É hora de muitos experimentarem àquela estranha
sensação do uso do raciocínio em nosso país.
Fernando
Pinho
O Brasil possuí aproximadamente 11,3
milhões de brasileiros com mais de 15 anos que são analfabetos. Some-se a eles
os analfabetos funcionais, que são aqueles com incapacidade de compreender
textos simples. Tais pessoas, mesmo capacitadas a decodificar minimamente as
letras, geralmente frases, textos curtos e os números, não desenvolvem habilidade
de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas.
O Indicador Nacional de Analfabetismo
Funcional - Inaf em 2018, apontou que cerca de 30% dos brasileiros
entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais.
Esses dados alarmantes indicam que
aproximadamente 49 milhões de brasileiros do total de 210 milhões de habitantes
do país são analfabetos completos ou funcionais. Enquanto isso assistimos à
preocupação única do atual Ministro da Educação com ideologia. Nenhuma ação
prática, nenhuma estratégia, nada que possa reduzir esses dados alarmantes.
Se num exercício ainda maior incluirmos
a essa população os brasileiros que concluíram o segundo grau (ensino médio), num ambiente sem a qualidade necessária para fornecer uma base sólida de
ensino e conhecimento ao aluno, teremos a razão para tantos problemas
enfrentados em diversos setores do país.
Percebemos problemas graves em vários
setores da sociedade, onde é nítida a falta de educação, como no trânsito por exemplo,
onde as pessoas desconhecem as regras do trânsito, o teor das placas de
sinalização.
Os alunos não aprendem o esperado e o
sistema não garante sequer que todos cheguem até o final do ensino médio. O que
parece ficar nas sombras são os efeitos dessa situação. Indivíduos sem educação
de qualidade tendem a sofrer mais com o desemprego, e os que estão empregados
recebem salários menores.
A educação é também um escudo contra a
violência. Há diminuição de 2% dos homicídios a cada 1% a mais de jovens entre
15 e 17 anos na escola, apontam estudos e pesquisas do Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada).
A baixa qualidade educacional prejudica
ainda a economia. São necessários quatro trabalhadores brasileiros para
produzir o que um americano produz, de acordo com a consultoria The Conference
Board, organização norte-americana que reúne empresas e pesquisadores.
A dura realidade é que sem uma educação
de qualidade, com professores bem remunerados e plenamente capacitados, que
prepare para a vida, cidadania e mercado de trabalho o Brasil está condenando suas
crianças e jovens à exclusão social. Mais
emprego e renda, qualidade de vida e aprendizado para conviver em sociedade são
avanços que começam nas salas de aula. E a virada de jogo nas crises política e
econômica do país, também. Precisamos mudar e mudar já.
Entretanto, não percebemos no atual
governo, assim como nos anteriores, vontade política de realizar uma revolução
na Educação do nosso país. Para fazê-lo seria preciso uma completa
reestruturação do MEC, em seguida o esforço de transformar o currículo escolar
numa agenda que priorize a formação do jovem para o mundo moderno, para o
futuro.
A transformação começa nas salas de
aulas, porém, deve ser apoiada por um pensamento único em todo país – Só a
Educação de qualidade salva o futuro do nosso imenso país.
Autor:
Rafael Moia Filho é Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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