“Diz à
lenda que um príncipe Hindu, certa vez, chamou um
ourives
e encomendou uma joia que o moderasse
em seus
momentos de glória e grande alegria.
E que
ao ver-se em sofrimento ou em desgraça,
esse objeto lhe pudesse trazer algo de
consolo.
O
ourives então confeccionou um
belíssimo
anel com uma singela inscrição:
Isso Passará!”
As privatizações voltaram nessa semana a frequentar as páginas dos
jornais do Brasil. Dessa vez apresentadas como solução pelo governo Temer e
seus aliados tucanos.
Claro que sabemos que, alguns segmentos não devem ficar nas mãos dos
nossos nefastos governantes, por pura incompetência e pela probabilidade
gigantesca de haver corrupção enquanto estiverem sob a tutela dos mesmos e de
seus apadrinhados políticos.
Sabemos que, o motivo não é bem esse, mas sim, o fato de que o governo
Temer torrou em um ano muito dinheiro público e está com um rombo ainda maior
do que o deixado por sua antecessora, da qual ele teve parceria até o
Impeachment.
O processo de privatização deu certo em muitos países do chamado
primeiro mundo, como por exemplo, a Inglaterra. Entretanto, não podemos cogitar
quaisquer comparações com países que possuem governos honestos e com propósitos
e missões que visam beneficiar a nação e o seu povo. O que não acontece com
nosso país, cercado de quadrilhas travestidas de partidos políticos.
Voltando ao nosso país, na década de 90, o processo de privatização
ganhou corpo através de Fernando Collor, que timidamente privatizou algumas
empresas antes de ser cassado pelo Congresso Nacional. Em 1995 com o início da
era tucana (1995-2001), o processo voltou travestido de uma dose cavalar de
neoliberalismo.
O país privatizou muito, porém, foi o Estado de SP, capitaneado por
Covas, Serra e Alckmin, que mais privatizaram em todo território nacional. Comgás,
Nossa Caixa, Banespa, Cesp, Cteep, CPFL, Eletropaulo e muitas outras empresas
renderam aos cofres estaduais cerca de R$ 80 bilhões. Dinheiro que sumiu no
ralo da ineficiência e cuja origem jamais foi explicada a população, que vinte
anos depois está sem Saúde Pública, Educação, Habitação e Segurança de
qualidade.
A Cteep – Companhia de Transmissão Paulista por exemplo, foi vendida por
R$ 1.091 bi, quando havia em caixa R$ 800 milhões. Seu patrimônio com centenas
de subestações de energia em todo Estado era superior a R$ 20 bilhões à época.
A única empresa visitada pelo ex-presidente na ocasião foi coincidentemente a
vencedora, uma empresa colombiana.
O processo de privatização das Teles no governo de FHC, assim como Empresa
Vale do Rio Doce, são provas vivas do suspeito processo de venda abaixo dos
verdadeiros valores destes segmentos e das facilidades dadas aos seus compradores.
Tudo muito bem explicado no Livro de Amaury Ribeiro Jr “A Privataria Tucana”. Obra
que contém documentos secretos e a verdade sobre o maior assalto ao patrimônio
público brasileiro. Explicando e provando como foi à viagem das fortunas
tucanas até o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
Agora que está acuado e sem respaldo popular, Michel Temer e sua
grotesca equipe econômica ressuscitam as privatizações como remédio para
estancar o rombo bilionário nas contas públicas. Colocando cerca de cinquenta
empresas entre aeroportos, casa da moeda, etc., para venda em 2018.
Mesmo que todas fossem vendidas, o dinheiro arrecadado, assim como nas
privatizações tucanas, irá sumir no ralo da ineficiência e da corrupção que
grassa no país, em particular no Poder Executivo.
Bastou a divulgação da intenção do governo para que a Infraero acusasse
um prejuízo bilionário caso o processo de privatizações de aeroportos seja
concluído. No mesmo compasso a Aneel informa que o processo de privatização da
Eletrobrás vai onerar ainda mais as nossas contas de energia.
Entre os objetivos do processo de privatização, não está certamente o de
sanear dividas de um Estado mal administrado, repleto de corrupção e desvios de
finalidades. Além de fadado ao erro, país perderá e muito com essa insanidade deste
governo medíocre e sem credibilidade.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.
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