Não
há nada bom nem mau a não ser estas duas coisas:
a sabedoria que é um bem e a
ignorância que é um mal.
Platão
O Movimento Brasil Livre - MBL
é um movimento político brasileiro que
defende o liberalismo
econômico e
o republicanismo
e estão
ativos desde 2014. O MBL tem como colunista Luan Sperandio Teixeira, que é
colaborador da rede Estudantes para Liberdade. Fabio Ostermann, que é
coordenador do mesmo movimento no Rio Grande do Sul, fiscal de Estudos
Empresariais e diretor executivo do Instituto Ordem Livre.
Para entendê-los é preciso ver quem
são os seus financiadores que bancam seus gastos, suas viagens e despesas
gerais. Por trás dos movimentos está a Indústria Koch que tem um faturamento aproximado
de 115 bilhões de dólares anuais. A indústria Koch tem suas principais
atividades ligadas à exploração de óleo e gás; ela esteve envolvida no roubo de
cinco milhões de petróleo em uma reserva ambiental e foi multada em 30 milhões
de dólares por conta de vazamento de óleo.
De acordo com publicação da Revista Carta
Capital, os irmãos Charles e David Koch são sócios, possuem 42,9 bilhões de
dólares e estão em sexto e sétimo lugar na última lista dos 10 maiores
bilionários do mundo. O irmão caçula, Bill Koch, tem um império de 2,8 bilhões
e financia políticos conservadores norte-americanos. Eles são filhos de Fred
Chase Koch, um empresário de petróleo, admirador de Mussolini e um dos
fundadores em 1958 da organização ultradireitista John Birch Society, cuja sede
foi estabelecida ao lado do túmulo do paranoico senador anticomunista Joseph MC
Carthy e foi notório pelo combate à lei dos direitos civis promovida por Lyndon
Johnson, nos anos 1960.
Já a organização internacional
Estudantes para a Liberdade conta com uma forte atuação e articulação em países
que passaram por período de turbulência política, como a Venezuela e a Ucrânia.
Na Venezuela, o grupo Estudantes para a Liberdade tem como articulador o
economista Oscar Torrealba, que trabalha para o jornal EI Universal, veiculo da
oposição burguesa ao governo de Nicolas Maduro.
No site de uma das organizações
internacionais envolvidas com a empresa Koch e com os Estudantes Para
Liberdade, coloca-se que a “a missão do Movimento Brasil Livre é mobilizar
indivíduos para um ativismo em favor da liberdade, da justiça e de uma
sociedade mais próspera”.
O Movimento Brasil Livre se apoia numa
enorme insatisfação da população com os políticos e como resposta coloca que o “Estado
seja reduzido”, ou seja, que o problema da crise e da corrupção se dá porque o
governo faz muitas concessões para os trabalhadores e o povo pobre. Esse
movimento reivindicou o impeachment da presidente Dilma, pois achava que os
ajustes que o governo estava aplicando era insuficiente e por isso queriam
substituí-la por um governo mais “ajustador”.
O discurso de que o MBL é contra a
corrupção é totalmente falacioso. Para travar um combate efetivo contra a
corrupção é preciso questionar a relação entre os banqueiros e empresários com
os políticos. Um movimento que se coloca contra a corrupção teria que se
colocar contra os ataques aos trabalhadores e ao povo pobre que o Estado impõe,
mas o objetivo do Movimento Brasil Livre é justamente tentar garantir os
ataques contra os trabalhadores.
A prova mais viva de que o MBL não é
contra a corrupção é que duzentos integrantes do movimento irão concorrer às
próximas eleições em partidos da direita, oposição ao PT e outros partidos de
esquerda. Saíram candidatos com o PSDB, DEM, PMDB e outros, envolvidos nos mesmos
esquemas de corrupção que o PT, além de estarem envolvidos em seus próprios
esquemas, como o Desvio das Merendas, Rodoanel, Cartel dos Trens em São Paulo.
Numa entrevista de Kim Kataguari,
concedida para o Globo, o MBL afirma que irá filiar integrantes nos partidos de
oposição burguesa ao PT, para poder criar uma “bancada liberal independente”,
que seja a cartilha da “redução do Estado na economia e na vida da população”.
