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4 de setembro de 2024

O “X” da questão na democracia brasileira!

 

O milionário sul africano arrogante Elon Musk pensou que pudesse bater de frente com a nossa democracia, nosso sistema judiciário e a Suprema Corte Federal. Como dizia um antigo ditado: “Diga-me com quem andas e te direis quem és”. No caso do americano, ele anda com Trump, aliados de Bolsonaro, portanto não é difícil entender suas intenções no mundo dos negócios.

A maior parte dos brasileiros não está entendendo muito bem a confusão estabelecida entre o X/Twitter e o Supremo Tribunal Federal, mostrando que o ministro Alexandre de Moraes tem razão em sua decisão de suspender a rede.

O empresário vem postando no exterior publicações bolsonaristas que incentivam atos golpistas previstos para o próximo dia 7 de setembro. As postagens de Musk foram lidas por correspondentes da Folha fora do país que, portanto, têm acesso às contas.

Mais do que uma provocação, ele tem a intenção clara de atacar as instituições brasileiras. E isso estava na gênese da situação que levou à suspensão do X/Twitter: a negativa de cumprir tanto a lei (que obriga uma representação legal das plataformas no Brasil) quanto decisões judiciais (que exigiram a retirada de conteúdo relacionado ao golpismo e ao ódio às instituições).

Musk despiu-se da fantasia de arauto da democracia. Antes, ele ainda se vendia como defensor da liberdade - na verdade, da sua liberdade de decidir que leis e países querem obedecer, pois pergunte a China o que aconteceria com a Tesla se Musk tratasse o país como o trata o Brasil.

Agora, além da desobediência, resolveu partir para a ação direta. O ex-presidente Bolsonaro e aliados estão organizando micaretas da extrema-direita na Avenida Paulista e em outros locais do país. Entre as pautas principais, pleiteiam a anistia para os golpistas de 8 de janeiro de 2023 (o que abre caminho para anistiar o próprio Jair no futuro).

Os obtusos querem também o impeachment de Alexandre de Moraes - que está à frente do inquérito sobre os atos golpistas, entre outros. Bolsonaro pensa que estamos vivendo na década de 60, quando os militares mentiam sobre tudo que ocorria nos porões da ditadura.

Pensa o inelegível que poderá numa canetada ser absolvido de seus crimes, assim como aconteceu com os generais responsáveis pelas torturas e mortes no período de 1964 a 1985.

Além disso, Musk ameaçou o presidente do Brasil, afirmando que se o Brasil não liberar as contas do X/Twitter e da Starlink, bloqueadas para pagar as multas milionárias, ele irá buscar a apreensão de ativos do governo brasileiro. Deu a entender que pode deixar o petista sem o seu avião presidencial. A bravata tosca não vai tirar o sono da diplomacia brasileira, mas pode ajudar na mobilização para as micaretas de 7 de setembro.

Inacreditável é saber que existem brasileiros pobres e da classe média defendendo empresários ricos, defendendo golpes na democracia e, acima de tudo, apoiando criminosos perversos que, na política desde sempre, nunca fizeram nada pelo povo, pela nação e vivem dos recursos da política pagos com nossos impostos.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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