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26 de novembro de 2019

País com déficit de Ética!

                                                                    A verdadeira descoberta não consiste em procurar novas paisagens,
mas em possuir novos olhos.
Marcel Proust

O Brasil desde sua colonização jamais foi um paraíso da ética e das virtudes, mas nos últimos quarenta anos elas estão sendo vilipendiadas diariamente por aqueles que deveriam dar o melhor exemplo. Como via de regra, o exemplo vem de cima, o andar de baixo na sociedade brasileira vem sendo comprometido ano após ano. Contribui para este estado de coisas a péssima educação e a falta de informação.
Quer seja na economia, na política, nos negócios ou na vida em geral, jamais podemos permitir que a ética seja conspurcada pelos modelos propagados através de figuras grotescas da nossa grande mídia. Até por que eles são movidos geralmente por interesses ainda mais escusos que os citados em suas falas radiofônicas ou televisivas, ou ainda, por seus escritos em grandes jornais e revistas.
Há algumas décadas atrás, o jogador da seleção brasileira Gerson, exímio meio campista e um grande líder do futebol de sua época, fora convidado para participar de uma propaganda de uma certa marca de cigarros. O bordão era mais ou menos assim: “Leve vantagem em tudo”.
Até os dias atuais, a máxima “Levar vantagem em tudo”, ficou intimamente associado ao jogador como a famosa e triste “Lei de Gerson”. Com certeza uma tremenda injustiça para com o jogador, que sempre foi um grande caráter no meio esportivo e fora dele.
Na política brasileira inexiste a ética, incompatível com a gana dos políticos de enriquecer em pouco tempo, de preferência durante seus seguidos mandatos. Os partidos políticos se transformaram em grandes empresas lucrativas, auferindo sem muito controle e nenhuma auditagem quantias obscenas a cada período eleitoral. Não recolhem impostos, não precisam comprovar nada, apenas usam na sua maioria recibos e notas mais falsas que uma nota de R$ 3,00 (Três reais).
A alguns anos atrás assistimos a poderosa Volkswagen, potência automobilística mundial da Alemanha, burlar a lei se envolvendo em um escândalo de falsificação de resultados de emissões de poluentes em motores a diesel. A montadora admitiu que, para burlar inspeções, usou um programa de computador em 11 milhões de carros em todo o mundo.
Portanto preocupa o fato de que a gigante dos automóveis precise de um exemplo de falta de ética e absoluta morbidez mercadológica para se valer da “Lei de Gerson”. O dinheiro é importante para todos, mas jamais pode sobrepujar os limites da ética, da decência e da moral.
Muitos pretendem que se ensine muitas coisas em sala de aula porém, ninguém ergue a voz para pedir que seja colocado no currículo escolar matérias que envolvam a Ética, Cidadania e Organização Social e Política do país.

Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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