“Nunca se mente tanto como antes das eleições,
durante uma guerra e depois de uma caçada"
Otto Von Bismarck
A interferência do que há de mais
nefasto na nossa política chegou a Cultura e ao cinema em particular. A escolha
do país para ver qual obra cinematográfica representaria o Brasil na pré-
escolha dos filmes candidatos ao Oscar/2017 na categoria de melhor filme
estrangeiro demonstrou o que de pior podemos produzir nos bastidores sujos de
nossa política rasteira.
O filme escolhido pelo governo
brasileiro foi “Pequeno segredo” com direção de David Schurmann, um filme
autobiográfico, que narra à história da irmã adotiva do diretor, Kat, portadora
de HIV que velejou com os Schurmann até morrer em 2006.
Embora ainda não tenha estreado até
esta data, a critica que já teve acesso à película o criticou bastante. Segundo
Alcino Leite Neto – Folha de SP, o filme é um oceano de clichês e
sentimentalismo. A narrativa, as imagens e a banda sonora são piegas. Além de
uma direção de uma platitude sem fim.
A grande questão entre os diretores,
críticos de cinema e parte do publico que ama o cinema está no fato de que o
grande filme nacional do momento foi preterido por questões políticas. O
diretor e atores do filme “Aquarius” posaram para fotos durante o Festival de
Cannes na França com mensagens contra o Ato de Impeachment em maio.
Por vingança da equipe de governo foi
excluído, o filme Aquarius, que está tendo aceitação excelente pela critica e
pelo público que tem lotado as salas onde o mesmo está sendo exibido.
Claro que, a escolha em si, não
garante que o país tenha o filme entre os cinco filmes estrangeiros que vão
concorrer ao Oscar. E mesmo que seja escolhido pela Academia de Cinema americana,
não há nenhuma garantia que seja o vencedor.
O que está sendo questionado é a
decisão sobre o filme nacional a ser escolhido sair do campo técnico e
artístico para servir de vingança a quem não concorda democraticamente com atos
do parlamento ou do executivo brasileiro.
Para se ter uma ideia do erro realizado
pela cúpula do governo Temer, a atriz Sonia Braga, segundo a Revista
especializada em cinema “Screen” é uma das favoritas ao prêmio de melhor atriz
por sua atuação em “Aquarius”.
Desde que foi instituída pelo
Ministério da Cultura, em agosto, a Comissão do Oscar é criticada por parte do
setor cinematográfico.
Infelizmente no país, o esporte, a
cultura e muitos outros segmentos estão à mercê do que de pior existe em nossa
política. O péssimo uso de verbas públicas, cargos em comissão, desvio de
finalidades, são apenas algumas coisas absurdas que temos por conta da
proximidade para com os nefastos políticos brasileiros.
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