Escreveu Alexandre Aragão de Albuquerque, arte educador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), especialista em Democracia Participativa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Mestre em Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual do Ceará (UECE) que: “A concentração de riqueza gera a concentração de poder colocando em vulnerabilidade o sistema partidário que passa a ser controlado pelas grandes corporações capitalistas”
E é esse poder político que se expressa nas leis de retirada de direitos trabalhistas na pseudo Reforma Trabalhista implantada por Michel Temer, dos direitos previdenciários na pseudo Reforma Previdenciária implantada por Bolsonaro, da legitimação da violência armada por parte do Estado, passando a boiada dos ricos por cima do restante da população.
Lembremos que um dos um dos réquiem mais famosos de todos os tempos foi composto pelo gênio de Wolfgang Amadeus Mozart, em 1791, sendo conhecido como “O Réquiem em Ré Menor”, deixado incompleto devido à sua morte em 5 de dezembro daquele mesmo ano. Réquiem é um gênero musical dedicado a cerimônias fúnebres, aos mortos.
O Brasil e sua democracia morreram enquanto Nação e sistema de governo porque permitiram que a criminalização da política, o ir e vir da corrupção, e a vassalagem tomassem de assalto todos os órgãos vitais do país. Desconhecemos órgãos e áreas que manuseiam recursos que não tenham políticos no comando ou simplesmente dominando a missão enquanto surrupiam bilhões do erário.
Combater e evitar esse estado de coisas requer um esforço de guerra, não no sentido literal, mas no sentido figurativo, uma guerra onde o primeiro esforço seria a luta pela qualidade da educação e sua disseminação a todos os brasileiros. Uma refundação de toda estrutura do Ministério da Educação, envolvendo desde o sistema educacional infantil até as graduações. Colocando ponto final na usurpação do sistema público por empresários gananciosos aliados dos mesmos políticos que nos envergonham e nos roubam há tanto tempo.
Mas, a situação de penúria e o estado terminal do país são tão graves que nem a reforma da educação por si só resolveria todas as mazelas que nos afligem desde há muitas décadas. Seria preciso reestruturações profundas desde os alicerces da política nacional até a presidência da república e os poderes legislativo e judiciário.
Isso se faria com cortes de gastos, cortes de cargos, eliminando vereadores remunerados por voluntários sem custos, desonerando as 5.570 cidades brasileiras que hoje possuem aproximadamente 60 mil cargos de vereadores, cada um com média de quatro assessores e um número exorbitante de funcionários para dar estrutura administrativa às Câmaras Municipais. A economia seria gigantesca, convenhamos, não fariam falta alguma ao Brasil.
Depois, seria necessário sangrar as Assembleias Legislativas com cortes de 40% do total de deputados e toda camarilha que os seguem, sugando bilhões do nosso povo. O raciocínio de economia usado seria o mesmo utilizado nos cortes dos vereadores.
Enxugamento completo dos Governos Estaduais, Prefeituras, cortando cargos comissionados (todos), afinal, qual é o papel destes num país com salário mínimo de R$ 1.320,00? Qual a contribuição destes para com a Nação?
Em seguida, o corte na carne dos Três Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo), com a redução de 50% do efetivo destes três segmentos constituídos para servir o povo e que, na verdade, se fartam num banquete de sanguessugas, políticos desonestos, empresários gananciosos e todo tipo de corruptos.
Somente assim, depois dessa assepsia, poderíamos imaginar que o país não viesse à óbito, sendo declarado seu atestado de incapacidade formal como nação. Somente dando esse exemplo os políticos poderiam supor uma reação dos brasileiros comuns na busca pela recuperação moral, econômica e financeira do Brasil.
Caso contrário, ao som de Mozart, poderemos enterrar o sonho do Brasil um dia vir a ser uma Nação forte, poderosa e soberana, voltada para um povo bem alimentado, com educação de qualidade e emprego farto numa cova profunda no vale do desespero e das sombras.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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