Seguidores

4 de outubro de 2018

Os resultados na educação preocupam muito


Uma discussão prolongada significa
que ambas as partes estão erradas.

    Ao analisarmos os principais indicadores da educação, percebemos que apesar do acesso à educação ter melhorado um pouco, a qualidade não tem acompanhado esse crescimento. Os países da América Latina ainda ocupam as últimas posições nas avaliações PISA – OCDE. A média de abandono escolar é de mais de 40% e é deficitária a cobertura pública da Educação Infantil – uma peça chave na batalha pela equidade na educação.
    Os alunos no começo e no final do ensino fundamental não conseguiram adquirir as aprendizagens básicas em leitura e gramática. A análise dos resultados fica ainda pior na matemática, onde o desempenho é sofrível.
    Apesar de seu tamanho territorial e sua grandeza econômica, se comparada com a maior parte da América Latina, o Brasil luta para tentar manter seus jovens dentro do sistema educativo. Não existe uma política definida para a Educação, iniciando seus investimentos justamente no começo do processo educacional – Educação infantil. Ao contrário, nossos governantes invertem a pirâmide e dão mais apoio ao ensino superior, esquecendo-se do caminho que os alunos têm de percorrer até chegar à última etapa das suas vidas na educação.
    O reflexo aparece na vida adulta quando os jovens começam suas carreiras profissionais. Uma pesquisa feita pelo Banco Internacional de Desenvolvimento (BID) na Argentina, Chile e Brasil identificou que a maioria das empresas tem inúmeras dificuldades para encontrar competências que precisam nos jovens saídos do Ensino Médio.
    Neste universo pesquisado, apenas 12% dos entrevistados declararam não ter dificuldades para encontrar jovens preparados para os desafios que suas empresas possuíam. As habilidades socioemocionais foram as mais difíceis de serem encontradas nos jovens entrevistados.
    A Educação deve fazer parte da estratégia de um governo, tem de estar em perfeita sintonia com o sistema educacional e o mercado de trabalho que deverá assumir essa oferta de jovens preparados para a vida profissional. Neste sentido, percebemos que no Brasil discutem-se muitas questões paralelas, porém, os jovens chegam ao mercado de trabalho despreparados para a realidade da indústria e do mercado sempre voláteis e em desenvolvimento constante. As novas tecnologias passam à mercê do sistema, enquanto nossos alunos continuam sendo obrigados a aprender matérias decorativas e sem qualquer aproveitamento na vida útil dos estudantes.
    A tarefa é árdua se nosso país quiser ser competitivo, ter educação de qualidade e produzir, desde a tenra idade jovens capazes de absorver todas as múltiplas informações advindas do período de ensino, desde o infantil até o superior.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.

Nenhum comentário: