“Só o erro é que precisa apoio
do governo.
A verdade, essa fica de pé por
si própria”.
Thomas Jefferson
Há muitos anos que o governo
brasileiro mente ou simplesmente omite informações verdadeiras sobre os dados
financeiros dos recursos da previdência social do país. Para começar, particularmente tenho
sérias dúvidas sobre os dados que compõe a chamada evolução da expectativa de
vida média do povo brasileiro. Essa informação coincidentemente é um dos
parâmetros utilizados para o cálculo das aposentadorias concedidas no país.
Sendo assim, imagino que seja insuflada para cima com o interesse de aliviar as
contas da previdência.
Nosso sistema previdenciário está
dividido em dois tipos de regime: Regime Geral de Previdência Social onde estão
afetos todos os trabalhadores do setor privado, gerido pelo INSS e o outro é
Regime Próprio da Previdência dos Servidores destinados aos funcionários
públicos da União.
Sempre que se fala em rombo da
previdência imagina-se que isso ocorreu apenas pelo aumento dos pagamentos aos
beneficiários dos sistemas. Quando na verdade existem algumas razões para
justificar essa situação.
O primeiro motivo é utilização dos
recursos da previdência para bancar benefícios e programas sociais criados pelo
governo federal. Isso onera em demasia um cofre que tem como seu maior
pressuposto utilizar suas receitas para honrar os compromissos de
aposentadorias no país.
O segundo motivo ocorre pela queda da
arrecadação do INSS em razão do elevado número de desempregados que vivem à
margem da sociedade e não podem pagar suas contribuições ao sistema, do qual
ficaram fora ao perderem seus empregos. Some-se a esse fator a inclusão dos
trabalhadores rurais no rol de beneficiários da Assistência Social na conta da
Previdência, provocando aumento dos gastos e dos discursos malandros de déficit
monstro.
O terceiro motivo geralmente
escamoteado pelo governo são os 20% da DRU – Desvinculação de Receitas da União
subtraídas da Previdência. A aplicação de recursos a serem utilizadas para
pagamentos do INSS é aplicada em outros setores do governo. Se imaginarmos a
inclusão da corrupção nesse mecanismo veremos que o buraco é profundo e negro.
Temos ainda um último motivo que é a
soma dos valores pagos de forma generosa e muitas vezes sem critérios técnicos
a uma casta que vive dentro do funcionalismo público. Os chamados “Marajás”.
Neste grupo incluem-se antigos beneficiários do sistema com salários inflados e
políticos que recebem aposentadorias com pouco tempo de contribuição muito
acima do teto do povo brasileiro que normalmente trabalha mais do que 35 anos
para receber uma miséria de aposentadoria.
Mesmo assim, segundo dados oficiais
divulgados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do
Brasil – ANFIP, em 2015 as despesas do sistema previdenciário foram na ordem de
R$ 631,1 bilhões, enquanto as receitas atingiram cerca de R$ 707,1 bilhões. O
resultado que se repete anualmente é um superávit de R$ 24 bilhões.
A Previdência ao contrário do que
dizem seus detratores, incluindo a nossa casta inefável de políticos, não está
falindo, mas sim apresentando comprovadamente números superavitários que
garantem cidadania e movimenta a economia do país.
Para quem não sabe a Previdência paga
aproximadamente 32,7 milhões de benefícios, incluindo, 9,7 milhões de
aposentadorias por idade, 7,4 Pensões por Morte, 5,4 milhões de aposentadorias
por tempo de contribuição e 3,2 milhões por invalidez, entre outros. Um impacto
social e econômico sem igual.
Os nefastos políticos se aproveitam do
fato de que 94% dos brasileiros desconhecem a origem dos recursos para pagar as
aposentadorias no país.
Portanto, quando Michel Temer e sua
equipe econômica apontam para uma reforma da seguridade social, com a intenção
de construir uma armadilha para o povo brasileiro, percebemos que o maior
problema da Previdência não é o suposto déficit e sim a desinformação completa
da maioria dos brasileiros.
Para resumir o assunto que é vasto e
necessitaria de dezenas de páginas, fico com a declaração pontual do presidente
do Sindifisco: “Uma reforma previdenciária, se quiser obter sucesso, deve
resumir os recursos arrecadados apenas à sua finalidade essencial – a
seguridade social”.
http://m.huffpostbrasil.com/2017/10/23/relatorio-de-cpi-do-senado-diz-que-previdencia-social-nao-tem-deficit_a_23252854/?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004
http://www.huffpostbrasil.com/2017/02/20/empresas-estados-e-municipios-devem-a-previdencia-3-vezes-valor_a_21718090/?utm_hp_ref=br-homepage
http://www.adunicentro.org.br/noticias/ler/1676/em-tese-de-doutorado-pesquisadora-denuncia-a-farsa-da-crise-da-previdencia-social-no-brasil-forjada-pelo-governo-com-apoio-da-imprensa
www.economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/05/23/previdencia-por-que-a-conta-do-governo-e-de-seus-criticos-e-tao-diferente.htm
http://www.huffpostbrasil.com/2017/02/20/empresas-estados-e-municipios-devem-a-previdencia-3-vezes-valor_a_21718090/?utm_hp_ref=br-homepage
http://www.adunicentro.org.br/noticias/ler/1676/em-tese-de-doutorado-pesquisadora-denuncia-a-farsa-da-crise-da-previdencia-social-no-brasil-forjada-pelo-governo-com-apoio-da-imprensa
www.economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/05/23/previdencia-por-que-a-conta-do-governo-e-de-seus-criticos-e-tao-diferente.htm
Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Pública.
Um comentário:
O governo sem voto tenta convencer a população sobre uma crise que, embora existente, não foi criada pelos mais pobres... e deveria ser combatida, prioritariamente, com a cobrança dos grandes devedores da previdência... o que Michel Temer e seus apoiadores querem fazer, para enfrentar a crise de caixa, é cortar benefícios de pessoas que não podem viver sem eles...
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