Políticos mal intencionados, verdadeiros abutres, têm conseguido êxito em diversos locais do planeta. Em sua maior parte, são do espectro de direita ou extrema-direita e usam normalmente alguns expedientes para se firmarem ou vencerem eleições.
Maus políticos sempre existiram em toda parte do planeta, mas impossível de entender é o fato de milhões de eleitores os seguirem, votarem e apoiarem, mesmo após gestões desastrosas.
Eles espalham mentiras e esse contingente de alienados que não procuram informações em sites, jornais e televisões, acreditam piamente e saem pelo mundo afora espalhando essas mentiras contra adversários, países e políticos.
Nos EUA, recentemente uma eleitora de Trump afirmou que a tempestade denominada de Milton que varreu a Flórida havia sido plantada pelo governo Biden. O interlocutor ficou absolutamente incrédulo diante de tamanha idiotice proferida por alguém que supostamente frequentou escolas.
Não precisamos viajar tanto e atravessar o oceano atlântico para ver e ouvir sandices muito parecidas com essas aqui no Brasil. O bolsonarismo através de seus zumbis walking dead tem muitas pérolas que dariam um livro de terror caso fossem copiladas.
A coleção de mentiras usadas à exaustão para fazer lavagem cerebral nos tolos é enorme: “O comunismo vai voltar”, “Lula vai fechar as Igrejas evangélicas”, “Lula morreu e esse que aí está é sósia”, “Os professores estão doutrinando alunos”. A lista é longa, tanto quanto inútil e sem noção.
Afinal o bolsonarismo formou patriotários através de muitas teorias da conspiração e usou como estratégia de formação de grupo ataques constantes a sistemas de verificação e de construção de conhecimento entre pares; logo, jornalistas e docentes foram usados como alvos para mobilizar por meio do medo e do ódio.
Teorias da conspiração foram tomando o lugar do pensamento crítico no entendimento da realidade. Onde diminuiu a legitimidade da educação sobre bases científicas confiáveis, proliferou o conspiracionismo base da visão de mundo bolsonarista.
O espantalho da
“doutrinação” foi uma das teorias da conspiração de maior eficácia: ela colocou
as crianças, símbolos da inocência, como atacadas justamente pelos/as
profissionais com os/as quais elas passam um período fundamental da sua
formação. Esse medo de “professores doutrinadores” que estariam “corrompendo” a
infância foi cultivado por uma longa campanha onde, pouco a pouco, desde 2004,
tudo que não fosse conveniente pôde ser considerado “doutrinação”, conforme a
categoria docente perdia legitimidade no sistema educacional do país.
Autor: Rafael Moia
Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado
em Gestão Pública.
Fonte: A violência contra professores de Fernando Penna e Renata Aquino.
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