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1 de outubro de 2024

Um dia depois de amanhã!

Embora as cidades brasileiras com mais de 200 mil eleitores tenham que conviver com a campanha eleitoral em seu 2º turno, todas as cidades acordarão no dia seguinte as eleições municipais em seu 1º turno com algo em comum, além da ressaca do processo eleitoral, será o fato de já terem eleito suas Câmaras Municipais.

Apesar da redução do número de vereadores em algumas cidades, ainda temos um número exagerado de políticos para supostamente atender nossas reais necessidades. Em Bauru, o número de vereadores passará de 17 para 21 cadeiras nesta eleição.

Pesa muito o fato de que muitas vezes acabam passando despercebidos pela grande maioria dos eleitores, que é o comportamento dos eleitos a partir do dia seguinte à sua posse. Os vereadores tendem a se dividirem em dois blocos, os chamados de oposição ao prefeito eleito e os da chamada espúria base governista. Nós eleitores, não votamos em ninguém para ser ou não governista.

E assim eles permanecem por quatro anos no mandato, os de oposição por vezes, vetando os projetos de interesse da população por serem da situação e vice-versa. Essa prática odiosa e sem nexo favorece apenas os edis em detrimento da população que fica à mercê da sorte.

A meu ver um vereador tem a obrigação de trabalhar para o povo independente de ser ou não do mesmo partido ou coligação que elegeu o prefeito. Afinal foram eleitos pelo povo, para o povo e devem apenas obediência aos segmentos da sociedade constituídas em cada município. Que entre outras coisas banca gastos nababescos e seus vencimentos e de seus assessores. Mais do que isso, esse trabalho deveria ser voluntário, não remunerado às expensas do nosso sofrido povo.

Essa forma de separação dos vereadores demonstra a forma como as coisas vão seguir nos municípios, ou seja, aqueles que são da turminha do prefeito terão todas as benesses possíveis (cargos, correligionários apadrinhados, poder, etc.). Enquanto que os demais ficarão quatro anos à mingua sendo sistematicamente boicotados pela base governista.

E quem perde é o povo brasileiro que vê diluídas a zero suas chances de obter conquistas nas áreas sociais e de infraestrutura de suas cidades enquanto os engraçadinhos brincam de mocinho e bandido junto com o prefeito.

É claro que, temos que levar em conta a ideologia diferente dos partidos, seus programas e projetos de governo, mas é inaceitável que isso esteja acima dos interesses da população em quaisquer instâncias ou momento de seus mandatos.

O Presidente da República, os Governadores e Prefeitos são representantes de todos em suas esferas de atuação e não somente de seus eventuais eleitores, assim também deveriam ser nossos vereadores, deputados e senadores.

Mas, infelizmente o nosso processo democrático não evoluí nessa direção, tomando sempre rumos na contra mão das necessidades mais básicas da nossa população tão sofrida e desamparada. É um jogo desigual e sem quaisquer perspectivas de mudança a curto prazo.

Lembre-se sempre que “Os políticos são agentes públicos eleitos pelo nosso voto. Não devemos favores, idolatria nem nada. Fazer o que é certo é sua obrigação. Criticá-lo é parte da democracia e significa apenas nossa eventual insatisfação.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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