A dificuldade não está nas novas
ideias,
mas sim em escapar as antigas.
John Maynard Keynes
A política no Brasil vive de ondas que
contém otimismo exagerado, mentiras, omissões de fatos, intenções e fatalmente
envolvem desde o eleitor até o mais simples brasileiro em sonhos e promessas
não realizadas.
Não se discute a política como deveria e
é feito em vários países onde existe o sistema democrático. A disputa é sobre nomes
isolados, como se estes não fossem usar partidos para trocas de favores, cargos
e muito poder numa corrupção desenfreada.
A primeira onda ocorreu após a ditadura
militar (1964 – 1985) com a movimentação que foi fruto das Diretas Já. A emenda
Dante de Oliveira foi rejeitada na Câmara e acabou cedendo espaço para a
realização das eleições indiretas, onde Tancredo Neves – MDB venceu Paulo
Maluf.
A onda propriamente dita começou com a
vitória de Tancredo Neves, um político experiente, exímio articular, porém, sem
nenhuma grande passagem pelo Poder Executivo que pudesse dar ao povo brasileiro
a certeza de um grande governo pós ditadura. Sua grave doença pegou a todos
desprevenidos e provocou uma onda messiânica que tomou ruas, igrejas em todos
os cantos do país.
Com sua morte no dia 21 de abril de
1985, a esperança morreu junto e no lugar dela assume José Sarney, em quem
ninguém nunca confiou e estavam certos. Seu governo foi desastroso.
Em 1989, aconteceu enfim a tão sonhada
eleição direta para a presidência da república. No primeiro turno vinte e dois
candidatos disputaram as eleições. Coube aos eleitores escolherem Lula e Collor
para a disputa do segundo turno. Começava a segunda onda naquele momento, com as
pessoas enaltecendo o então desconhecido Fernando Collor de Melo. Foi eleito e
em questão de minutos após sua posse o sonho se desfez quando ele tirou o
dinheiro de todos inclusive da poupança. Foi cassado através de um processo de
Impeachment.
A terceira onda veio em 1995 com a
eleição de FHC do PSDB-SP, trazendo consigo o Plano Real, que era seu maior
aliado e carro chefe. Enquanto a inflação esteve baixa e sem crises, voou em
céu de brigadeiro, vencendo a reeleição que ele próprio criou às custas de R$
200 mil cada deputado. Se perdeu na arrogância achando que seu partido teria
vinte anos de poder.
A quarta onda veio com o então
sindicalista Lula em 2002, levando ao poder pela primeira vez um homem simples,
semialfabetizado, com origens eminentemente populares. Teve medidas de impacto
junto a população das classes C, D e E. Porém, sucumbiu a corrupção e acabou
preso na Operação Lava Jato.
A eleição de Dilma Rousseff e após seu
impeachment com a posse de Michel Temer, seu vice não causou onda alguma, pelo
contrário, teve repercussões que derrubaram a economia de forma avassaladora.
A quinta onda ressurgiu com a eleição de
um sujeito que foi mandado embora do exército, foi vereador do RJ e depois
deputado federal por 28 anos sem nenhum grande projeto. Entretanto esse então
desconhecido Capital Jair Bolsonaro, surfou na onda do ódio ao PT. Venceu as
eleições com 38% dos votos, porém, ainda não entendeu que esse momento passou e
que desde sua posse em janeiro deveria estar governando para o país inteiro.
Preso a questões ideológicas que lhe
tomam tempo e causam desgaste desnecessário, quando na verdade deveria estar
implantando projetos para recuperar a economia, alavancar o emprego e melhorar
a saúde pública e a educação. Essa talvez seja a pior onda criada pelos
eleitores que votaram com o fígado ao invés de usarem o cérebro. Em pouco
tempo, muito já perceberam a ineficácia do projeto de governo de Bolsonaro.
Essa onda de extrema direita pode levar
o país para um estágio nunca antes visto e vivido no Brasil. Animosidade
interna, agressividade que provoca o afastamento de países importantes do ponto
de vista político e comercial. Governa para uma minoria e tenta manter um
discurso raso, nulo e ignorante pensando apenas em manter estes mesmos 38% que
o elegeram em 2018.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário