Findo o primeiro turno das eleições na maior parte das 5.570 cidades do país, restam agora poucos munícipios com a incumbência da votação em segundo turno. E o que podemos depreender a partir da análise fria dos resultados?
Que a maior parte do país, com raríssimas exceções, votou em candidatos conservadores, dos partidos que compõem o chamado Centrão na Câmara Federal. Isso é estranho na medida que a maioria dos brasileiros reclama de corrupção, da omissão dos políticos, porém, vota em peso nestes mesmos partidos e políticos na eleição mais importante do país – a municipal.
Não houve vencedores, como tenta preconizar a grande mídia, tivemos sim, derrotados, e estes compõem a maior parte da população brasileira, que irá nos próximos quatro anos ficar sem ter grandes investimentos em suas cidades, graças a opção dos seus eleitores.
É fato que são raras as cidades que tiveram crescimento e melhoria da educação, saúde básica, saneamento, habitação nos últimos dez anos. Mesmo assim, reelegeram seus algozes mais uma vez.
A direita não tem legado, não deixa marcas de obras e serviços dos quais a sociedade possa se orgulhar hoje ou no futuro. É fato: se você pudesse voltar a São Paulo depois de gestões passadas, teria obras, hospitais, viadutos, túneis, escolas que foram construídas naquelas administrações, claro que, não eram perfeitas, mas deixaram legados.
Peguem como exemplo a gestão que está terminando em São Paulo de Ricardo Nunes – MDB/SP. Procurem grandes obras, hospitais, escolas, creches, enfim, não há nada do que se orgulhar ou poder ser chamado de legado. Sem contar que diversas obras foram erguidas sem que houvesse a aplicação da Lei de Licitações.
Mesmo assim, o candidato à reeleição está no segundo turno, graças ao voto de eleitores que, assim como os de Pablo Marçal, se dizem de direita, conservadores, daqueles que não votam na melhor opção, desde que, ela seja de um partido de esquerda.
Os partidos de esquerda, por sua vez, precisam com a máxima urgência se renovarem na forma e no discurso, tentando assim se aproximar da sociedade brasileira. Precisam se unir, afinal de contas, é uma simples questão matemática. No espectro da esquerda, temos PT, PSOL, PC do B, PCO, PSTU, PCB e o PSB, contra aproximadamente 28 outros partidos de centro e de direita. Muitos deles na base bolsonarista do vale tudo.
Por fim, os partidos ditos de esquerda devem renovar e formar novos quadros para as disputas eleitorais futuras. Visto que, o principal partido de esquerda, o Partido dos Trabalhadores, vive em função das vitórias de Lula. Ele que deve, em 2026, concorrer a sua última eleição presidencial. Não há quadros para substitui-lo a altura, com carisma e proximidade com a grande massa.
Na maior parte dos munícipios brasileiros tivemos escolhas de candidatos muito fracos, sem conteúdo, sem projetos políticos sólidos, sem experiência. Estes vão ficar quatro anos enganando a sociedade sem que suas cidades e suas gestões possam desenvolver seus munícipios, atrair novos investimentos e não permitir a corrupção.
Como acreditar num
processo eleitoral que elege a filha do Traficante Fernandinho Beira Mar em
Duque de Caxias. Elege Renan Bolsonaro em Camboriú e Carlos Bolsonaro no Rio de
Janeiro? Esperança zero.
Autor: Rafael Moia
Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado
em Gestão Pública.
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