A utopia está lá no horizonte.
Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos, ela se afasta dez passos.
Por mais que eu caminhe jamais a alcançarei.
A Utopia serve para que jamais
deixe de caminhar em sua direção.
Eduardo Galeano
As manifestações populares ao redor do
mundo mostram claramente uma transformação que não passa apenas pela
insatisfação dos povos em relação aos seus governantes. Elas têm se acentuado
nos últimos meses deste conturbado ano de 2019.
A linda Barcelona está em polvorosa com
a antiga reivindicação de separação da Catalunha da Espanha. As prisões dos
lideres deste movimento iludiram a policia e a inteligência do governo espanhol
por alguns meses, porém, a fúria voltou as ruas com o dobro de pessoas e uma
vontade única de separar-se de vez do julgo do governo espanhol. Se estão
certos ou não a história no futuro dirá e poderá julgar todos os fatos e suas
consequências.
No Líbano, milhares de pessoas tomaram
as ruas em outubro para protestar vigorosamente contra o governo e sua
incapacidade de resolver a grave crise econômica que afeta a sociedade
libanesa. As manifestações, que acontecem pelo quarto dia consecutivo, são as
maiores no país nos últimos cinco anos.
Os protestos, iniciados na quinta-feira,
continuaram na capital, Beirute e em outros pontos do país, desde Trípoli e
Akkar, no Norte, até Tiro e Nabatieh, no Sul, passando por áreas centrais.
Os manifestantes agitavam bandeiras libanesas e cantavam: "O
povo quer derrubar o regime".
A divulgação do governo libanês da criação de
novos impostos, justificados como parte de medidas de austeridade para
enfrentar uma crescente crise econômica. "As pessoas não aguentam
mais", avisou Nader Fares, um manifestante no centro de Beirute,
acrescentando que está desempregado. "Não há boas escolas, eletricidade e
água", alertou.
Neste sentido, o estopim das
manifestações, foi o anúncio de uma taxa para chamadas feitas através
da internet, como pelo aplicativo de mensagens WhatsApp dentro do
programa de austeridade. A medida, entretanto, foi retirada devido à
pressão das ruas. Casos de corrupção e de má gestão governamental
intensificaram a revolta da população.
Na América do Sul, o Chile ferve e
milhões estão nas ruas protestando contra recém Reforma da Previdência
implantada naquele país, a desigualdade crescente e a situação da economia
claudicante do Chile. O estopim das manifestações vigorosas nas ruas chilenas
foi o decreto de aumento dos transportes públicos. O governo pensou que eram
atos isolados e feitos por baderneiros, porém, alguns dias depois, o presidente
chileno Sebastián Piñera, percebeu seu erro de avaliação, pediu desculpas,
revogou medidas, aumentou o salário mínimo e até pediu aos seus ministros que
renunciassem aos cargos. Nada disso garantiu a trégua dos manifestantes que
chegaram a colocar mais de um milhão de pessoas nas ruas de Santiago.
As eleições na Argentina, Uruguai e
Bolívia mostram que o cidadão está muito atento aos destinos de seus países,
confrontam ideias, exigem mudanças na economia, no trato com o meio ambiente e
na forma de governar seus países.
A exceção fica por conta do maior país
da América do Sul, o Brasil elegeu um deputado inepto por 28 anos, dentro de um
partido pequeno, lotado de fisiologistas, oportunistas e com muitas suspeitas
de fraudes através de candidaturas laranjas.
Sua gestão em dez meses não atacou o
desemprego, nem estabilizou a economia, mantém a saúde e a educação em terceiro
plano e, se caracteriza por agressões verbais inúteis tanto quanto
desnecessárias que isolam o Brasil de grandes nações. Sua verborragia inútil contribui
para o fracasso do acordo do Mercosul com a União Europeia, podendo inclusive
levar ao esfacelamento do Mercosul, trazendo aos empresários brasileiros um
prejuízo monstruoso para seus negócios.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública
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