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5 de maio de 2023

Falta profissionalismo no ambiente do futebol!

              O futebol no Brasil gera bilhões a todos os envolvidos - com exceção ao público - em bilheterias, patrocínios, materiais esportivos, marketing, pagamento pelas transmissões televisivas, entretanto, é administrado por pessoas aquém da importância e do conhecimento que um esporte profissional precisa para poder dar lucro, não ter prejuízo e ser rentável sem passivo trabalhista e dívidas de impostos.

Entretanto, aqui não cabem na mesma frase futebol e profissionalismo. Decisões são tomadas com base em paixão, idolatria, poder pessoal e ganância. Raramente um clube tem recursos suficientes, planejamento de longo prazo, estabilidade diretiva, quadro associativo compatível com a dimensão do clube e dívidas em dia.

No final do ano passado e neste mês de abril, duas das maiores equipes do país protagonizaram decisões que não nos deixam dúvidas do amadorismo quase varzeano de seus dirigentes.

No final da temporada passada, o Flamengo venceu, sob o comando técnico de Dorival Jr, a Copa Libertadores da América e a Copa do Brasil, ambas com premiações milionárias e super importantes para o calendário do ano seguinte. No entanto, o presidente e o diretor de futebol demitiram o treinador vencedor, trazendo para seu lugar um treinador que não havia conquistado nada em sua passagem pelo Corinthians.

Numa tentativa de explicação ao conselho e a torcida, disseram que queriam ver o time jogando melhor. Como se quem conquistasse dois títulos dessa magnitude precisasse ainda jogar melhor?

No rival que perdeu o treinador ao final do ano, os absurdos são ainda maiores. Substituiu o treinador português Victor Pereira pelo inexperiente analista de futebol que era empregado do clube Fernando Lázaro. O mesmo erro havia sido cometido pelos dirigentes no ano anterior quando optaram pelo também inexperiente Sylvinho e o demitiram meses depois.

Não foi diferente desta vez, porém, ainda pior, demitiram Lázaro, contrataram Cuca, um treinador que 37 anos atrás esteve envolvido num episódio policial na Suíça, quando era jogador do Grêmio. Uma acusação de estupro no hotel onde estavam com uma menina de 13 anos. Acusação levada a corte suíça contra Cuca e mais três jogadores os condenaram e eles tiveram que fugir do país para não serem presos.

Ao contratá-lo, os dirigentes não contavam com a força da torcida feminina e masculina, nem com o fato de que nos dias atuais, existem redes sociais e as mulheres têm espaço gigante no meio do futebol, na mídia, no campo e na sociedade em geral. O clube tem uma campanha há tempos chamada “Respeitem as minas” que é incompatível com esta contratação. Durou dois jogos e diante da pressão exercida pelas mulheres, pela torcida e pela mídia, Cuca pediu demissão.

São apenas dois exemplos da falta de planejamento, inteligência e zelo pelos recursos e a imagem dos clubes. Não há educação financeira, não há cuidados com os contratos e os gastos realizados. Tudo é feito de forma atabalhoada e amadora. Não à toa, a seleção brasileira não vence uma Copa há mais de 20 anos.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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