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15 de junho de 2022

A cronologia de um grande golpe!

 

O golpe contra o país, a democracia e a economia começaram a ser arquitetados em 2014, quando Aécio Neves perdeu a eleição que achava estar ganha antes da abertura das urnas. No ano seguinte se aliou ao que de pior a Câmara poderia ter para costurar a primeira parte do golpe: tirar Dilma Rousseff da presidência.

Em paralelo, os tucanos e os que hoje chamamos de bolsonaristas espalhavam mentiras sobre o PT, a Dilma e o governo. Os caminhoneiros, que foram usados como massa de manobra para gritarem contra os preços do diesel, hoje covardemente se calam diante de preços que beiram R$ 7,00 o litro.

No processo de Impeachment, onde inventaram a tal “pedalada fiscal”, conduzido por Janaina Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr, o processo não teve óbice e nem o STF impediu que a trama golpista chegasse ao final. Notem que o parvo do Bolsonaro hoje joga o STF contra os seus aliados dizendo não ter liberdade. O que seria se o mesmo processo ocorresse contra seu mandato?

A segunda parte do golpe começou em agosto de 2016 com a posse do ultra suspeito Michel Temer, que contra sua pessoa tinha sete processos de corrupção. Pois foi esse político insosso e medíocre que após assumir a presidência implantou a Reforma Trabalhista que ceifou direitos adquiridos pelos trabalhadores ao longo de muitos anos e desmontou a Justiça trabalhista para que os mesmos tivessem enormes dificuldades em conseguir vencer nos tribunais os patrões.

A reforma foi tão pífia e sem vergonha que não atualizou a CLT e não oficializou novas profissões, servindo apenas para ajudar os patrões, os empresários milionários.

A terceira parte do golpe dependia de alijar Lula das eleições, recorreu-se então ao juiz Sergio Moro e meia dúzia de promotores que usurparam direitos, a justiça e a constituição, promovendo uma enorme fraude processual com delações suspeitas comandadas por Deltan Dallagnol, onde alguns empresários eram obrigados a citar Lula em troca da redução de suas futuras penas.

Moro não encontrou nada contra Lula, nem aqui nem no exterior, como todos sabem usou então um sítio em Atibaia que não pertencia a Lula e um triplex no Guarujá. O processo serviu para prender Lula e tirá-lo da eleição de 2018. No TRF4, onde este processo estava não há uma única prova cabal contra o ex-presidente. Uma fraude, um golpe para facilitar a eleição do pior presidente da nossa história republicana – Jair Bolsonaro.

Este eleito, após sua posse em janeiro de 2019, deu continuidade ao golpe contra os brasileiros impondo uma reforma da previdência que sequer acabou com a dívida dos sonegadores de FGTS, na casa de R$ 2 trilhões. Não atacou a desigualdade entre as previdências privada e pública, permitindo que militares, políticos, desembargadores e demais marajás pudessem continuar recebendo seus altos vencimentos sem serem importunados pela reforma. Quem pagou o preço foram os aposentados normais e as pensionistas e os servidores federais, estaduais e municipais.

Os preços dos combustíveis tiveram seus custos dolarizados por Temer e mantidos por Bolsonaro. Isso elevou os ganhos dos acionistas da Petrobras, dobrou os preços dos combustíveis nas bombas e do gás de cozinha para os brasileiros. A inflação voltou depois de mais de 20 anos. Os preços dos produtos dispararam nos supermercados e a miséria voltou a atacar os mais pobres, elevando o número de pessoas passando fome.

Com o golpe, só os mais pobres e a classe média perderam, os mais ricos, os empresários, os banqueiros, industriais, garimpeiros, madeireiros, latifundiários ganharam muito como sempre, além dos acionistas da Petrobras. O país está mais pobre, com inflação, juros altos, economia em turbulência desde 2016, ou seja, seis anos andando para trás a passos largos.

Esse processo político nefasto arrastou consigo a educação, cultura, habitação popular que foram completamente desprezadas pelo governo Bolsonaro. O dinheiro continua sendo desviado para interesses dos políticos do chamado Centrão, que manipula verbas, licitações e mantém a corrupção que serviu como pretexto na campanha de Bolsonaro para enaltecer um ex-deputado que nunca fez na vida algo contra a criminalidade e a corrupção.

Contou com a ajuda imprescindível de um povo subserviente, que adota políticos de estimação, vota errado, anula ou se abstém de votar e vira as costas para a participação política em nossa democracia. O que ajuda a manter os corruptos na ativa sem serem incomodados na hora da reeleição. Isso tudo auxiliados por disparos em massa de fake news patrocinadas pelos aliados do governo Bolsonaro.

Como pano de fundo do golpe e da eleição de um político despreparado está o preconceito de uma parcela do povo brasileiro contra os mais pobres. Isso explica tanto ódio a Lula e ao PT, afinal é fato que nas gestões dele (2003-2009), os mais pobres tiveram acesso à educação, alimentos a mesa, viagens e ter o direito à vida com dignidade. Essa parcela acredita nas mentiras contra Lula, mas fingem não ver o racismo, homofobia e tirania de Bolsonaro.

Afinal, os bolsonaristas não querem conviver com pobres tendo acesso a shoppings, aeroportos e hotéis. Nossa elite falida acha que ainda vive nos tempos da escravidão.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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