Os economistas lembram do aniversário de 30 anos da
URV, antecessora do Real, a moeda e o plano de mesmo nome que vieram para
"acabar de vez" com a inflação no Brasil. Ao menos trouxeram esse
componente financeiro para níveis aceitáveis, em que os valores de aumento de
preços são anuais e não diários, como naquele final de anos 1980 e começo dos
1990. A economia tenta explicar e dar respostas, mas, no máximo, é falha na
previsão do passado. Com muitas fórmulas e cálculos complexos, conclui que o
mercado é instável, volúvel, nervoso, aflito, agitado, calmo, esperançoso e
demais características humanas um tanto distantes da exatidão que se possa
esperar com tanta matemática envolvida. Em relação ao Plano Real, a geração
nascida depois disso, que viu também a expansão das conquistas sociais dos
governos de centro-direita e social-democrata até os anos 2010-2015, mais ou
menos, não sabe o que é hiperinflação e falta de acesso a universidades, SUS,
políticas inclusivas, e um longo etc. Daí para serem cooptados por aventureiros
com discursos antissistema e extremista é um passo muito curto. E vivemos em
apreensão constante de instabilidade institucional devido a isso.
A conversão de uma unidade monetária em outra é uma
multiplicação simples, comum em noticiário sobre economia mundial. Cada país ou
região possui sua moeda, que carrega, além do valor, uma história
significativa. Ao menos era algo simples. Irritam os jornais, as revistas e os
noticiários televisivos quando noticiam valores originalmente em dólares ou
euros e os convertem para reais como se um norte-americano fosse ganhar uma
loteria lá nos Estados Unidos recebendo na forma de nosso dinheiro. Ou a multa
que um criminoso ex-presidente deve pagar pudesse ser em cédulas que estampassem
lobos-guará, garoupas e onças, e não apenas retratos de outros ex-presidentes.
É uma preguiça jornalística enorme não falar que o fulano vai ganhar ou pagar x
milhões de dólares, que é correspondente a y milhões de reais. Difícil?
Preguiçoso apenas.
Há quatro anos a OMS decretava a pandemia do coronavírus, ou da Covid, como nos acostumamos a simplificar a questão pelo nome da doença. No início, as apostas eram de que em algumas semanas a questão estaria resolvida e voltaríamos às rotinas. Em contraste ao desconhecimento inicial, até que aprendemos rápido a lidar com a situação, ainda que, no Brasil, 700 mil pessoas morreram, a maioria por negligência. O 14 de março foi dia do número pi - a relação entre a circunferência e o diâmetro de um círculo (https://adilson3paragrafos.blogspot.com/2019/03/mortes-em-circulos.html), de Albert Einstein e 6 anos sem saber quem mandou mandar Marielle Franco e Anderson Gomes. Era dia nacional da poesia e não é mais. Mas todo dia é dia de poesia, sabe bem o poeta. Dia 13 foi de aniversário de Bastos Tigre e, portanto, dia da Bibliotecária, do Bibliotecário
(https://lorenafilatelia.blogspot.com/2024/03/manuel-bastos-tigre.html). E repito que Camões, esse jovem aspirante a poeta, completa 500 anos. As efemérides dizem respeito a dinheiro? Não, talvez, mas são fatos e lembranças bem reais.
Autor: Professor Adilson Roberto Gonçalves – Publicado no Blog dos Três Parágrafos.
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