“Quem se senta no fundo de
um poço para contemplar o céu,
há de achá-lo pequeno"
Han Yu.
Nestes últimos trinta e poucos anos
tivemos uma sequência de governantes que deveríamos apagar da nossa história
enquanto Nação. Da vitória de Tancredo no colégio eleitoral aos dias atuais, o
nosso país perdeu um tempo precioso que jamais será recuperado no sentido de
ter se tornado uma potência mundial, ou na pior das hipóteses um dos países
mais fortes entre os chamados em desenvolvimento.
Jogamos no lixo todas as
possibilidades que tivemos ao não fiscalizarmos nem participarmos ativamente da
vida política nacional, nos limitando a votar, cometendo um erro crasso que
nos custa justamente o preço do atraso e do subdesenvolvimento em que estamos perante o mundo moderno.
Nossa indústria está atrasada e
sucateada, sem condições de competir com os países da Europa, Ásia e América do
Norte. Nossas riquezas saem para o exterior a preço de banana. Exportamos
matéria prima e depois compramos a preço de diamantes os produtos finais produzidos
pelos países ricos.
Não temos controle algum sobre nossas
fronteiras em nosso vasto território continental. Nosso setor pesqueiro carece
de investimentos e nem no turismo podemos nos orgulhar de algum avanço, mesmo
sediando grandes eventos mundiais e tendo belezas naturais incomparáveis.
A violência que é fruto das péssimas
gestões e do descaso para com a Educação e a saúde pública, hoje alcançou
níveis insuportáveis em toda área urbana do país. Nossas leis são antigas, o
código penal é retrógado e mantém penas brandas para crimes hediondos, além de
benesses que incentivam a criminalidade em todos os cantos.
Nada que é feito dentro dos governos
nas três instâncias do poder executivo (Municipal, Estadual ou Federal) leva em
conta o bem estar da sociedade e o futuro da Nação. As privatizações ao invés
de reduzirem a participação do Estado serviram apenas para engordar contas de
políticos em paraísos fiscais e deixar empresários milionários com as
aquisições de grandes empresas por preços subfaturados em editais manipulados e
suspeitos.
Prova é que estamos vivendo um colapso
no setor elétrico nacional, perdemos muitos recursos minerais e não investimos
praticamente nada em Educação, Saúde, Saneamento Básico, Habitação e Segurança
Pública com os recursos oriundos das vendas das estatais.
As nossas rodovias são do tempo do
império, muitas ainda sem capa asfáltica e intransitáveis por onde passam boa
parte do escoamento da nossa safra agrícola. Nossas hidrovias são parte de um
projeto tímido, sem os devidos investimentos, talvez por conta da força do
setor automobilístico que não quer perder o filão da venda de seus caminhões
para as barcaças.
Ainda no setor logístico, vimos depois
da posse de FHC em 1995, o completo sucateamento do setor ferroviário no país. Um
dos meios mais seguros e econômicos para o transporte de cargas foi destruído
pela infeliz estratégia do grão tucanato no período de 1995 – 2001.
Para piorar, nenhum outro país tem a
classe política tão ruim, tão corrupta e incapaz como o Brasil. É certo que,
nosso povo carente de educação e de informação, não leva a sério a democracia,
pensa erroneamente que votar é o começo e o fim do processo. Não cobra, não
fiscaliza e a tudo releva. Discute apenas os candidatos a presidência, quando
deveria dar valor a todos os cargos eletivos que são colocados em votação.
A cada novo pleito, percebemos que
nada muda, os nomes colocados a prova são fruto da maquiavélica máquina
partidária engendrada por um grupo grande de interessados em manter as coisas
no nível bem baixo e distante da luz e da justiça.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
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