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16 de maio de 2018

Petrobrás - Abaixo do Pré-Sal!

“Somos uma empresa, instituição de inteligência,
que em qualquer época com ou sem crise,
terá lugar assegurado. Os governos passam, nós ficamos”.
Júlio Bozano

Enquanto o país discutia a situação nebulosa em que se encontrava a Petrobrás, sugada pela força do furacão Corrupção o cidadão ao abastecer seu veículo pagava na bomba de combustíveis R$ 2,89 o litro da gasolina. Hoje, passados mais de dois anos, com a empresa voltando ao seu normal, estamos pagando mais de R$ 4,00 o litro da mesma gasolina.
É a lógica reversa da leitura da corrupção a favor da privatização, na prática da corrupção legalizada para pequenos grupos do poder estabelecido.
A existência dos focos de corrupção na empresa é antiga, variando a sua intensidade, talvez nunca como nos últimos anos, conforme apurada em delações dentro da Operação Lava Jato. Em 2002, final do governo FHC e começo da gestão Lula, a Petrobrás tinha um valor de mercado de US$ 15,5 bilhões, saltando para cerca de US$ 104,9 bilhões em 2014. Quando começou a exploração dos poços utilizando o modelo de partilha, o que era muito mais lucrativo para o Brasil, coadunado à lei que previa 75% dos royalties da extração do petróleo para a educação e 25% para o SUS. Sem levar em consideração os ativos da empresa, a descoberta do Pré-Sal, a detenção da tecnologia de perfuração em águas profundas etc., o que tornava o valor da empresa ainda maior. Neste momento a corrupção passou a ser um enorme problema.
Quando a corrupção rolava, mas o grosso do lucro ia para investidores, para a bolsa de valores e para irrigar campanhas do PSDB/PT e PMDB, ela não interessava. Quando a corrupção inverteu a lógica, apareceu a operação lava-jato.
E olha que no Brasil a disputa é até tranquila. Aqui o jogo pelo Petróleo está só criando milhões de desempregos, derrubando governos e prendendo líderes. 
No Oriente Médio ele está dizimando países e praticando genocídios. Ou vocês acreditam mesmo que a guerra na Síria, na Líbia, Iraque e a possível guerra entre Irã e Israel é religiosa?
A primeira coisa que fizeram quando apearam o PT do poder foi colocar na presidência da empresa um homem de mercado, um homem que tinha interesses financeiros pessoais na empresa, o Pedro Parente.
Depois de começarem a repetir em 2014 que a Petrobrás estava quebrada, mesmo sem estar, tendo em vista que seu valor de mercado era seis vezes maior que em 2002, e já tinha atingido um pico, anos antes, entre 2009 e 2012 de cerca de um trilhão de reais, chegando a ser a 10° maior empresa do mundo, as pessoas simplesmente acreditaram cegamente, e a privatização da Petrobrás passou a ser ponto pacífico.
Na década de 60, a Indonésia era um país recém-liberto do domínio holandês que despertava profundos interesses no Ocidente e Austrália pela sua abundância em Petróleo. O primeiro trabalho para a derrubada do governo que lá vigorava, foi à proliferação de escândalos, o segundo foi o investimento ocidental em grupos revoltosos (Síria?), e depois estes grupos foram financiados pelo Ocidente e Austrália e saíram armados, liderados pelo futuro ditador Suharto.
Depois que o Suharto tomou o poder, como primeira ação entregou todo o petróleo nas mãos de empresas destes mesmos países que financiaram seu golpe. Depois, praticou um genocídio que dizimou 500 mil pessoas. E quando menos se percebeu a Indonésia, que antes era uma das grandes exportadoras de petróleo e autossuficiente em energia, se viu obrigada a comprar o que ela mesma produzia pagando quatro dólares a mais por barril do que ganhava em royalties, multiplique quatro dólares por milhões ao dia.
Está aí a mágica das privatizações, o linchamento em cima da Petrobrás, a repetição de que ela opera no prejuízo e é um fardo pesado ao Estado que querem vender a vocês. Não se trata de defender o governo pois estes grupos que saem em defesa da Petrobrás defendiam também todas as indústrias estratégicas do País mesmo na época do regime militar.
Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Pública.

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