“Se governar fosse fácil, não
seriam
necessários espíritos
iluminados”
Bertold Brecht.
Em apenas uma semana três motins
aconteceram no complexo prisional Aparecida de Goiânia (GO) tomando espaço na
mídia, causando mortes e destruição. Os dois primeiros motins aconteceram no
regime semiaberto e o terceiro no regime fechado.
No primeiro motim o saldo foi de nove
mortos e fuga de 242 presos. No segundo motim os presos colocaram fogo em
vários objetos, mas conseguiram ser contidos pelo grupo tático de agentes da
DGAP. Havia dentro do presídio além de armas de fogo, facas e uma granada.
O terceiro motim não deixou vitimas
nem houve fugas, pois foi contido rapidamente pelos agentes do DGAP. Mesmo
assim, alguns focos de incêndio tiveram que ser debelados.
Chama ainda mais a atenção o fato de
que órgãos goianos alertaram o governo estadual para o risco eminente de
rebeliões no presídios de Aparecida de Goiânia.
Enquanto tudo isso acontecia o
governador do Estado de Goiás usufruía de férias na praia. Não se deslocou, não
tomou providências, nem mesmo falou com a imprensa que o procurou insistentemente
durante toda semana.
O governador talvez não quisesse ou
não soubesse explicar como seu governo recebeu R$ 32 milhões para construção e
reforma de presídios e nada fez ao longo de 2017. Talvez não pudesse explicar
porque sua gestão tenha transformado casebres em ala prisionais.
Desde 2015, promotores goianos
ingressaram na Justiça com uma série de ações cíveis públicas em que pedem
reformas emergenciais e, até mesmo interdições de prisões em vários pontos do
Estado.
Percebe-se que a situação vem se agravando
e o governo Marcondes Perillo nada fez ao longo de seus mandatos que somam em
2018, oito anos de gestão.
Recursos existem, em 2017 o governo
Perillo usou apenas 18% dos valores repassados pelo governo federal, logo,
faltou planejamento e ação para que as verbas fossem utilizadas como a
população espera.
O governador sabe com certeza que seu
Estado é o sétimo com maior taxa de ocupação prisional do país. Existem em
média 24 presos num espaço compatível para dez condenados.
Várias cadeias e presídios de Goiás já
foram acionadas pela promotoria goiana no sentido de serem interditadas por
falta absoluta de condições de abrigar presos.
A sociedade tem sua parcela de culpa, na
medida em que reelegeu o governador, sem verificar e checar se ele estava utilizando
os recursos públicos para corrigir os problemas que são antigos no Estado.
Cabe salientar que desde 2011 o
governador promete a construção de cinco novos presídios que, apesar de
possuírem recursos disponíveis não foram construídos até o momento.
Enquanto o país assiste a mais um
episódio da crise penitenciária, Marcondes Perillo com certeza vai investir em
publicidade, algo que os tucanos amam de paixão e esperar que a promotoria, a
mídia e a sociedade esqueçam os fatos lamentáveis ocorridos no sistema prisional
de Goiás.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.
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