"As dúvidas são mais
cruéis
do que as duras
verdades"
Moliére.
Dionísia Gonçalves Pinto, mais conhecida por seu pseudônimo Nísia Floresta Brasileira Augusta, foi uma educadora, poetisa e escritora nascida em Papari, no Rio Grande do Norte. Filha de um português com uma Brasileira, Dionísia incorporou para seu nome artístico o lugar onde nasceu (a fazenda Floresta), e uma lembrança de seu segundo marido, Manuel Augusto de Faria Rocha, pai de sua filha, Lívia Augusta.
Nísia dá seus primeiros passos na literatura com a publicação de uma série de artigos sobre a condição feminina em um jornal pernambucano. Logo após vai para o Rio Grande do Sul dirigir um colégio para meninas. Com o advento da Guerra dos Farrapos, Nísia se muda para o Rio de Janeiro, onde dirige os colégios Brasil e Augusto, reconhecidos pelo alto nível de ensino. Em 1849, leva a filha, que se acidentou gravemente, para a Europa, fixando-se em Paris. Em 1853, publicou Opúsculo Humanitário, uma coleção de artigos sobre a emancipação feminina.
Esteve de volta ao Brasil entre 1872 e 1875, mas pouco se sabe de sua vida nesse período. Em 1878, publica seu último trabalho: Fragments d’un ouvrage inédit: Notes biographiques. Nísia faleceu em 1885, aos 75 anos, na França. Seus restos mortais só foram trazidos ao Brasil quase 70 anos depois, em 1954, e foram enterrados no sítio onde nascera, na cidade que fora rebatizada de Nísia Floresta logo após a sua morte.
Apesar da grande importância histórica e cultural de sua obra, Nísia Floresta é pouco conhecida. “Infelizmente, a falta de divulgação da obra de Nísia tem sido responsável pelo enorme desconhecimento de sua vida singular e de seus livros considerados de grande valor”, diz Veríssimo de Melo em seu livro sobre personalidades da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.
Nisia foi uma abolicionista militante, lutou pela instauração da república e principalmente pela igualdade dos direitos das mulheres à época. Viveu no século XIX quando a mulher não tinha direito ao voto, nem podia estudar curso superior. Nisia lutou diuturnamente pela emancipação da mulher num tempo em que o machismo era extremado e a mulher dificilmente conseguia se impor na sociedade.
Hoje, vivemos em pleno século XXI, muito distante do tempo do Império. Temos e usufruímos de muita tecnologia, modernidade, alcance a muitas coisas para consumo e para a saúde, entretanto, não somente as mulheres, mas todas as pessoas, independente do sexo, devem muito reconhecimento a essa brasileira que lutou pela igualdade da mulher num tempo sem mídia, sem redes sociais, sem internet e sem muito glamour. Fazendo-o por sua convicção e inteligência.
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