No início do suplício que foi a gestão de quatro anos de Bolsonaro à frente da presidência, ele e seu governo teceram críticas mentirosas e fake news sobre as Universidades Públicas, agredindo e desqualificando professores, alunos e reitores destas universidades.
Em seguida, começaram a impor reitores alinhados com a religião do governo ou com a linha militar do presidente. Meritocracia é algo distante no vocabulário dessa gente ligada ao presidente. A última parte do golpe contra a educação universitária foram os cortes de verbas da educação, ciência e pesquisas, dilapidando completamente os recursos que historicamente eram parcos e ficaram ainda piores.
Com o governo chegando ao seu final em frangalhos e sem nada a dizer em nenhuma pasta ministerial, começam a aparecer os dados, fatos e números desse desgoverno medíocre.
Durante o aprofundamento dos cortes à Educação no país, em que bolsas de pesquisa ficaram sem custeio, terceirizados foram demitidos e as universidades ficaram com os cofres no vermelho, funcionários fantasmas foram contratados pela UERJ. Eles eram ligados aos deputados bolsonaristas reeleitos Soraya Santos e Dr. Serginho, ambos do PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro.
Os pagamentos eram de até R$ 26 mil mensais, realizados com recursos da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), órgão do governo estadual, cujo governador Cláudio Castro não é zeloso com recursos públicos, e repassados à UERJ.
Há indícios de que ao menos 45 contratados pela UERJ têm ligação com Dr. Serginho e Soraya Santos, políticos que fizeram campanha juntos. Eles receberam um total de R$ 2,314 milhões de recursos que vieram da UERJ. Ao todo, as planilhas do projeto da UERJ têm 394 pessoas, com valor bruto total de R$ 23,736 milhões. Na teoria, essas pessoas deveriam ter trabalhado em um projeto da universidade estadual do Rio de Janeiro, ainda em andamento, de implementação de espaços de qualificação profissional, algo que com certeza nunca sairá do papel.
As irregularidades são investigadas pelos Ministérios Públicos Estadual e Eleitoral, além do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Os parlamentares afirmam que não indicaram pessoas para projetos ligados à UERJ. A instituição também nega a existência de irregularidades. Ou seja, querem que acreditemos que o dinheiro saiu sozinho e foi direto custear a campanha deles sem que ninguém tivesse autorizado e negociado anteriormente?
Escândalos como esse demonstram a verdadeira cara do bolsonarismo de extrema-direita no país, parasitas em sua conformação e conservadoras e hipócritas em conteúdo. Enquanto os pesquisadores passam as duras penas para se manterem, através de endividamentos ou mesmo tendo que abandonar as suas pesquisas para se tornarem parte dos precarizados, fruto das reformas ultra neoliberais de Bolsonaro e as universidades não têm como quitar suas contas básicas, os parlamentares e aliados da família do presidente se esbaldam com o dinheiro público.
Consta nas investigações que os candidatos do PL Soraya Santos e Dr. Serginho participaram de atos da campanha de Jair Bolsonaro no Rio. Ela é próxima à primeira-dama Michelle Bolsonaro. Dr. Serginho é próximo ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na gestão do governador Cláudio Castro (PL), ele foi secretário de Ciência e Tecnologia, pasta que tem sob seu guarda-chuva a Uerj e a Faetec.
Esses nomes aos quais eles são ligados não deixam aos leitores do texto mais nenhuma dúvida de que uniram amizade, poder e conseguiram êxito para se elegerem a custo zero, usando recursos justamente de onde o bolsonarismo extremista de direita mais criticou antes e durante a gestão de Jair Messias.
Soraya Santos e Dr. Serginho
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão
Pública.
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