A maior parte
das pessoas prefere
morrer a
pensar; na verdade,
é isso que
fazem. Bertrand
Russell
Tenho ouvido e principalmente lido na mídia de minha cidade que estamos
vivendo um novo círculo virtuoso. E qual a definição para circulo virtuoso?
“Situação em que os acontecimentos bons se repetem como se estivessem em um
circulo, sendo um a causa do outro, tendendo a melhorar cada vez mais”. Fonte:
Dicionário Informal.
Comecei então a pensar quais seriam estes acontecimentos bons para o
munícipe, que estariam contagiando a mídia da cidade. Esforcei-me muito,
focando obviamente nos primeiros sete meses do ano que já se foram e que agora
fazem parte do passado.
Com exceção da
notícia da assinatura do governador possibilitando a formação de um curso de
medicina para a cidade através da USP, num convênio com a Prefeitura, nada mais
consegui visualizar que pudesse justificar essa euforia e otimismo exagerado.
Até por que
foi liberado um curso de medicina e não uma Faculdade, o que seria muito melhor
para a cidade. Uma cidade que nos últimos 25 anos têm sofrido em demasia com a
economia e o desenvolvimento estagnados.
Claro que, por
trás das manchetes existe a necessidade do governador de elevar seu nome a um
ano das próximas eleições, quando ele pretende ser candidato à presidência.
Nossos
políticos tomam posse e nada ou pouco fazem nos primeiro dois anos e meio de
suas gestões. A partir da metade do terceiro ano de mandato começam a anunciar
obras e feitos, muitos dos quais não serão entregues antes do final de seu
mandato.
Em SP, Linhas
do Metrô são anunciadas desta forma e depois a população espera por dez ou doze
anos até sua inauguração. A obra do Monotrilho, única que seria realizada para
a Copa do Mundo em 2014 em SP, começou em 2013 e nem para a Copa da Rússia em
2018, estará funcionando, visto que, permanece completamente paralisada.
Em Bauru,
temos promessas para a inauguração de uma cidade judiciária há décadas. A
população não tem um teatro decente, muito menos um ginásio de esportes para poder
acompanhar os times de Basquete, Vôlei e Futsal. Não se constrói um viaduto, um
túnel ou a modernização das avenidas para poder acompanhar o crescimento do
volume de veículos transitando pela cidade. A saúde agoniza com a escassez de
leitos hospitalares e vagas em UTI. O Estado fechou o Hospital Manoel de Abreu
e somente agora, convenientemente as vésperas do ano eleitoral informa que fará
licitação para reforma.
Se existe este
tal circulo virtuoso, ele precisa ser melhor esclarecido. Virtuoso para quem?
Através do quê? A construção civil ainda patina diante da apatia do governo
federal, os impostos não são reduzidos para poder gerar mais empregos.
Ou as
manchetes confundiram virtuoso com vicioso...
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.
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