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6 de agosto de 2019

A linha tênue que nos separa de um novo regime de excessão!

"A democracia sobrevive quando
a inteligência do sistema compensa
a mediocridade dos atores"
Daniel Inneraty

Apesar de estarmos próximos de completar 30 anos da primeira eleição após o regime militar com sua ditadura de 21 anos (1964-1985), com o retorno a normalidade democrática do país, com eleições livres e liberdade plena de expressão. Vivemos neste ano de 2019 uma situação que nos remete (principalmente para quem viveu) ao ano de 1964.
Discussões sobre esquerda e direita, muita falação sobre comunismo, um regime que o brasileiro desconhece por completo em sua república. Intervenções do presidente demitindo quem o contrarie, censura a entidades, institutos e pessoas. Enfim, algo que preocupa e destoa para um país onde boa parte da população dizia ter medo de uma guinada que levasse o país a uma situação como a da vizinha Venezuela.
O presidente eleito sem praticamente nenhuma participação em debates televisivos, utilizando-se de insinuações e agressões com o uso de fake News nas redes sociais, só teve êxito em boa parte pelo ódio que uma parcela considerável da população nutre pelo PT.
Diante de algumas falas que remetem aos tempos de ditadura militar, corroboradas pela massiva indicação de militares da reserva para postos diversos da administração federal paira no ar a sensação de nuvens negras rondando o céu do Brasil.
Em Manaus, antes de uma visita do presidente, policiais interviram numa reunião onde se planejavam protestos contra o governo federal. Em SP, uma reunião de mulheres do Partido PSOL, foi invadida por alguns policiais militares que questionavam o objetivo daquela reunião ordeira, normal e permitida para qualquer partido político.
Não bastasse isso, no estádio de futebol quando muitas pessoas xingavam o presidente mesmo ausente do local, policiais militares prenderam aleatoriamente um jovem, bateram, machucaram o rapaz sem que houvesse quaisquer crimes cometidos. A delegada interpelada pelo jovem disse: Estamos cumprindo o Estatuto do torcedor. Como? A Constituição Federal que nos garante o direito de livre expressão foi rebaixado diante do estatuto do torcedor pela delgada?
Que país é esse cujo presidente não aceita dados e números vindos do INPE, IBGE ou quaisquer outros órgãos estatais? Onde o presidente assume publicamente que vai colocar o filho como embaixador mesmo sem estudo e carreira diplomática por mero capricho e nepotismo.
Um país que o presidente afronta os organismos ambientais e cientistas renomados afirmando não haver desmatamentos quando o índice em 2019 salta aos olhos de todos. Um país onde o presidente desrespeita irmãos nordestinos com “brincadeiras” que passam longe de serem engraçadas. Afrontando negros, homossexuais e até pessoas orientais.
Um país assim, não pode mesmo viver em paz sem temer que nos subterrâneos do poder estejam tramando um novo golpe militar. Por que não? A história muitas vezes se repete, neste caso para pior, muito pior.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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