Não ande atrás de mim, talvez
eu não saiba liderar.
Não ande na minha frente,
talvez eu não queira segui-lo.
Ande ao meu lado, para podermos
caminhar juntos.
Provérbio Ute
Todo ano em que ocorrem eleições no
Brasil surgem boatos das redes sociais e na internet afirmando que a eleição
pode ser anulada se mais da metade dos eleitores de determinada circunscrição
anularem seus votos.
Para tirar proveito desse equívoco mal
intencionado é comum circularem correntes através de e-mails, posts e agora
também no aplicativo Whattapp, sob a alegação de que a eleição será anulada e
haverá uma nova, sem a participação dos antigos candidatos.
Na verdade, o único efeito de votar
nulo ou branco, bem como se ausentar da votação, é causar a diminuição do
quociente eleitoral com a consequente redução do número de votos que os
partidos ou coligações precisam para elegerem seus candidatos. Isso acaba
favorecendo a corrupção eleitoral, compra de votos e a eleição de indivíduos sem
representatividade popular.
Essas correntes pregando o voto nulo,
em geral querem apenas induzir o eleitor ao erro para poder alcançar esses
resultados. O eleitor incauto ou desinformado imagina que vai retirar da
disputa os candidatos que ele considera ruim, mas na verdade está sendo vitima
de um engodo planejado por grupos apoiados por partidos políticos.
A falsa crença de que o voto nulo do
eleitor pode anular a eleição decorre da incorreta interpretação do Art. 224 do
Código Eleitoral. Nele existe a informação de que se mais da metade dos votos
forem atingidos pela nulidade a eleição terá de ser renovada, mas não se refere
ao voto nulo que consista da manifestação apolítica da vontade do eleitor ao
digitar um número inexistente na urna eletrônica.
O referido Art. 224 refere-se apenas
aos votos que a Justiça Eleitoral anula em processos judiciais, após a
constatação de que houve fraude na captação dos votos. Ademais, mesmo nesta
hipótese, os candidatos anteriormente registrados poderão participar da nova
eleição normalmente.
Portanto, não se iluda, nem repasse
nenhuma dessas correntes que só prejudicam a sua participação política e engana
muitos brasileiros.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
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