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27 de novembro de 2020

Eleitor paulista sofre da Síndrome de Estocolmo!

Há 25 anos o eleitor paulista e paulistano, com raras exceções na capital, tem recolocado no poder os políticos do PSDB. No governo estadual eles estão no poder desde 1995.

Resolvi escrever este artigo ao reler um texto publicado no Estado de S. Paulo pelo brilhante articulista Professor Adilson Roberto Gonçalves. “O governador do famoso "plus a mais" inova ao lançar a saída dos que não entraram. Com essa matemática perversa e um discurso sofismático, não é à toa que até o secretário de Educação esteja decepcionado com os resultados de sua pasta. E o povo continua padecendo da Síndrome de Estocolmo, aplaudindo de pé essa administração”.

Para quem não conhece, a Síndrome de Estocolmo é o nome normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade pelo seu agressor.

De um ponto de vista psicanalítico, pessoas que possam ter desenvolvido ao longo de experiências na infância com seus familiares ou cuidadores, algum traço de caráter sádico ou masoquista implícito em sua personalidade, podem em certas circunstâncias de abuso desenvolver sentimentos de afeto e apego, dirigidos a agressores, sequestradores, ou qualquer perfil que se encaixe no quadro geral correspondente a síndrome de Estocolmo.

Pois assim agem os eleitores do PSDB em SP há vinte e cinco anos ininterruptamente. A cada nova eleição, elegendo e reelegendo seus membros sem se importar com análises de mandatos anteriores, sem fiscalizar o não cumprimento de promessas realizadas sucessivamente a cada nova eleição.

Por exemplo, a travessia por balsas entre as cidades de Santos e Guarujá já teve promessas eleitoreiras de túnel, ponte, enfim, nada foi feito ao longo destes anos todos. Não passando de promessas vazias do tucanato.

Essa é uma das muitas situações que envolvem este partido em SP. Denúncias de corrupção ou foram arquivadas ou não tiveram um só político do partido julgado e condenado. E olha que a pauta é grande – Cartel dos Trens, Propinoduto no Rodoanel, Desvio de recursos da merenda escolar.

Somente neste ano de 2020 foi que surgiram após o fim da Operação Lava Jato as denúncias contra José Serra e sua filha Verônica Serra e Geraldo Alckmin. Com certeza ambas serão arquivadas ou irão prescrever na justiça.

Neste período que governam o Estado estiveram no poder Mário Covas, Geraldo Alckmin, Cláudio Lembo, José Serra e João Dória. Eles promoveram um verdadeiro desmonte na segurança pública onde temos um déficit de 17.000 soldados da PM e 15.000 policiais civis no efetivo paulista. O sucateamento abrange também o efetivo da Polícia Rodoviária Estadual, a educação, saúde, habitação e demais segmentos da estrutura do Estado de SP.

Neste longo período, percebemos que as relações institucionais entre Poder Executivo e Defensoria Pública, Ministério Público e o Tribunal de Justiça são muito mais próximas do que deveriam.

Isso talvez explique porque em todos estes anos de mandatos seguidos o MP nunca tenha tido êxito em processos como o Cartel dos Trens (Caro raro onde as empresas estrangeiras foram acusadas de efetivar o cartel, sem a devida correspondência de políticos ou membros do Estado). Estranho como o caso dos desvios da merenda escolar que também tinham centenas de evidências e não se reproduziram em condenações de políticos ou servidores do Estado.

Para exemplificar didaticamente basta acessar entrevista concedida ao Blog Justificando do blogueiro Breno com a Advogada Luciana Zaffalon quando esta discorre sobre sua pesquisa de tese de doutorado. A pesquisa avalia justamente essa “estranha” relação entre governos tucanos e os poderes da Justiça, Defensoria e MP em SP. https://www.youtube.com/watch?v=U3yzhHdwCsQ

Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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