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1 de junho de 2025

Negacionistas: quem são e por que devem ser responsabilizados!

  

Imagem UFJF.

Durante décadas no Brasil e no mundo, a ciência efetuou pesquisas no afã de descobrir a cura para diversas doenças. Com a vacinação, países conseguiram erradicar de seu solo doenças terríveis, em especial aos recém-nascidos. Foi assim com a vacina Sabin que ajudou a erradicar a poliomielite no Brasil, por exemplo.

Entretanto, movimentos de extremistas de direita nos EUA trouxeram para o mundo o negacionismo com relação aos efeitos das vacinas, espalhando mentiras sobre a colocação de chips e outras bobagens que são disseminadas pelos aplicativos de mensagens e redes sociais, um terreno fértil para plantar a desinformação.

Durante a pandemia, vivíamos no Brasil o auge do desgoverno Bolsonaro, que obviamente foi contrário à aquisição de vacinas para combater a Covid-19. Disseminou mentiras sobre as vacinas e, ainda por cima, enganou muitos alienados receitando um tratamento alternativo que nunca existiu, a base de cloroquina.

Infelizmente, do seu governo em diante, a vacinação no país, inclusive de crianças, caiu vertiginosamente nos postos de saúde. Muitos pais não estão levando seus filhos para serem vacinados contra sarampo, dengue e tantas outras doenças.

No Estado de Santa Catarina, berço do flagelo bolsonarista, a Justiça foi obrigada a retirar dos pais, os passaportes e as CNHs, após os mesmos se recusarem a vacinar o filho de 7 meses de idade. A criança não tinha o registro de vacinas básicas como a pentavalente, pneumonia e meningite. Mesmo com decisão que previa multa de até R$ 10 mil, os pais se recusaram a vacinar o próprio filho, o que levou a medida do TJSC de suspender os documentos.

Percebam que não estou relatando um caso sobre uma vacina nova, desconhecida dos pais, mas sim, as vacinas básicas que todas as crianças recém-nascidas tomam normalmente nos postos de saúde até os primeiros anos de vida, salvando-as de doenças que poderiam deixar sequelas graves ou até levar a óbito.

O que pode fazer com que um pai e uma mãe permitam esse tipo de crime contra o próprio rebento? O que os levou a essa decisão estapafúrdia e sem nenhum sentido? Onde e de quem eles receberam informações científicas sobre a necessidade de expor seu próprio filho a doenças, colocando em risco outras crianças?

Com certeza foram influenciados por alguém, seja da política, da religião ou de seus grupos de mensagens. As autoridades brasileiras precisam urgentemente se atentarem para essas situações e tomarem as mais rigorosas providências no sentido de educar, informar e punir com rigor quem não vacine seus filhos.

Os chamados grupos antivacinas são formados por pessoas ou organizações que, por diferentes motivos, se opõem total ou parcialmente ao uso de vacinas. Esses grupos não são homogêneos e reúnem indivíduos de perfis variados, que compartilham desconfianças, medos ou rejeições em relação à vacinação. As razões podem ser ideológicas, religiosas, políticas, filosóficas, culturais ou baseadas em desinformação.

Perfis dos grupos antivacinas

1.    Movimentos libertários/extremamente individualistas

Enxergam as vacinas como uma imposição do Estado sobre a liberdade individual. São contra qualquer intervenção governamental na saúde pessoal.

2.    Grupos religiosos

Alguns interpretam que as vacinas vão contra preceitos religiosos, crenças sobre pureza do corpo ou interferência divina.

3.    Defensores de terapias alternativas

Preferem tratamentos "naturais" e rejeitam a medicina convencional, incluindo as vacinas.

4.    Teóricos da conspiração

Acreditam que vacinas fazem parte de planos ocultos, como controle populacional, rastreamento ou envenenamento em massa.

5.    Pais temerosos e mal informados

Movidos por desinformação, medo de reações adversas ou fake news, mesmo sem pertencer a movimentos organizados.

6.    Influenciadores digitais e celebridades

Pessoas que propagam ideias antivacinas nas redes sociais, muitas vezes com grande alcance, sem respaldo científico.

Principais argumentos usados (falsos ou distorcidos)

·        As vacinas causam autismo (refutado por centenas de estudos).

·        As vacinas contêm microchips para controle populacional (teoria sem fundamento).

·        Vacinas causam infertilidade.

·        A imunidade natural é melhor que a imunização.

·        A indústria farmacêutica lucra enganando a população (meia-verdade distorcida).

Quanta ignorância sem nenhum sentido ou comprovação científica. Ideologia barata e rasteira em prejuízo da saúde de milhões, banalizando algo que contém vida. 

Imagem UFScar.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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