Seguidores

9 de dezembro de 2020

Sobre o tempo, o Brasil e alguns presidentes!

              Na minha idade sou contemporâneo de sete presidentes eleitos pelo voto popular e um pelo voto do colégio eleitoral, além dos presidentes que tomaram posse na ditadura militar. Em geral todos prometeram um Brasil melhor, mais seguro, com olhar direcionado para o futuro, que todos nós sempre imaginamos ser de uma ação forte, com economia em franco desenvolvimento sem tantas desigualdades e injustiças.

Uma nação que fosse uma mãe gentil e amorosa, pai ótimo provedor, equânime, um país gerido pelo lema positivista “Ordem e Progresso”, que a todos e tudo enquadraria nas boas normas da civilidade.

Até hoje, no entanto, nenhum deles passou perto de cumprir essa e outras promessas! Vivemos num Brasil onde habitam milhões de brasileiros sem acesso a água encanada, em condições precárias à margem do esgoto a céu aberto, esgueirando-se em fila indiana pelos limites das pocilgas, nas quais inexiste dignidade humana, numa atmosfera de alta periculosidade.

 Daí a minha convicção de que, ao final do mandato, cada qual foi apenas mais um presidente! Entrou para a história republicana apenas e tão somente por ter ocupado o cargo maior da nossa democracia, não pelos seus feitos, por suas obras, por sua travessia célere rumo ao futuro, muitos, ao contrário, nos levaram para o passado.

 Que me recorde, nenhum foi inspiração para samba enredo de escola, ou foi convidado para desfilar no carro alegórico exclusivamente criado para justificar seu mandato inquestionável. Sofreu, isto sim, descrédito, foi exposto à execração pública, e admoestado com manifestações hostis: fora Sarney, fora Collor, fora FHC, fora Lula, fora Dilma, fora Temer, fora Bolsonaro, fora o próximo e o próximo do próximo.

 No âmbito mundial, com raríssimas exceções como a Primeira Ministra da Nova Zelândia, Jacinda Kate Laurell Ardern, todos os atuais presidentes, incluindo o nosso, estão nivelados por baixo, são medíocres, nenhum tem méritos para ser sepultado no Mausoléu dos Heróis da Pátria.

 Enquanto Brasília estiver contaminada pela cultura política viciadíssima, baseada em poder e dinheiro, dominada pelos picaretas que Lula um dia denunciou, dificilmente aclamaremos um estadista.

 Perscrutando-se o horizonte da próxima eleição, e os prováveis candidatos, chegamos à conclusão de que estaremos trocando seis por meia dúzia.

  Não obstante, muitos de nós continuaremos vivendo o avançar das nossas idades, sendo amantes apaixonados por este belo e lindo país, tendo ainda a expectativa de que nos abram os portões do chamado Brasil do futuro!

Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

Fonte: Jaime Ferreira

Nenhum comentário: