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8 de março de 2025

Ganância acima de tudo e de todos!

 

Andando pelas ruas de São Paulo neste começo quente de março, verifiquei que na média o preço do Etanol nas bombas dos postos de combustíveis está em torno de R$ 3.49. Em Bauru, o preço é de cerca de R$ 4,19. Ou seja, uma diferença de R$ 0,70 por litro, algo impressionante se levarmos em consideração que na capital não existem plantações de cana de açúcar nem usinas de açúcar e álcool.

Enquanto na região Centro-Oeste, onde fica Bauru, são milhares de hectares plantados e muitas usinas. Com isso, fica escancarada a ganância desenfreada da cadeia distributiva do combustível que veio para ser alternativa à gasolina, porém, acaba em muitos momentos sendo proporcionalmente mais cara nas bombas.

E, neste momento, não temos entressafra, nem crise do petróleo ou qualquer desculpa esfarrapada que tente justificar o preço obsceno praticado em nossa região há muito tempo.

Fica difícil entender porque não há fiscalização sobre essa cadeia distributiva do etanol. Onde anda a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP? Afinal, ela é o órgão regulador das atividades que integram as indústrias do petróleo, gás natural e os biocombustíveis.

Fica cada vez mais claro que apenas os trabalhadores e aposentados são controlados pela Receita Federal, pagando seus impostos em dia. O Brasil tem milhares de sonegadores de impostos.

No começo do mês de fevereiro deste ano, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que o crime organizado pode estar operando em mais de mil postos de combustíveis no Brasil. O ministro disse ainda que pediu à Polícia Federal para abrir um inquérito para apurar a atuação desses grupos no setor.

O ministro destacou a necessidade de estudar, identificar e propor medidas para combater a infiltração dessas organizações na distribuição de combustíveis. Essa declaração explica muitas coisas neste país, mostra que existe proximidade e lavagem de dinheiro neste negócio lucrativo. Talvez, veja bem, talvez isso possa explicar aos consumidores o motivo do preço do etanol não recuar jamais e sempre aumentar.

E não adianta donos de postos virem reclamar do que estou escrevendo, se quiserem provem porque o etanol é mais barato em São Paulo do que em Bauru e se expliquem para os consumidores que deixam o equivalente a um rim em cada novo abastecimento.

Por mera coincidência, desde que o traidor Temer sentou na cadeira da presidência, os preços dos combustíveis nunca mais foram os mesmos, cresceram tanto quanto o lucro dos acionistas da Petrobras. E estes acionistas não são pobres. São milionários, muitos deles donos de grandes empresas do Brasil, lucrando com o sofrimento do conjunto da sociedade que precisa dos combustíveis.

Não à toa, carros elétricos ou movidos a hidrogênio não são produzidos e comercializados em grande quantidade para acabar com essa máfia dos combustíveis no país. Teríamos menos poluição, preços mais conta e quem sabe a redução dos preços do etanol?

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Festa imodesta!

Usando um pouquinho de Chico Buarque, com a devida vênia, as festas do fim de semana foram espetaculares. Ganhamos o Oscar de melhor filme internacional com o filme Ainda estou aqui! E a consagração de Fernanda Torres mostrou uma atriz expressiva, madura, carismática e pronta para papéis mais ousados ainda. Walter Salles finaliza um filme/documentário sobre o jogador Sócrates e Fernandinha tem sido sondada por diretores de Hollywood. Que o Oscar seja como as medalhas olímpicas e paraolímpicas: aconteçam sempre. Ou pelo menos, que apareçam às vezes nos ciclos olímpicos, pois sabemos que as oscilações, tanto no esporte quanto na arte, fazem parte. Quiçá, um dia, até uma final de futebol vire algo tão engajado e empolgante quanto uma disputa pelo Oscar! Sei, exagerei em meu entusiasmo. Fiquemos com as certezas de empolgação mais pé-no-chão do voleibol e do tênis. Esses estão acontecendo a pleno vapor com as últimas rodadas da fase de classificação das superligas de voleibol, masculina e feminina, bem como um dos torneios de tênis mais importantes, o de Indian Wells, nos Estados Unidos.