Um dos coordenadores nacionais do MBL, o advogado Rubens Nunes, afirma que,
para conseguir uma mudança efetiva, é preciso sair das ruas e participar da
política representativa.
A entrada da FIESP, junto com o MBL
diz muito sobre eles, afinal não podemos esquecer que o presidente da FIESP,
Paulo Skaf (PMDB), foi um grande defensor da PL 4330, cujo objetivo era ampliar
a terceirização do trabalho no país, precarizando ainda mais a força de trabalho.
Além do que, Skaf está sendo investigado na Lava Jato.
A Apropriação de pautas conservadoras
faz o grupo radicalizar suas posturas contra manifestações artísticas, como a
do Queermuseum, em Porto Alegre, e no MAM, em São Paulo.
As controvérsias e incoerências dos
líderes e criadores do MBL acompanham o crescimento do movimento, que nasceu
com o objetivo de mobilizar as ruas a favor do impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de pregar o liberalismo
econômico e exigir o combate à corrupção.
Com relação a este último ponto, eles
ainda concentram seus ataques, de forma obsessiva, ao PT e ao ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, que é acusado de corrupção em vários processos e já
foi condenado em um deles. Falam pouco, contudo, de políticos como Geddel de
Oliveira, Sergio Cabral, os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Aécio Neves
(PSDB) e o presidente Michel Temer (PMDB), ainda que Aécio tenha sido gravado
pedindo dinheiro a Joesley Batista, da JBS, e Temer tenha sido alvo de duas
denúncias por corrupção e organização criminosa da Procuradoria-Geral da
República.
"O MBL se articula em torno de
alguns temas, mas os principais são ainda o antipetismo e a defesa das
propostas liberais do governo. Isso explica o alinhamento com o PMDB e o PSDB",
explica Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e
coordenador do Laboratório de estudos sobre Internet
e Cultura (LABIC).
A artilharia contra a esquerda e
qualquer tese defendida por grupos que eles vinculam a ela é o que mais se
destaca em suas páginas. Só a do Facebook soma 2,5 milhões de curtidas. Mas de
um tempo para cá o MBL vem se apropriando de pautas ultraconservadoras em
diversos campos, firmando-se como porta-voz e tropa de choque desses setores.
Com forte discurso punitivista, seus
membros defendem, por exemplo, a redução da maioridade penal e o fim do
estatuto do desarmamento. Se antes se recusavam a comentar temas morais ou
comportamentais, hoje participam ativamente da chamada "guerra
cultural".
Pregam contra o aborto, o feminismo, a
"ideologia de gênero" e o "politicamente correto". Não raro
dizem que negros, homossexuais e mulheres têm discursos "vitimistas"
e "infantis". O "livre" que carrega em seu nome também se contradiz
com uma das pautas preferidas do grupo: o Escola Sem Partido, que prega o que
eles chamam de "o fim da doutrinação" nas escolas. O Ministério
Público Federal já alertou sobre a inconstitucionalidade do projeto, enquanto
que especialistas argumentam que, na prática, ele atenta contra a liberdade do
professor na sala de aula.
Em resumo, é uma lástima que jovens brasileiros
se dediquem a combater a corrupção, exceto se ela for cometida por seus aliados
políticos. A vida democrática deve permitir ideias de todos os espectros
ideológicos, desde que, sejam em favor da população e da Nação. Esse grupo
chamado MBL, não percebe que comete os mesmos equívocos que os chamados grupos radicais
xiitas de esquerda que eles tanto odeiam.
Querem impor ideias sem que haja
debates democráticos, querem que esqueçamos que a corrupção está enraizada nos
partidos que eles apoiam cegamente apenas porque são de direita.
Áudio
do MBL onde Renan Santos fala da ligação do MBL com partidos políticos: https://tv.uol/14XKA
Pesquisa:
Wikipédia, Guilherme de Almeida Soares, Site Gazeta do Povo, Controvérsia Blog,
Jornal El Pais e UOL Notícias.
https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/07/25/facebook-remove-rede-ligada-ao-mbl-por-manipulacao-do-debate-publico/
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.
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