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20 de janeiro de 2022

Forte social e cultural!

Euclydes da Cunha faz aniversário. A Casa Euclidiana, em São José do Rio Pardo o homenageia. O Projeto de Extensão Fórum Euclides, coordenado por Anabelle Loivos Considera, professora da UFRJ, continua ativo e todo ano comemora a efeméride com inauguração de um novo fórum e várias atividades, tal como a divulgação do Movimento Euclidiano de Cantagalo no dia de hoje (https://www.instagram.com/encontroseuclidianos/). José Antonio Bittencourt Ferraz, da Academia de Letras de Lorena, que tem Euclydes da Cunha por patrono, fez postagem comemorativa à efeméride (http://escritoresvaleparaibanos.blogspot.com/2022/01/euclides-da-cunha.html). 

São exemplos daquilo que está próximo a mim. E fico me perguntando: o que Euclydes estaria escrevendo sobre o momento político e social atual? Com certeza não seria negacionista, engenheiro que foi, nem tampouco estaria contra a população, denunciante que foi das mazelas que viu em Canudos. Tinha seu gênio forte, foi negligente quanto ao próprio relacionamento conjugal, mas estaria discutindo a reconstrução do país depois da devastação pela qual estamos passando.

No misto da ação social com a cultural, seguimos com um início incipiente dessas atividades, mais uma vez em estado de atenção pela nova onda pandêmica que surge. Infelizmente, parece que vivemos a subversão dos versos camonianos: "cesse tudo o que a musa antiga canta, / que outro valor mais alto se alevanta". No entanto, algumas das instituições culturais a que pertenço continuam realizando reuniões virtuais com êxito. A já mencionada Academia de Letras de Lorena parou por algumas semanas devido às férias, mas já está com programação intensa para a retomada. A Seção Campinas da União Brasileira de Trovadores mantém um grupo de WhatsApp dinâmico com divulgação de trovas e discussões para aprimoramento dessa arte. Acabou de lançar a terceira edição do informativo Trova Viva. A Ondularte, a mais recente instituição a que pertenço, inicia nesta semana suas reuniões. O virtual está longe do caloroso abraço; porém, diminui a distância e mantém a conversação. Há os que sumariamente não querem assim proceder, esperando a volta de um suposto normal, seja lá o que isso signifique.

Outros famosos completariam aniversários por esses dias, com significativas atuações sociais e culturais, além daqueles que morreram em datas próximas. Não adentrarei a longa lista, mas se Elis Regina entrar nessa discussão é pelo saudosismo da perda, restando a inevitável especulação: quanto aquela pessoa de talento (qualquer que seja, não apenas a Pimentinha) deixou de fazer pela morte precoce? Uma inteligência marcante, um discurso contundente, uma voz singular, uma mente poética. As personalidades deixam sua obra por esses e outros motivos e não é por menos que nos enveredamos por insanas buscas por aquele inédito, aquela gravação rara, o rascunho de um texto, a inspiração de outro. A tentativa é de eternizar o que, por natureza, é efêmero, pensando na existência do protagonista. Sua obra sim, é para sempre se assim o quisermos e para isso trabalharmos. Isso incluiu manter a ardida polêmica de que Pimenta não está nos olhos nem no nome de Euclydes. Festejemos, pois, a vida!

Autor: Adilson Roberto Gonçalves – Pesquisador/Researcher - Instituto de Pesquisa em Bioenergia – IPBEN - Publicado no Blog dos 3 Parágrafos

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