Uma discussão prolongada
significa
que ambas as partes estão
erradas.
Ao analisarmos os principais indicadores da
educação, percebemos que apesar do acesso à educação ter melhorado um pouco, a
qualidade não tem acompanhado esse crescimento. Os países da América Latina
ainda ocupam as últimas posições nas avaliações PISA – OCDE. A média de
abandono escolar é de mais de 40% e é deficitária a cobertura pública da Educação
Infantil – uma peça chave na batalha pela equidade na educação.
Os alunos no começo e no final do ensino
fundamental não conseguiram adquirir as aprendizagens básicas em leitura e
gramática. A análise dos resultados fica ainda pior na matemática, onde o
desempenho é sofrível.
Apesar de seu tamanho territorial e sua grandeza
econômica, se comparada com a maior parte da América Latina, o Brasil luta para
tentar manter seus jovens dentro do sistema educativo. Não existe uma política
definida para a Educação, iniciando seus investimentos justamente no começo do
processo educacional – Educação infantil. Ao contrário, nossos governantes
invertem a pirâmide e dão mais apoio ao ensino superior, esquecendo-se do
caminho que os alunos têm de percorrer até chegar à última etapa das suas vidas
na educação.
O reflexo aparece na vida adulta quando os jovens
começam suas carreiras profissionais. Uma pesquisa feita pelo Banco
Internacional de Desenvolvimento (BID) na Argentina, Chile e Brasil identificou
que a maioria das empresas tem inúmeras dificuldades para encontrar
competências que precisam nos jovens saídos do Ensino Médio.
Neste universo pesquisado, apenas 12% dos
entrevistados declararam não ter dificuldades para encontrar jovens preparados
para os desafios que suas empresas possuíam. As habilidades socioemocionais
foram as mais difíceis de serem encontradas nos jovens entrevistados.
A Educação deve fazer parte da estratégia de um
governo, tem de estar em perfeita sintonia com o sistema educacional e o
mercado de trabalho que deverá assumir essa oferta de jovens preparados para a
vida profissional. Neste sentido, percebemos que no Brasil discutem-se muitas
questões paralelas, porém, os jovens chegam ao mercado de trabalho despreparados
para a realidade da indústria e do mercado sempre voláteis e em desenvolvimento
constante. As novas tecnologias passam à mercê do sistema, enquanto nossos
alunos continuam sendo obrigados a aprender matérias decorativas e sem qualquer
aproveitamento na vida útil dos estudantes.
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