Ninguém
pretende que a democracia seja
perfeita
ou sem defeito. Tem-se dito que
a
democracia é a pior forma de governo,
salvo
todas as demais formas que tem
sido
experimentadas de tempos em tempos.
Winston
Churchill
O Brasil é um dos poucos países do mundo que mesmo após ter passado por
uma ditadura militar, fruto de um golpe em 1964, ainda tem saudade e até faz
apologia a uma improvável nova intervenção militar. A desculpa utilizada é que
a corrupção dos políticos está insuportável. Como se de 1964 a 1985 todos os
corruptos tivessem sido julgados, condenados e presos pelo sistema militar.
Se assim fosse, a ditadura militar não teria colocado no poder José
Sarney como governador do Maranhão em 1965, Paulo Maluf como governador de São
Paulo em 1978 ou mesmo guindado ao poder Antônio Carlos Magalhães – Toninho
Malvadeza na Bahia.
O problema da corrupção e dos políticos que a praticam junto com
empresários corruptores é idêntica às pessoas que votam sem consciência. Gente
que leva a vida e as eleições na farra, muitos deles sem comparecer as urnas.
Para estes, qualquer regime serve, pois eles não estão nem um pouco preocupados
com o destino da Nação. Querem ganhar dinheiro facilmente ou viver do ócio
mental.
Santa inocência acreditar que no período entre 1964 e 1985 o país não
teve corrupção, como se esta, existisse apenas antes e depois do período
militar. Reza a lenda, que nas grandes obras realizadas pela ditadura a propina
era a mesma, apenas o que a diferenciava era o percentual que nunca ficava
acima de 10% do valor da obra.
Neste período tivemos os Casos Capemi, Coroa Brastel, Delfin,
BrasilInvest, PauliPetro, Projeto Jari apenas para destacar os mais
importantes. O que acontecia na época é que estes e muitos outros crimes
ficavam acobertados e a imprensa não podia noticiá-los sem a autorização dos
generais. Assim ficava fácil o sistema parecer honesto.
Supor que seja um grande exemplo, os generais supostamente terem morrido
pobres não me comove, nem altera o terror que o país vivenciou durante o
período negro dos governos militares. Até no futebol eles se meteram, tirando
um treinador da seleção e o substituindo por uma comissão técnica de pessoas
ligadas ao regime.
Algumas pessoas conservadoras odeiam Cuba, embora amem dizer que nosso
país precisa de “intervenção militar”. Suas argumentações são de que o regime
ditatorial cubano não dá liberdade ao seu povo e prende os oposicionistas ao
regime. E o que os militares fizeram no Brasil enquanto estavam no poder? Assim
foi no Chile, Argentina, Bolívia e tantos outros países onde a democracia foi
sequestrada por militares.
O nosso caos de corrupção vem de muito longe, está ligado a alguns
fatores, entre eles a ganância, a impunidade provocada por leis com penas
brandas, a justiça morosa e conivente aliada a liberdade demasiada que partidos
políticos têm para manipular cargos e recursos sem o devido controle.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.
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