.

Enquanto isso, cabe ao governo e à base social de Lula a tarefa de colar esses atores à trama golpista de ontem — e à ofensiva tarifária de hoje. Denunciá-los, responsabilizá-los. Porque, de fato, no mínimo cúmplices são da investida da família Bolsonaro contra a soberania e as instituições brasileiras. E a postura de vassalos adotada por eles até aqui só reforça essa verdade. 

Autor: Oliveiros Marques - Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP).