Alguns preços tiveram nestes dois últimos anos uma evolução de aumento acima de sua curva normal. Não vou me ater às desculpas usadas pelo governo para tentar explicar o injustificável, pois elas são muitas vezes risíveis aos olhos da nossa realidade, por escamotear uma série de verdades, como por exemplo a falta de estoques reguladores para a soja e o arroz. A ausência de uma política de preços para a gasolina que a desatrele do dólar, uma vez que a Petrobras tem controle e domínio sem concorrência interna para a extração, distribuição e comercialização do produto.
Para um governo que alardeava que o preço do dólar iria ficar sob controle quando Bolsonaro assumisse, foi frustrante para seus seguidores perceber que a viagem a Miami e a Disney ficava muito mais cara.
O país está com sua economia estagnada, sem controle algum dos preços e da inflação gerada a partir dos aumentos frequentes dos alimentos, combustíveis e outros insumos.
Até o momento, passados dois anos da posse, o Ministro Paulo Guedes não demonstrou o mínimo preparo para poder enfrentar desafios tão grandes como a redução do desemprego na ordem de 14 milhões de brasileiros. A volta do desenvolvimento da indústria agravados pela pandemia em conjunto com a falta de ação do atual governo no período de um ano pré pandemia.
Apenas como exemplo segue um comparativo simples entre 2010 e 2020 para alguns produtos importantes para a sociedade:
Gás de cozinha: 2010 (38,31) - 2020 (71,61). Em dez anos botijão de 13 quilos aumentou em média 86%.
Dólar: 2010 – Valor médio anual R$ 1,76 - 2020 R$ 5,41. Nestes dez anos houve uma evolução de 33% no preço médio do dólar por real.
Gasolina: Dez/2010 R$ 2,59 – Dez/2020 R$ 4,40. Aumento de aproximadamente 59% no período.
Óleo de soja: Em 2010 – R$ 2,19 – 2020 R$ 7,65. Um aumento aproximado de 350%.
Arroz: Em 2010 o pacote de 5 quilos custava R$ 7,17. Hoje o pacote de arroz custa em média R$ 40,00. Um aumento de aproximadamente 570% no preço médio de um pacote.
Salário Mínimo: Em 2010 R$ 510,00. Em 2020 o salário mínimo vale R$ 1,045,00. Uma evolução de 105% em dez anos. Se levarmos em consideração o período de 2017 a 2020 essa evolução é de apenas 14% no período em que fomos governados por Michel Temer e Bolsonaro.
Com isso a pressão sobre os preços dos alimentos eleva a inflação sentida pela população de baixa renda, que acelerou em novembro, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-C1), que mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos, ficou em 0,95% no mês passado, contra 0,71% em outubro.
Os principais vilões do mês foram: passagem aérea: 27,16%; gasolina: 2,36%; batata inglesa: 32,43%; tomate: 18,81%; e o arroz: 5,79%. Enquanto isso, Paulo Guedes, nosso livro em branco em matéria de economia, desfruta de forma abobalhada da divulgação do PIB para o terceiro trimestre de 7,1%. Como se este trouxesse alivio a população de baixa renda e a sociedade em geral.
Os analistas do mercado financeiro
estimam uma inflação medida pelo IPCA de 3,54% em 2020, segundo a última
pesquisa Focus do Banco Central. Entre os itens que devem pressionar o índice
em dezembro está a energia elétrica e o gás de cozinha. O péssimo governo
Bolsonaro e a gestão medíocre de Guedes a frente da economia conseguiram a
proeza de reviver a inflação, algo que nem o PT nem Temer conseguiram em muitos
anos.
Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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