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8 de agosto de 2019

Uma competição desleal!

A dificuldade não está nas novas ideias,
mas sim em escapar as antigas.
John Maynard Keynes

Isso já aconteceu no começo do século XX, quando os maquinários da época da revolução industrial inglesa começaram a se tornarem obsoletos. Poucas décadas após o início daquele século e eles desapareceram praticamente. Os cavalos de tração deram espaço e lugar aos veículos motorizados.
Hoje, mais de um século depois os trabalhadores de diversos segmentos têm razões de sobra para se preocuparem com a evolução tecnológica e nova onda com a Inteligência Artificial e a Robótica avançando celeremente sobre vários segmentos e não apenas os industriais. O automotivo, por exemplo, já tem em funcionamento a algum tempo robôs na confecção dos automóveis, caminhões e máquinas agrícolas.
O avanço agora com a utilização de robôs que conseguem ler, falar e até escrever e, pasmem – calcular, transformam completamente o papel dos seres humanos, antes, o fator mais importante na produção. Essas transformações começaram a ser preconizadas desde a década de 80, como por exemplo, o vencedor do Prêmio Nobel Wassily Leontief que em 1983 já alertava sobre a diminuição da importância do homem na produção.
Assim como os animais deixaram de ser utilizados na indústria no começo do século XX, agora é a vez dos humanos serem substituídos pelos robôs de alta tecnologia e eficiência.
Se no século XIX, os trabalhadores se preocupavam com a crescente utilização das máquinas nas indústrias. Na Inglaterra William Leadbeater, operário inglês dizia que: “Essas máquinas... são ladrões que vão roubar milhares de empregos”.
Nos Estados Unidos entre 1969 e 2009 o valor real dos salários dos trabalhadores em tempo integral caíram em média 14% (Quatorze por cento). Na Alemanha e no Japão, os salários estão estagnados na maioria das ocupações há anos, mesmo com o contínuo crescimento da produtividade. A razão é simples: oferta de mão de obra está se tornando cada vez maior. Avanços tecnológicos estão colocando os habitantes da terra em competição direta com bilhões de trabalhadores por todo o mundo, além da competição com as máquinas em si.
No Brasil, pouco se discute essa modernização, estamos ainda vivendo sob a égide da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas elaborada na década de 40. Desatualizada, completamente sem sentido nos padrões atuais onde a modernização tecnológica rompeu espaços e colocou novas formas de trabalho em busca da produtividade.
São muitos os exemplos, os múltiplos aplicativos (que vem do inglês application) que inundam o mundo atualmente usados através dos celulares para alimentação, delivery, transporte, etc. Os espaços de trabalho conjunto CoWorking que é uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências do freelancing e das startups, os coworkings reúnem diariamente milhares de pessoas a fim de trabalhar em um ambiente inspirador.
Essa união de pessoas permite que mais e mais escritórios se espalhem pelo país. No Brasil, contam-se mais de 100 espaços. No mundo todo, estima-se que já existam mais de 4.000 espaços em funcionamento.
Em breve veremos a nossa relação com os Bancos deixar de existir na forma atual, passando a ser exercida praticamente de forma virtual. O celular que entrou no país timidamente em 1991, com muitas pessoas torcendo o nariz, acreditando que aquilo era modismo, hoje é ferramenta imprescindível para todos.
É preciso que o país saia das discussões ideológicas infrutíferas e passe urgentemente a trabalhar com o futuro, que já estacionou sua nave ao lado de fora do nosso mundo. O futuro é ontem, a modernização já começou e está a passos largos, se o Brasil demorar muito ficará como sempre a reboque da utilização da IA – Inteligência artificial enquanto o presidente brinca com o abastecimento ou não de navios iranianos nos portos brasileiros. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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