Reprodução - Daniel Protzner - ALMG.
Desde o seu primeiro dia à frente do Executivo de Minas Gerais, Romeu Zema, que prometeu um “governo diferente, Estado eficiente”, demonstra que veio para favorecer os seus parceiros políticos, concedendo isenções bilionárias de impostos e facilitando o avanço de empreendimentos nocivos ao meio ambiente e à população, enquanto retira direitos dos trabalhadores e entrega o patrimônio público para a iniciativa privada.
Ou seja, de “diferente” não tem nada, e o “Estado eficiente”, almejado pelo político do Novo, é aquele que atende exclusivamente os interesses do empresariado e das mineradoras.
Para a população mineira, na realidade, o que Zema promove é um governo ineficiente e autoritário, que visa reduzir o Estado — cujo papel deveria ser promover políticas públicas e atuar em função das necessidades comuns — a um “puxadinho” que atua em benefício dos seus desejos privados.
Retrocessos incontáveis
Caminhando para o fim do segundo ano do seu segundo mandato, são incontáveis os retrocessos provocados pela gestão empresarial de Zema em Minas.
Apenas para citar alguns, o governador desmontou a legislação ambiental; piorou a qualidade da educação, da saúde e da segurança pública; aparelhou a Empresa Mineira de Comunicação; impôs um Teto de Gastos que congela os salários dos servidores; e, recentemente, ao mesmo tempo em que precariza o Ipsemg, tenta aumentar o valor da contribuição dos beneficiários.
Mesmo tendo o “privilégio”, que o governador anterior não teve, de passar anos sem pagar a dívida do Estado com a União, Zema não fez nada de relevante para Minas Gerais e, como legado de sua gestão, a principal lembrança que, até hoje, ele deixa para a população mineira é a de ser o político que aumentou o próprio salário em 300%, enquanto milhares de trabalhadores do funcionalismo público recebem menos que um salário mínimo.
O futuro na vida pública de um governador com esse currículo deveria ser a lata de lixo da história, mas, não contente com o estrago que tem feito em terras mineiras, Zema quer alçar voos mais altos: ser o candidato da extrema direita — cujo principal representante está inelegível e também tem como marca de sua gestão a ineficiência — ou pelo menos influenciar nos rumos da disputa presidencial de 2026.
As estatais são nossas
Acontece que, mesmo em comparação com seus pares da extrema direita, o governador de Minas promete muito e entrega pouco. E, agora, para tentar se apresentar como um nome viável para o empresariado e para os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), ele busca intensificar o desmonte do Estado, atacando um dos seus maiores elos de sustentação: as empresas estatais mineiras.
Não é novidade para ninguém que Zema quer privatizar a Cemig, a Copasa, a Gasmig, a Codemig e a Codemge. Já foram diversas tentativas que, diante da resistência da população, dos sindicatos, dos movimentos populares e de parte dos deputados estaduais, fracassaram.
A população mineira já opinou sobre o tema. Entre abril e maio deste ano, um plebiscito popular escutou mais 300 mil pessoas que, em sua esmagadora maioria, disseram ser contra a venda das estatais. Mas o governador não aprende e, há poucos dias, apresentou para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais dois projetos de lei que transferem a gestão das empresas para a iniciativa privada.
A Cemig, a Copasa, a Gasmig, a Codemig e a Codemge não são patrimônio de um governo, mas do povo. Ou seja, Zema, sendo um autoritário de primeira ordem, quer vender algo que não é dele, sem ao menos pedir autorização.
As empresas que Zema quer privatizar são responsáveis por garantir que chegue água, energia, gás e saneamento nas casas de milhões de famílias. Elas também são fundamentais para o desenvolvimento econômico e tecnológico do nosso estado.
Nas mãos da iniciativa privada, elas vão servir apenas para uma coisa: gerar lucro para alguns poucos, que, não coincidentemente, fazem parte da mesma classe a qual o governador é pertencente, a dos empresários.
Mais uma vez, somos chamados a proteger o nosso
patrimônio das garras do governador de Minas. Defender as empresas estatais é
defender o nosso presente e o nosso futuro.
Autor:
Editorial Brasil de Fato.
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