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4 de janeiro de 2022

Gerações perdidas, sem trabalho e estudo!

"Os políticos são pessoas que só vêm
os próprios interesses e não trilham
a senda das pessoas honradas."
('in' "Abraham Lincoln by Emil Ludwig").

Há alguns anos o desemprego é um problema no país, situação que se agravou a partir de 2015, quando a Câmara capitaneada por Eduardo Cunha e Aécio Neves engendraram o golpe junto com Michel Temer em 2016 para derrubar uma presidente eleita pelo voto.  


             A gestão de Temer e os três anos de Bolsonaro como presidente transformaram esse problema em algo ainda pior. Os índices que medem o desemprego subiram e chegaram a bater em 14%. Soma-se a esse número os subempregados que trabalham sem carteira assinada e sem praticamente nenhum benefício social.

A maioria vive de bicos que consegue em eventos, comércio e prestação de serviços. Sem experiência, boa parcela dos jovens estão à procura de qualquer oportunidade de entrar no mercado de trabalho. Mas a busca não tem sido fácil. A maioria das empresas exige uma experiência anterior.

Existe segundo estatísticas recentes, um contingente de jovens com até 29 anos que cresceu muito nos últimos tempos. São os chamados “nem-nem”, um grupo de pessoas que nem estuda nem trabalha. Segundo a consultoria IDados, até o segundo trimestre de 2021, essa população representava 30% dos jovens dessa faixa etária. Isso significa 12,3 milhões de pessoas, cifra que supera a população da Bélgica.

O número de nem-nem teve um salto durante a pandemia, em 2020. Em 2021, os números recuaram um pouco, mas continuam acima do nível pré-covid 19. São quase 800 mil pessoas a mais ante o primeiro semestre de 2019 – quando o grupo representava 27,9% dos jovens até 29 anos. O problema é que desde 2012 o número está em crescimento. Naquela época, os nem-nem eram 25% da faixa etária (ou 10 milhões).

Isso representa uma ineficiência enorme para o Estado, já que muitas dessas pessoas tiveram um investimento público por trás, diz a pesquisadora da consultoria, Ana Tereza Pires, responsável pelo levantamento. Além da questão econômica, tem também o lado individual de cada um dos jovens, sem experiência.

São milhões de jovens sem emprego, sem atividade alguma, sem estudo, sem perspectivas profissionais vivendo como zumbis num país que não oferece oportunidades de desenvolvimento.

Para piorar a cada nova ano, novos estudantes se formam e não conseguem ser absorvidos no mercado de trabalho, o que cria um bolsão cada vez maior de nem-nem. Sem emprego nem renda, eles não conseguem estudar e muitos param no meio do caminho. Conseguir concluir um curso superior em plena recessão da economia pode ter reflexos para toda a vida profissional. Os que conseguem emprego podem ter salários mais achatados comparados a quem se forma durante a expansão econômica.

Mesmo para quem já conseguiu emprego, a crise é um problema porque pune primeiro os mais jovens, que têm menos experiência e recebem menos. As empresas preferem garantir a permanência dos profissionais especializados e de difícil contratação. Sem contar que os mais jovens representam um custo menor na rescisão.

Soma-se a isso o baixo crescimento da economia. Desde 2013, o País não consegue encontrar o caminho da retomada consistente. Entre 2017 e 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu numa média de 1,4% ao ano – resultado muito abaixo da capacidade. “Para empregar todos os jovens que entram no mercado de trabalho, o Brasil precisaria crescer, pelo menos, 3% ao ano”, diz Silveira. “Estamos ficando definitivamente para trás.” 

Para especialistas, o crescimento dos nem-nem significa perda de produtividade e de capital humano. Para Marcelo Neri, diretor do FGV Social, o Brasil teve na pandemia o maior contingente da história de jovens nem-nem. Mas esse porcentual deve cair pela metade até o final do século, resultado da demografia. Na avaliação dele, essa geração está sacrificando o presente e o futuro. “Logo, o futuro do País está comprometido pela falta de quantidade e pelo tratamento de baixa qualidade dado à juventude.”

Com uma educação sem planejamento do Estado, um governo desconexo, que fala em escolas cívicos militares enquanto torra milhões com o efetivo do exército e investe mais nos militares do que na Saúde Pública e na Educação. Nossa educação está isolada, completamente solta num balaio de vento que é o planejamento do governo federal.


Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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