O Brasil é um dos países que possui a maior desigualdade social do mundo, onde o 1% mais rico concentra a maior parcela do total da renda gerada. O que no Brasil equivale a quase 30% da renda total. Se analisarmos patrimônio, e não renda, esse percentual cresce ainda mais. A diferença é tanta que 1% dos donos de terras no país concentram mais da metade das terras cultiváveis. Eles possuem ainda, mais reservas acumuladas do que os 90% mais pobres. Isso por si só é uma catástrofe social, com consequências muito ruins, que parece, porém, não incomodar a maior parte da nossa população.
Mas, isso não é apenas exclusividade do Brasil, pois vivemos num mundo que tem seu pior momento no quesito da desigualdade social em toda sua história. Onde duas dezenas de indivíduos concentram a mesma riqueza de quase quatro bilhões de pessoas no planeta. A riqueza acumulada de 1% dos mais ricos supera aquela que está nas mãos do 99% mais pobres. Onde de forma absurda quase toda riqueza vai para as mãos dos 1% mais ricos.
Já se passaram dois séculos da descoberta da energia elétrica no mundo e ainda temos dois terços da África subsaariana sem acesso a energia elétrica ou com acesso muito limitado. Portanto, não será necessariamente o avanço da tecnologia que fará com que está situação se altere no Brasil e no mundo.
As novas tecnologias têm se mostrado capazes de mudar a vida de todo mundo, mesma que de maneira indireta. E são exatamente as consequências das recentes inovações tecnológicas que nos mostram um futuro assustador para o sistema capitalista.
O homem parece não ter sido capaz de prever, porém, que ao tornar as tarefas cada vez mais simples e repetitivas, as máquinas cada dia mais inteligentes e sofisticadas, estava criando uma combinação explosiva para o seu próprio futuro e da humanidade.
Os EUA são um bom exemplo, pois desde a década de 1980, houve um enorme aumento de produtividade gerado pelas novas tecnologias, porém, isso não se refletiu em absolutamente nenhum ganho em termos de renda real individual para os trabalhadores ligados à produção.
Imaginem o cenário brasileiro quando analisamos o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, que tem como base indicadores de saúde, educação e renda. Medido anualmente, o índice vai de 0 a 1 – quanto maior, ou seja, mais próximo de 1, mais desenvolvido o país. Com IDH de 0,761, o Brasil ocupa o 79º lugar no ranking, com uma pequena melhora de 0,001 em relação ao ano passado. Ainda assim, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial, da 78ª para 79ª posição.
Riqueza concentrada, alto índice de
desemprego com mais de 13 milhões sem carteira assinada, ricos pagando menos
impostos que os mais pobres, saúde na UTI, educação desigual e sem qualidade,
economia a deriva. Essa é a fotografia do Brasil neste momento em que
atravessamos a pandemia da Covid-19.
Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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