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6 de dezembro de 2017

Entenda o que são os Bots e como eles são usados pelos partidos políticos!

Distorcem-se fatos para satisfazer
teorias, e não o contrário.
Sherlock Holmes
Depois do experimento da Microsoft com o Tay, um bot que interagia com usuários pelo Twitter e que acabou sendo transformado em um robô nazista e ignorante no início deste ano, muita gente começou a questionar como que a tecnologia tem o poder de criar uma máquina capaz de aprender novas coisas e interagir com outras pessoas sem ser controlada por qualquer indivíduo. Bom, trata-se de um bot e chegou a hora de explicar, de uma vez por todas, o que é isso.
Primeiro, é preciso entender que um bot é um programa de computador que foi fabricado para automatizar procedimentos, geralmente repetitivos, em ordem de ajudar as pessoas. A palavra “bot” vem de “robot”, que, em inglês, significa “robô”. Ou seja, um bot nada mais é do que um robô, mas que existe apenas em formato digital.
Os bots não são exatamente uma novidade tecnológica. Jogadores de videogame e computador estão acostumados a encontrar bots principalmente em jogos clássicos como “Counter-Strike” e "StarCraft", por exemplo.
Não é apenas a Microsoft que está apostando nessa inovação para tentar dominar o mercado na próxima década, outros gigantes do ramo também estão de olho nas novidades para ingressarem em peso no setor.
Google e Facebook, por exemplo, já trabalham com bots há algum tempo. Quando você busca algo na internet e essa busca aparece em sua rede social, foi porque um bot a posicionou para você. Geralmente isso acontece com a pesquisa por artigos comerciais.
Os Bots sem que uma grande maioria soubesse, já tiveram papel importante nas eleições presidenciais de 2014, foram fundamentais para o impeachment e agora, mais sofisticados, decidirão os rumos da eleição de 2018.
O ano de 2014 foi um marco na política brasileira. Pela primeira vez, a disputa eleitoral aconteceu em grande parte na internet. É claro que, em 2010, a rede já existia, mas seu papel na tomada de decisão dos eleitores era outro. Naquela época, predominavam os veículos impressos, os portais e o SMS, todos com possibilidades de interação limitadas. Em 2014 o engajamento foi aprimorado: o Whatsapp tomaria o país; o Orkut daria lugar ao Facebook, uma rede social com base e conversações muito maiores, e a sensação de insatisfação, que antes ficava oculta a comentários na internet, se amplificaria em debates online e protestos.
Na época das eleições, enquanto Dilma Rousseff e Aécio Neves se digladiavam em debates, discursos e programas de TV, a força oculta da internet era usada como impulso extra. Um novo fenômeno aparecia na campanha virtual: os robôs programados para replicar conteúdo, os sociais bots.
Ainda que não tenha aparecido no mainstream (conceito que expressa uma tendência ou moda principal e dominante, a tradução literal de mainstream é "corrente principal" ou "fluxo principal". Em inglês, main significa principal enquanto stream significa um fluxo ou corrente). O pesquisador Daniel Arnaudo, da Universidade de Washington, nos EUA, e do Instituto Igarapé, no RJ, mostrou em estudo publicado em junho, que a ferramenta foi fundamental no processo eleitoral e, também, no processo que culminou no impeachment de Dilma. "A propaganda computacional em formas tais como redes de bot, notícias falsas e manipulação algorítmica desempenham papéis fundamentais no sistema político na maior democracia da América Latina", disse ao Motherboard.
Uma grande parte dos usuários replica essas notícias mentirosas que ganham uma multiplicação sem precedentes e acabam virando verdades para muitos incautos. [Se no Brasil já temos problemas demais com corrupção, mentiras por parte dos governantes, com os Bots sendo utilizados por estas pessoas bem remuneradas pelos partidos nas redes sociais, tornam-se uma temeridade].
Hoje as redes de bots estão mais fortes do que nunca. Os dados revelam que a atividade continuou, e ao mesmo tempo, existe uma linha entre a campanha de 2014 e o processo de impeachment. A campanha online nunca acabou, continuou depois da eleição de 2014, e só vem crescendo até os dias atuais. As redes têm a prova desse fio entre o processo de impeachment e a campanha eleitoral de 2014.
E não é só no Brasil que os Bots estão aparecendo em campanhas eleitorais. O governo americano descobriu que a propaganda eletrônica patrocinada pela Rússia teve papel importante nas eleições de 2016. Essa afirmação veio diretamente do diretor de inteligência nacional. Segundo ele, as táticas incluíram a distribuição de notícias falsas. O Facebook disse que seus dados internos não contradizem essa afirmação.
Os robôs eleitorais saíram do armário principalmente durante os debates de 2014. Após 15 minutos que o programa havia começado hashtags relacionadas a Aécio Neves triplicavam. "Esse tipo de aumento anormal é um forte indicador de que robôs estavam sendo usados, especialmente quando hashtags rivais apoiando a presidenta Rousseff não aumentaram numa proporção equivalente", diz o relatório.
E, de fato, foi possível provar a ligação entre alguns robôs e simpatizantes da campanha de Aécio Neves. A maioria dos retweets feitos pelos bots pró-Aécio tinha como fonte um publicitário que trabalhava para a campanha do tucano nas redes sociais. O PT usou das mesmas táticas, embora em menor escala. E com eficiência menor. Um documento de 2015 da Presidência da República revelou que o partido da então presidenta também possuía seu exército virtual, embora tenha causado menos estrago que a oposição. Segundo o documento, foram gastos R$ 10 milhões para manter a estrutura robótica mobilizada na campanha de 2014 funcionando entre novembro e março.
É preciso que o cidadão comum, o eleitor, ou aquele que apenas é usuário das redes sociais fique atento aquilo que é postado nas redes e que antes de compartilhar algo, pesquise, saiba que não está sendo usado por um partido ou por pessoas interessadas em algo que nada tem a ver com ideologia nem campanha política, mas sim muito dinheiro as suas custas.

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