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10 de novembro de 2022

Estancar a sangria fascista!

Desde o domingo (30) deste ano mais da metade do Brasil respira com relativo alívio. A não reeleição do atual presidente representou muito, muito mais do que uma vitória eleitoral. Nas redes, mensagens e postagens se dividem entre o preto do luto e a alegria com generosas pitadas de bom humor. Mesmo as manifestações antidemocráticas dos inconformados são tratadas com leveza até quando, com precisão cirúrgica, diagnosticam o risco absurdo do fascismo delirante desta parcela de brasileiros.

O fascismo tupiniquim está à solta no país. O que preparou o caminho para relativizar as ações violentas foi a permissividade com a conduta criminosa do presidente da nação - Guilherme Gandolfi.

Muito além da esquerda, sai vitoriosa uma enorme parcela da sociedade brasileira. Vitoriosa apesar da máquina de Estado, farra de recursos públicos, auxílios diversos e sem critérios, terror e medo impostos pelas igrejas fundamentalistas, pressão patronal, discurso alarmista, pânico e violência. Por isto é correto afirmar que não foi uma vitória apertada, apesar dos índices. Contra todas as artimanhas da extrema direita, o elemento fundamental foi a unidade, uma gigante vitória.

Inimaginável até pouco tempo atrás, esta unidade surge como alternativa a três grandes ameaças: A destruição do resto da máquina estatal, a corrupção, mas principalmente ao fascismo. Esquerda, centro e direita entenderam que a reeleição levaria o Brasil a uma situação de penúria e caos, lançando as bases para uma guerra civil. O apoio à reeleição veio de setores envolvidos com a corrupção e uma extrema direita fascista, trazendo com estes dois grupos seus seguidores fanatizados a ponto de protagonizar episódios que variam do ridículo à truculência.

O fascismo tupiniquim está à solta no país. O que preparou o caminho para relativizar as ações violentas foi a permissividade com a conduta criminosa do presidente da nação, banalizando estupro, racismo, misoginia, homofobia e outros absurdos. Os resquícios truculentos da ditadura militar nunca foram extirpados totalmente da sociedade brasileira. Ao não punir assassinos e torturadores o Brasil permitiu sobrevida à bestialidade que explode agora e encontra guarida no fanatismo e no medo irracional de um inimigo imaginário.

O Brasil não pode repetir a farsa de uma anistia irrestrita. Não responsabilizar e punir indivíduos e setores responsáveis pelo golpe de 2016 e todas as suas consequências é avalizar as ações criminosas autoras da destruição do Estado brasileiro e da consciência nacional. As quase 700.000 mortes estão aí, o aumento desordenado da violência, o aparelhamento das polícias, a intolerância e a imposição do fundamento religioso não podem ficar impunes, sob pena do assassinato definitivo de nossa fragilizada democracia. O alívio é momentâneo, o Brasil precisa sorrir outra vez!

Autora: Regina Abrahão – Publicado no Site Brasil de Fato.

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