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8 de outubro de 2018

Algumas ponderações sobre a eleição em I Turno

Aprenda como deter o julgamento; Aprenda a escutar;
Entre em contato com seu próprio Eu interior;
Olhe para a vida com alegria e jamais chore por algo que não
pode chorar por você. Cheewa James – Modoc

Após meses de incertezas, discussões acaloradas, coligações e conchavos mais de 147 milhões de eleitores conheceram neste domingo de outubro os resultados das eleições no Brasil. Foram 54 senadores que se juntam a outros 27 eleitos em 2014, formando o quadro de 81 parlamentares no Senado Federal. Também tivemos 513 deputados federais e aproximadamente 1059 deputados estaduais eleitos para quatro anos de mandato da Câmara Federal e Assembleias Estaduais.
Também tivemos eleições para governadores nos 27 Estados e no Distrito Federal. Em 13 Estados a vitória aconteceu em primeiro turno. Nos demais 14 Estados e no DF teremos segundo turno para decidir quem governará de 2019 a 2022.
A eleição para presidente da república também terá a ocorrência de segundo turno para decidir qual será o novo escolhido, ficando entre Jair Bolsonaro – PSL e Haddad – PT, conforme demonstra o quadro abaixo com o resultado final.
ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE
IBOPE – 06/10/18

SIGLA
CANDIDATO
IBOPE
VOTOS
URNAS
PSL
BOLSONARO
36
49.275.358
46,03
PT
HADDAD
22
31.341.839
29,28
PDT
CIRO GOMES
11
13.344.074
12,47
PSDB
ALCKMIN
07
5.096.277
4,76
NOVO
AMOÊDO
02
2.679.596
2,50
PATRI
CABO DACIOLO
01
1.348.317
1,26
MDB
MEIRELLES
02
1.248.941
1,20
REDE
MARINA
03
1.069.538
1,00
PODE
ALVARO DIAS
01
859.574
0,80
PSOL
BOULOS
-
617.115
0,56

VOTOS EM BRANCO

3.106.916
2,65

VOTOS NULOS

7.102.162
6.14

ABSTENÇÕES

29.932.639
20,32

TOTAL DE ELEITORES

147.306.295

Analisando o quadro final, tenho de destacar o fato de que 40.141.717 (Quarenta milhões, cento e quarenta e um mil, setecentos e dezessete) eleitores deixaram de votar por abstenção, voto nulo ou branco. Essa soma de brasileiros é maior do que a população do Canadá, um contingente inaceitável que terá de conviver com o mesmo país que os eleitores que usaram de seu direito ao voto. A soma poderia mudar o quadro político completamente e preocupa na medida em que estes milhões de votos deixaram de ser destinados ao legislativo também.
Os votos em branco teriam ficado em 5º lugar, os votos nulos ocupariam o quarto lugar no pleito e as abstenções estariam em terceiro lugar. Esse comportamento não auxilia em nada o processo democrático e apenas permite que muitos candidatos sem a mínima capacidade legislativa assumam cargos da maior relevância no Brasil.
Em São Paulo, por exemplo, mais uma vez tivemos a eleição de candidatos a deputado federal que sabidamente não possuem preparo necessário para ocupar a Câmara Federal, e representar os paulistas nas discussões sobre tantos assuntos importantes. Veja alguns exemplos da falta de seriedade do eleitor do Estado mais rico da Nação:
     a)   O palhaço sem graça Tiririca - 453.855 votos;
     b)  Ator pornô Alexandre Frota -   155.522 votos;
     c)   O suspeito Paulinho da Força – 75.613 votos;
De uma forma geral, o brasileiro vota contra alguém ou algum partido. Foi assim em 1986 quando votou em massa no PMDB contra a ditadura. Em 1990 quando votou em Collor contra Lula. Em 1994 e 1998 quando votou no Plano Real contra o PT. De 2002 a 2014 quando votou contra o PSDB. Em 2018 quando novamente vota contra o PT.
Talvez no dia em que de uma maneira geral, o eleitor brasileiro votar com consciência em projetos de governos calcados em propostas fundamentadas a favor do país e seu desenvolvimento talvez tenhamos algumas chances.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.

Um comentário:

José Claudio de Paula disse...

Eu sonho com um projeto eleitoral em que o eleitor escolha seus candidatos pelo programa partidário e pelos projetos para o país... o ideal é que as eleições proporcionais ocorressem em dois turnos: no primeiro o eleitor escolhia o partido da sua preferência, perfazendo um percentual para cada partido que seria correspondente à sua votação; e, no turno decisivo, o eleitor escolheria o seu candidato, compondo a lista de parlamentares de cada partido, conforme o percentual alcançado no primeiro turno da votação... o modelo atual vai no sentido contrário à lógica de "disputa de ideias" e consagra "Tiriricas", "Frotas" e outros famosos, nunca por suas ideias, mas, desgraçadamente, por causa de ser uma celebridade...