"A democracia sobrevive
quando
a inteligência do sistema
compensa
a mediocridade dos atores"
Daniel Inneraty
Apesar do governo estar no primeiro ano de
sua gestão de quatro anos, chama a atenção que em menos de sete meses tantas
iniquidades e coisas inverossímeis estejam saindo da boca dos ministros e do
presidente.
São coisas que nem no ensino fundamental
conseguiríamos extrair com tanta facilidade e eloquência. Uma verborragia de
inutilidades sem fim, que inundam redes sociais e a mídia.
O ministro das relações exteriores
Ernesto Araújo disse em alto e bom tom que o Nazismo alemão era proveniente da
esquerda. Isso causou assombro entre os alemães e os judeus de Israel. Afinal
eles são cultos e sabem a verdade, além do mais jamais iriam distorcer fatos
históricos apenas para tentar agredir partidos ou segmentos políticos de
quaisquer ideologias.
A ministra da Mulher, Família e Direitos
Humanos Damares Alves, ex-assessora do rejeitado Magno Malta, primeiro disse
que viu Jesus Cristo na Goiabeira de sua casa na infância. Nada demais. Duro é
ouvi-la e vê-la num vídeo dizendo que na Ilha de Marajó as meninas não tem
calcinhas para usar, motivo, segundo a ministra de tantos abusos e estupros.
Para resolver a situação ela diz que vai mandar construir uma fábrica de
calcinhas no local, com isso, irá gerar empregos e resolver o problema grave
dos abusos para com as meninas.
E eu pensando que depois de meninas
vestem rosa e meninos vestem azul ela fosse dar um tempo, se envolver com a
burocracia e o serviço de seu ministério... Ledo engano o meu, ela está a mil
por hora.
Recentemente o Ministro da Cidadania Osmar
Terra ameaçou fechar a ANVISA. Recentemente, proferiu uma de suas perolas
impagáveis ao afirmar que: “A Noruega e o Japão estão no mesmo nível que o
Brasil quando o assunto é fome”. Difícil não acreditar que o ministro estivesse
muito louco no ato que proferiu esta sandice.
A Noruega país com o melhor IDH do mundo
estaria no mesmo nível que o Brasil? Somente posso imaginar que o Sr. Terra
nunca tenha visitado ou lido a respeito da Noruega e do Japão. Beira o ridículo
um homem público com o cargo de ministro da cidadania falar uma asneira dessas.
Deveria ser demitido apenas por isso, evitando maiores vexames da próxima vez
que abrir sua boca.
Mas o exemplo vem de cima, neste caso,
do presidente eleito, que não tem freios na língua. Sua verborragia atinge
cultura, educação, ciência, profissões e países sem pudor algum.
Tentando imitar o bufão Donald Trump,
presidente americano o presidente brasileiro utiliza a mesma ferramenta para
comunicar-se com a sociedade, pelo menos isso é o que ele disse ao se eleger.
Na realidade as falas são para minorias e visa sempre atingir pessoas, partidos
e demais segmentos da sociedade civil.
Veja algumas pérolas do Bolsonaro:
“Falar
que se passa fome no Brasil é uma mentira. Passa-se mal, não come bem, aí eu
concordo. Agora passar fome não. Você não vê gente pobre, com um físico
esquelético pelas ruas como a gente vê em alguns outros países aí pelo mundo.”
“Nós
temos 61% do território brasileiro de área preservada. Aí você bota aí dentro
que são reservas indígenas, quilombolas, estação ecológicas, parques nacionais
unidades de conservação, entre outras.”
“O
Brasil é o país que menos usa agrotóxicos.” Mentira: Brasil é o terceiro maior
consumidor de agrotóxicos do mundo (210 mil toneladas/ano). O país só perde
para a China (1,3 milhão de toneladas/ano) e para os Estados Unidos (406 mil
toneladas/ano).
“O
Brasil é exemplo para o mundo na preservação ambiental.”
“Trabalhando
com nove, dez anos de idade na fazenda, eu não fui prejudicado em nada. Quando
um moleque de nove, dez anos vai trabalhar em algum lugar, tá cheio de gente aí
'trabalho escravo, não sei o que, trabalho infantil'.”
“Não
há dúvida né [que o nazismo é de esquerda]? Como é o nome do partido? Partido
Nacional Socialista da Alemanha, né?”
“Aprendi
a dirigir com dez anos um trator na fazenda, não vejo necessidade alguma de Autoescolas
ministrarem aulas aos que querem tirar uma CNH”.
Mentiras absurdas, palavras muitas vezes
jogadas ao vento, enquanto o país parado espera por alguma ação contra o
desemprego, por projetos que contribuam para a melhoria imediata da economia,
por melhores condições da Saúde Pública e da segurança. Entretanto, o
presidente fala bobagens, assiste futebol nos estádios, viaja, mente
descaradamente e assim segue a vida na nossa republiqueta...
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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