Dois centenários foram lembrados por estes dias, desde um pouco antes do carnaval. Os cem anos da revista New Yorker são para serem comemorados, tanto pela importância da revista, quanto pelo que influenciou no jornalismo moderno narrativo. É uma revista que investe no jornalismo literário, com reportagens longas, detalhadas, aprofundadas, sem ter como princípio o espalhafato. A nossa revista Piauí, mensal, é filha legítima dela, ainda que mais modesta e menos frequente. Não assino a revista para manter o prazer de ir à banca de jornais (elas ainda existem) para comprá-la. A versão digital da Piauí pode ser consultada aqui, com alguns textos abertos, mas a totalidade somente para quem é assinante: https://piaui.folha.uol.com.br/. Também não passou sem comemoração o centenário de Inezita Barroso. Vi algumas chamadas nos jornais, sem a mesma empolgação dada ao evento carnavalesco e à conquista do Oscar. Fiz uma trova para ela em nosso grupo da União Brasileira dos Trovadores, seção Campinas: Hoje, o dia de cem anos / é de Inezita Barroso: / com sua arte em vários planos / fez o Brasil orgulhoso.

A letargia de uma meia semana de descanso fez com que emperrasse este terceiro parágrafo, mas ele deve ser festivo também, para manter a estrutura do blog. Aquela festa "legal" que as pessoas de bem estão esperando, após o devido processo, não será comentada aqui, no entanto. Já são várias as críticas que o blog recebe, dizendo que vai bem quando não se politiza, como se tudo na vida não fosse politizado. Parece aquele jornal que se diz plural e apartidário, mas indica explicitamente de que lado da Faria Lima está jogando quando noticia a economia. Não sei se esconder o jogo é mais honesto do que apontar o dedo diretamente para suas preferências, talvez por falta de modéstia do quanto é lesivo à verdade tal comportamento. Mas, mantendo a festa, com o pé doendo devido à gota e acreditando que ainda não estou doente da cabeça - apesar que isso nunca se saberá - o bom sujeito entende que indicadores econômicos positivos poderiam ser comemorados (pleno emprego e PIB crescendo), caso não houvesse a inflação dos alimentos. Coincidência ou não, meus dois vizinhos de muro, à direita e à esquerda, fizeram churrasco no carnaval. Talvez eles festejem sem ler ou ouvir o noticiário.

Autor: Profº Adilson Roberto Gonçalves – Publicado no Blog dos Três Parágrafos.

1 de março de 2025

Pesquisas e Institutos precisam ser investigados!

 

Chamou demais a minha atenção a última pesquisa Datafolha sobre a aceitação ao governo do presidente Lula. Afinal, não ocorreu nenhum fato ou desgaste que pudesse justificar tamanha queda ou rejeição.  Claro que é necessário analisar alguns pontos no Brasil de hoje em dia. Primeiro: o país está fragmentado, dividido entre Bolsonaristas e pessoas que pensam. Segundo: entre os bolsonaristas que “odeiam” Lula, PT e a esquerda, temos empresários, o agronegócio, gente que vive da venda e distribuição de combustíveis, uma parcela significativa da grande mídia nacional, todos trabalhando pelo quanto pior, melhor. E terceiro: boa parte dos institutos de pesquisas não são confiáveis, ninguém sabe quem são os donos, o que fazem e do que vivem.

O político Lula, que perdeu três eleições, venceu outras três ficou impossibilitado de concorrer em 2018, graças ao golpe de Moro e seus promotores em Curitiba. Sempre foi muito exposto, suas virtudes e defeitos são do conhecimento da sociedade o que de certa forma reforça a surpresa com os índices apresentados.

Se nada de anormal aconteceu, a pesquisa precisa ser esclarecida. Não só pelo impacto que causou, mas por suas consequências. Os institutos gostam de dizer que as pesquisas refletem o momento. Se é verdade, melhor "momento" que esse nunca tivemos: o dólar de 6,20 reais está em 5,70, a bolsa vem reagindo acima das expectativas que o mercado previa, o varejo apresentou seu melhor resultado nos últimos 12 anos, o PIB cresceu e as exportações também. Que crise é essa de credibilidade então; senão uma evidente articulação para enfraquecer o governo?

São os mesmos institutos que semanas antes previam que Lula venceria todos os candidatos numa eleição em 2026 para presidente da república. Ou seja, em algumas semanas quem venceria todos, perdeu espaço, teve rejeição recorde e tudo sem nenhuma explicação plausível.

Não se trata de uma crítica às pesquisas eleitorais realizadas durante a campanha, mas sim, de questionamentos de como essas pesquisas estão sendo realizadas tecnicamente e em quais locais. É sabido de todos que existem currais eleitorais dos partidos em todo o país. Logo, para se obter resultados que sejam o espelho do momento é preciso ter cuidados redobrados num país completamente dividido entre esquerda, centro e extrema-direita.

Por último, não podemos deixar de lembrar que o Instituto DataFolha pertence a um grupo jornalístico que odeia a esquerda, o PT e Lula. Suas páginas não deixam dúvida quanto a sua parcialidade nas informações sobre política. Preferem disseminar Fake News do que falar a verdade no jornal.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.