“Não se pode raciocinar com os fanáticos.
Temos de ser mais fortes que eles.”
Émile-Auguste Chartier, “Alain”.
Recebi outro dia uma mensagem de
WhatsApp que continha uma comemoração pelos 300 dias de gestão do atual presidente,
com supostas 100 realizações ao longo deste período. Seria cômico não fosse
trágico, pelo fato de que em primeiro lugar muitas das citações sejam mentiras,
outras tantas não possam ser classificadas como “realizações’ de um governo
federal.
Para exemplificar melhor cito algumas
entre as cem elencadas: a) Bolsa de valores alcança 100 mil
pontos pela primeira vez; b) Trabalhou com colostomia durante meses; c) Foi ao
aniversário do filho de sua assessora com o tema de Bolsonaro;
Não
precisa ser economista ou expert em mercado financeiro para saber que isso não
tem nada a ver com o desempenho do governo federal, nem nunca teve. Ter
despachado alguma coisa no hospital contrariando a equipe médica não é motivo
de classificação como “realização”. E por fim, a presença em aniversário virou algo
que devemos enaltecer na gestão pública?
Pelas
três afirmações acima o leitor pode ter uma vaga ideia do desconhecimento
completo do autor do que sejam realizações ou Gestão Pública. Esse fanatismo
aflorou desde a campanha eleitoral misturando algumas verdades com muitas
mentiras (Fake News) divulgadas nas redes sociais e no WhatsApp.
Nunca
em tempo algum presenciei esse tipo de situação. Em São Paulo na década de
setenta, quando malufismo estava no auge e MP agia com a mesma sonolência com
que age nas investigações dos políticos do PSDB, os fanáticos falavam das
realizações de Maluf, a diferença é que podíamos questionar o custo das obras,
porém, não a sua importância.
Isso
aconteceu nos tempos de Jânio Quadros e Adhemar de Barros quando os dois rivalizavam na política paulista. Entretanto
nada se compara ao que estamos vivenciando desde que Bolsonaro oficializou sua
candidatura à presidência da república em 2018. Difícil entender essa
necessidade mórbida de mentir para justificar o que não está sendo realizado.
Talvez
o motivo seja a vergonha perante amigos e parentes de assumir a verdade sobre a
gestão de Bolsonaro. que é fraca, com muitos atritos, problemas de
relacionamento entre os 3 Poderes, agressividade desnecessária para com lideres
de outras nações (França, Alemanha, Argentina, etc.).
Chama
a minha atenção o fato de que na lista de cem realizações não conste as
palavras: Saúde Pública, Cultura, Educação, Segurança Pública, Habitação Popular
e Empregos. Isso por si, já define o que foram estes primeiros 300 dias de
gestão e Bolsonaro.
Pode
mudar? Tempo há para isso, afinal de contas restam ainda aproximadamente 860
dias de prazo para que o governo realize algo que possa ser quantificado e
qualificado como ótimo, bom, razoável, ruim ou péssimo pela sociedade
brasileira, em particular pelos eleitores que vão julgar a gestão apenas em
outubro de 2022.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
Um comentário:
Olá!
Tudo bem? Espero que sim!
Gostei, do seu blog. Comecei a seguir ele. Será que podia retribuir segue o meu lá. Sucesso para nois.
http://reviverhoje.blogspot.com/
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