Nestas eleições municipais ficou definitivamente comprovado que temos 40% de eleitores completamente desinteressados em exercer o seu próprio direito ao eleger os seus representantes. Isso é um fato que ocorre há muito tempo.
Em contrapartida, milhões de eleitores não procuram pesquisar os candidatos, buscando informações aonde justamente não deveriam: nos religiosos, grupos de mensagens e redes sociais. Estes levam desinformação, mentiras, espalhando ódio ao invés de levar conteúdos que informassem os eleitores.
As diversas igrejas e religiões deveriam se manter distantes da política partidária, coisas que não combinam, visto que, do outro lado o interesse é apenas o poder, dinheiro e a corrupção, algo que não faz parte dos ensinamentos de Jesus, nem dos outros profetas das demais religiões.
Ao manter as pessoas desinformadas, mentindo sobre comunismo, que nunca existiu em nosso país, sobre outras sandices que somente interessam aos piores políticos do nosso país, os religiosos conseguem manter o rebanho no século XIX. Usam o medo e a culpa para tolher as livres escolhas dos mesmos.
Os partidos políticos do segmento de direita e extrema-direita logo perceberam esse filão e escolhem então políticos baixos, rasteiros, sem conteúdo, propostas e ideias que pudessem ser debatidas com os demais oponentes. Os exemplos são muitos espalhados pelo nosso imenso país.
O tiro então sai pela culatra, debates rasos, cadeiradas, palavrões e um vazio imenso sem propostas que pudessem levar esperança para a sociedade. Os donos dos partidos lucram com isso, recebem milhões do fundo partidário eleitoral, gastam pouco ou quase nada e depois desfrutam da compra de automóveis de luxo, iates, aviões e mansões. Se isso não acontecesse, como um partido como o Liberal poderia pagar R$ 200 mil mensais para o casal Bolsonaro?
Enquanto isso, assistimos em nosso cotidiano, pessoas pobres criticando possível taxação de grandes fortunas, servidores públicos a favor de privatizações de empresas que vão gerar desemprego, cristão a favor de armas e ofendendo o Papa, políticos contra as urnas eletrônicas que os elegem há anos, pessoas a favor de guerras e conflitos, aplaudindo genocidas e postando bandeiras de uma país que mata mulheres e crianças em suas redes sociais.
A desinformação pregada exaustivamente por pastores, padres, políticos de baixo clero, reverberam na sociedade e passam a ser verdades para boa parte dessa sociedade. Não buscam conhecimentos em livros, desprezam noticias de jornais e sites seguros. O resultado é essa avalanche de bobagens sendo repassadas em redes sociais, enquanto a verdade passa ao largo dos olhos de um povo na condição de verdadeiros zumbis.
Um
acidente doméstico do presidente fica mais importante e tem mais destaque do
que o avanço da nossa indústria em 30 posições no ranking global de produção.
Autor: Rafael Moia
Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado
em Gestão Pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário