A corrupção não é uma invenção brasileira,
mas a impunidade é uma coisa muito nossa.
O povo brasileiro definitivamente não
leva o ato de votar a sério, nem a responsabilidade de fiscalizar independente
de quem tenha sido eleito. Afinal de contas, a eleição não termina no ato de
votar nas urnas, mas sim, na eleição seguinte.
Outra característica de nossa gente é querer
levar vantagem em tudo. Nas filas, nas passagens dos semáforos no vermelho, nas
provas escolares, no trabalho, enfim, em tudo que possa lhe render dinheiro,
poder ou levar de vencida o próximo.
Para coroar esse comportamento obtuso,
temos seguramente a pior classe política do planeta, motivada pela maior
sensação de impunidade que algum país possa ter em seu sistema judiciário.
Aliás, temos três poderes legalmente constituídos
(Executivo, Legislativo e Judiciário), que trabalham apenas para satisfazer
seus desejos internos na busca de maiores remunerações, cargos e todo tipo de
vantagens financeiras ou pessoais que o dinheiro possa comprar.
Eles usam e abusam da péssima memória
do povo brasileiro, principalmente no legislativo. Alguns corruptos são eleitos
e reeleitos seguidas vezes e podem com isso, roubar milhões dos cofres públicos,
além de conseguirem arrumar empregos e mordomias para familiares, amigos e
correligionários.
Além de tudo, sonegam impostos, desviam
verbas públicas, não executam as obras prometidas, enviam recursos ilícitos
para paraísos fiscais como se estivessem transferindo dinheiro entre dois
bancos brasileiros.
A corrupção no país começou na
colonização, quando em seu desembarque os portugueses deram como propina,
espelhos e outros presentes aos índios. Naquele momento, perceberam que a
abordagem correta para conseguir levar nossas riquezas passava pela tentativa
de corromper os nativos daquela linda terra.
Nos tempos do Império não foi diferente,
pois a corrupção, o tráfico de influências grassou pelas ruas do Rio de
Janeiro, sede do Império, também por garimpos mineiros, plantações de café
paulistas, etc.
Veio à República, e quem leu a
história sabe como ela foi concebida e por quem. O modus operandi deu o tom
para que os seus defensores à época derrubassem o Imperador para poder assumir
o poder em nome da instauração da República.
Não caberia nesse texto a quantidade
de exemplos de corrupção ocorridos de 1888 até os dias atuais em nossa
república. Os atuais casos de propinas, desvios de verbas, sonegação fiscal e
má conduta política em detrimento do crescimento da nação e de nossa gente,
demonstra que a corrupção, está no sangue dos nossos políticos.
Se fosse possível identificar através
de exame de DNA, com toda certeza, poderíamos previamente definir o Currículo
Vitae dos candidatos a cargos em todos os nossos poderes. Somente o fim da impunidade pode
alterar essa triste situação, aliada a maior seriedade do nosso povo nas
eleições e na fiscalização dos nossos políticos eleitos.
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