Os eleitores brasileiros têm cometido diversos erros nas últimas eleições gerais, quando podem eleger seus representantes nas assembleias, câmara federal e o senado. O primeiro problema são as abstenções acima de 40%, permitindo que um quociente baixo eleja maus deputados. O segundo problema são os elevados votos brancos e nulos que, em 2022, no primeiro turno chegaram ao total de 5.452.653 votos. Por fim, e mais grave ainda, é o fato de que os eleitores elegem seguidamente aqueles políticos que nutrem por eles (eleitores) o máximo desprezo.
Os políticos eleitores de centro, direita e extrema-direita ao longo do mandato de quatro anos não votam a favor de leis e processo que venham a beneficiar o povo. Eles estão posicionados 100% das ocasiões em plenário do lado contrário da sociedade, sempre próximos dos empresários, dos milionários e dos seus financiadores de campanhas.
Em todas as discussões eles priorizam a ideologia rasteira que não enche pratos e nem ajuda a população. Sendo assim, todo e qualquer benefício concedido pelo governo aos mais pobres, como a proposta da isenção do IRPF para quem recebe até R$ 5 mil por mês, não terá apoio dessa corja.
Em contrapartida estão ao lado da PEC do estupro, da PEC das praias, e de todas as demais Propostas de Emendas a Constituição que venham a favorecer os ricos, os empresários e os políticos.
Sendo assim, os eleitores mal informados, despreparados e com total ignorância dos fatos são responsáveis por eleger quem irá trabalhar contra eles nos quatro anos seguintes.
São culpados por não se informarem, por acreditarem em fake news, em mensagens disparadas em aplicativos de mensagens e redes sociais, muitas vezes patrocinadas pelos partidos de direita. Por serem omissos e por não lerem, não se atualizarem e, o pior de tudo, não fiscalizarem ou cobrarem os eleitos.
A maioria dos vereadores, deputados estaduais e federais eleitos por nossos intrépidos eleitores desinformados não fazem nada por quatro anos, muitos enriquecem seus patrimônios e ainda voltam para se reeleger na eleição seguinte. Não possuem legado, não legislam, ficam dando nomes de ruas, moções de aplausos, viajando pelo país e o mundo às nossas custas.
Os eleitores se dividem em duas partes: os omissos que giram em torno de 45% (Abstenções, nulos e brancos), reclamam quatro anos dos políticos, porém, não possuem capacidade de votar, relegando aos demais 55% este “privilégio”. A outra parte dos 55% votam em candidatos conservadores, na turma dos títulos (Pastor, Padre, Delegado, Ex-PM, Major, Coronel, etc.). Restam neste horizonte poucos que exercem seus votos, acompanham, fiscalizam e cobram os eleitos.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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