“Somos uma empresa, instituição
de inteligência,
que em qualquer época com ou
sem crise,
terá lugar assegurado. Os
governos passam, nós ficamos”.
Júlio Bozano
Enquanto o país discutia a situação
nebulosa em que se encontrava a Petrobrás, sugada pela força do furacão
Corrupção o cidadão ao abastecer seu veículo pagava na bomba de combustíveis R$
2,89 o litro da gasolina. Hoje, passados mais de dois anos, com a empresa
voltando ao seu normal, estamos pagando mais de R$ 4,00 o litro da mesma
gasolina.
É a lógica reversa da leitura da
corrupção a favor da privatização, na prática da corrupção legalizada para
pequenos grupos do poder estabelecido.
A existência dos focos de corrupção na
empresa é antiga, variando a sua intensidade, talvez nunca como nos últimos
anos, conforme apurada em delações dentro da Operação Lava Jato. Em 2002, final
do governo FHC e começo da gestão Lula, a Petrobrás tinha um valor de mercado de
US$ 15,5 bilhões, saltando para cerca de US$ 104,9 bilhões em 2014. Quando
começou a exploração dos poços utilizando o modelo de partilha, o que era muito
mais lucrativo para o Brasil, coadunado à lei que previa 75% dos royalties da
extração do petróleo para a educação e 25% para o SUS. Sem levar em consideração
os ativos da empresa, a descoberta do Pré-Sal, a detenção da tecnologia de
perfuração em águas profundas etc., o que tornava o valor da empresa ainda
maior. Neste momento a corrupção passou a ser um enorme problema.
Quando a corrupção rolava, mas o grosso
do lucro ia para investidores, para a bolsa de valores e para irrigar campanhas
do PSDB/PT e PMDB, ela não interessava. Quando a corrupção inverteu a lógica,
apareceu a operação lava-jato.
E olha que no Brasil a disputa é até
tranquila. Aqui o jogo pelo Petróleo está só criando milhões de desempregos,
derrubando governos e prendendo líderes.
No Oriente Médio ele está dizimando
países e praticando genocídios. Ou vocês acreditam mesmo que a guerra na Síria,
na Líbia, Iraque e a possível guerra entre Irã e Israel é religiosa?
A primeira coisa que fizeram quando
apearam o PT do poder foi colocar na presidência da empresa um homem de
mercado, um homem que tinha interesses financeiros pessoais na empresa, o Pedro
Parente.
Depois de começarem a repetir em 2014
que a Petrobrás estava quebrada, mesmo sem estar, tendo em vista que seu valor
de mercado era seis vezes maior que em 2002, e já tinha atingido um pico, anos
antes, entre 2009 e 2012 de cerca de um trilhão de reais, chegando a ser a 10°
maior empresa do mundo, as pessoas simplesmente acreditaram cegamente, e a
privatização da Petrobrás passou a ser ponto pacífico.
Na década de 60, a Indonésia era um
país recém-liberto do domínio holandês que despertava profundos interesses no
Ocidente e Austrália pela sua abundância em Petróleo. O primeiro trabalho para
a derrubada do governo que lá vigorava, foi à proliferação de escândalos, o
segundo foi o investimento ocidental em grupos revoltosos (Síria?), e depois
estes grupos foram financiados pelo Ocidente e Austrália e saíram armados,
liderados pelo futuro ditador Suharto.
Depois que o Suharto tomou o poder,
como primeira ação entregou todo o petróleo nas mãos de empresas destes mesmos
países que financiaram seu golpe. Depois, praticou um genocídio que dizimou 500
mil pessoas. E quando menos se percebeu a Indonésia, que antes era uma das
grandes exportadoras de petróleo e autossuficiente em energia, se viu obrigada
a comprar o que ela mesma produzia pagando quatro dólares a mais por barril do
que ganhava em royalties, multiplique quatro dólares por milhões ao dia.
Está aí a mágica das privatizações, o
linchamento em cima da Petrobrás, a repetição de que ela opera no prejuízo e é
um fardo pesado ao Estado que querem vender a vocês. Não se trata de defender o
governo pois estes grupos que saem em defesa da Petrobrás defendiam também
todas as indústrias estratégicas do País mesmo na época do regime militar.
Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Pública.
Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Pública.
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