A verdadeira descoberta não consiste em
procurar novas paisagens,
mas em possuir novos olhos.
Marcel Proust
O Brasil desde
sua colonização jamais foi um paraíso da ética e das virtudes, mas nos últimos
quarenta anos elas estão sendo vilipendiadas diariamente por aqueles que
deveriam dar o melhor exemplo. Como via de regra, o exemplo vem de cima, o
andar de baixo na sociedade brasileira vem sendo comprometido ano após ano. Contribui
para este estado de coisas a péssima educação e a falta de informação.
Quer seja na
economia, na política, nos negócios ou na vida em geral, jamais podemos
permitir que a ética seja conspurcada pelos modelos propagados através de
figuras grotescas da nossa grande mídia. Até por que eles são movidos
geralmente por interesses ainda mais escusos que os citados em suas falas
radiofônicas ou televisivas, ou ainda, por seus escritos em grandes jornais e
revistas.
Há algumas
décadas atrás, o jogador da seleção brasileira Gerson, exímio meio campista e
um grande líder do futebol de sua época, fora convidado para participar de uma
propaganda de uma certa marca de cigarros. O bordão era mais ou menos assim:
“Leve vantagem em tudo”.
Até os dias
atuais, a máxima “Levar vantagem em tudo”, ficou intimamente associado ao
jogador como a famosa e triste “Lei de Gerson”. Com certeza uma tremenda
injustiça para com o jogador, que sempre foi um grande caráter no meio
esportivo e fora dele.
Na política brasileira
inexiste a ética, incompatível com a gana dos políticos de enriquecer em pouco tempo,
de preferência durante seus seguidos mandatos. Os partidos políticos se
transformaram em grandes empresas lucrativas, auferindo sem muito controle e
nenhuma auditagem quantias obscenas a cada período eleitoral. Não recolhem impostos,
não precisam comprovar nada, apenas usam na sua maioria recibos e notas mais
falsas que uma nota de R$ 3,00 (Três reais).
A alguns anos
atrás assistimos a poderosa Volkswagen, potência automobilística mundial da
Alemanha, burlar a lei se envolvendo em um escândalo de falsificação de
resultados de emissões de poluentes em motores a diesel. A montadora
admitiu que, para burlar inspeções, usou um programa de computador em 11
milhões de carros em todo o mundo.
Portanto
preocupa o fato de que a gigante dos automóveis precise de um exemplo de falta
de ética e absoluta morbidez mercadológica para se valer da “Lei de Gerson”. O
dinheiro é importante para todos, mas jamais pode sobrepujar os limites da
ética, da decência e da moral.
Muitos pretendem
que se ensine muitas coisas em sala de aula porém, ninguém ergue a voz para
pedir que seja colocado no currículo escolar matérias que envolvam a Ética,
Cidadania e Organização Social e Política do país.
Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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