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6 de fevereiro de 2023

A mídia mente, a história registra!

A nossa grande mídia costuma distorcer, omitir e até inventar fatos, na tentativa de mudar a história dos acontecimentos ou das pessoas envolvidas. Muitas vezes no passado, quando não tínhamos ainda a internet, redes sociais e o auxílio de celulares modernos com grande alcance, éramos enganados em relação aos fatos que aconteciam do outro lado do mundo.

 

Um destes fatos foi a omissão sobre a verdade em relação à primeira ministra do Reino Unido Margareth Thatcher, que ocupou o cargo entre 1979 e 1990. Foi a primeira-ministra com o maior período no cargo durante o século XX e a primeira mulher a ocupá-lo. Thatcher era conhecida pela alcunha "Dama de Ferro", dada por um jornalista soviético e que se associou ao seu estilo de liderança. Como primeira-ministra, implementou políticas que passaram a ser conhecidas como Thatcherismo.

Thatcher introduziu uma série de iniciativas políticas e econômicas destinadas a reverter o alto desemprego e as dificuldades do país na sequência de uma recessão. Sua filosofia política e suas políticas econômicas enfatizaram a desregulamentação (particularmente do setor financeiro), mercados de trabalho flexíveis, a privatização de empresas estatais e a redução do poder e influência dos sindicatos.

A popularidade de Thatcher durante seus primeiros anos no cargo diminuiu em meio à recessão que ela não conseguiu combater, e ao aumento do desemprego, até a vitória na Guerra das Malvinas em 1982 e a recuperação da economia, que fizeram seu apoio popular ressurgir e ser decisivamente reeleita em 1983. Em 1984, sobreviveu a uma tentativa de assassinato.

Ela foi reeleita em 1987, para seu terceiro mandato. O seu apoio a um imposto comunitário foi amplamente impopular e suas opiniões sobre a Comunidade Econômica Europeia não foram compartilhadas por outros integrantes de seu gabinete. Em novembro de 1990, após sua liderança no Partido Conservador ser desafiada, renunciou como primeira-ministra.

Depois de se retirar da Câmara dos Comuns em 1992, recebeu um par vitalício como Baronesa Thatcher (de Kesteven no condado de Lincolnshire), um título que lhe garantiu um assento da Câmara dos Lordes. Em 2013, morreu vitimada por um acidente vascular cerebral aos 87 anos. Sempre uma figura controversa, Thatcher recebeu boas classificações nas pesquisas sobre os melhores e mais influentes governantes da história do país, mesmo que os argumentos sobre o Thatcherismo persistam.

No período em que governou, o Brasil atravessava uma ditadura militar, com censura à imprensa o que não permitia que as informações chegassem com precisão. A nossa ditadura terminou em 1985, e até 1990, tivemos o governo Sarney, eleito indiretamente no colégio eleitoral do Congresso Nacional, até a chegada de Collor, eleito em 1989.

Ainda no governo FHC (1995-2002), muito se ouvia sobre privatizações, liberalismo econômico e outras coisas que tentavam imitar o que havia acontecido na Grã-Bretanha.

A verdade é que na Irlanda, Escócia, País de Gales e parte da própria Inglaterra, Margareth era odiada profundamente pelo povo. Suas medidas liberais causaram amplo desemprego, destruição da indústria e as privatizações não trouxeram os benefícios divulgados no Brasil.

Sua política atacava os trabalhadores através de ações agressivas contra os sindicatos, essa luta travada por anos levou a inúmeras greves no Reino Unido.

O número de paralisações em todo o Reino Unido atingiu o pico de 4 583 em 1979, quando mais de 29 milhões de dias úteis foram perdidos. Em 1984, ano da greve dos mineiros, houve 1 221, resultando na perda de mais de 27 milhões de dias úteis. As paralisações caíram continuamente durante todo o período de mandato de Thatcher.

Era aliada dos EUA, anticomunista convicta. Quando da invasão da Rússia ao Afeganistão, proibiu os atletas olímpicos de participarem da Olimpíada naquele país. Porém, os atletas não aceitaram sua decisão e foram aos jogos. Na Copa do Mundo de 1982 tentou fazer com que a Inglaterra, Escócia e Irlanda não fossem ao mundial em boicote a Argentina por conta da guerra das Malvinas.

Seu perfil autoritário, com viés conservador e liberal, fez com que muitos a odiassem. Sua fixação contra os sindicatos que protegiam seus trabalhadores e a crise de emprego fizeram com que ela não fosse aceita em diversas cidades, em especial Liverpool, onde diversas fábricas fecharam durante a gestão de Thatcher.

          Até hoje em alguns jogos do Liverpool ainda são entoadas canções contra a ex-primeira ministra. Enquanto isso, no Brasil o empresariado e os políticos de centro direita a idolatravam enquanto privatizavam tudo que podiam, sem ter resultados positivos na maioria dessas ações.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

https://www.youtube.com/watch?v=CxVnQxWraHs 

https://www.youtube.com/watch?v=7jiNGNFS45s 

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